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Baseado em evidências científicas

Qual a função dos glóbulos vermelhos?

Células do sangue, os glóbulos vermelhos são essenciais por serem responsáveis por transportar o oxigênio dos pulmões até órgãos e tecidos do corpo.

Time Alice
5 min. de leitura
Qual a função dos glóbulos vermelhos?

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Os glóbulos vermelhos, também conhecidos como as hemácias, desempenham um papel essencial no organismo: são responsáveis pelo transporte do oxigênio dos pulmões para todas as células do corpo e pela remoção do dióxido de carbono, além de controlarem a acidez do sangue.

Produzidas na medula óssea, essas células possuem uma proteína chamada hemoglobina, que se liga ao oxigênio nos pulmões e o leva até os tecidos do corpo, fornecendo energia e sustentando as funções vitais.

Glóbulos vermelhos alterados: o que significa?

Nos exames de sangue, a contagem de células vermelhas é expressa pelo número de células por volume de sangue, geralmente em milhões por milímetro cúbico (mm³) de sangue. 

Os valores de referência na contagem de glóbulos vermelhos em adultos saudáveis são:

  • Em homens: 4,5 a 5,9 milhões de células por mm³.
  • Em mulheres: 4,0 a 5,2 milhões de células por mm³.

Além disso, é comum avaliar no hemograma a concentração de hemoglobina e do hematócrito, que é a porcentagem do volume total de sangue ocupado pelos glóbulos vermelhos.

Glóbulos vermelhos altos e baixos

De acordo com Luís Antônio Soares Pires Filho, médico da família e comunidade da Alice, os exames destrincham os componentes dessas células vermelhas, apresentando como elas estão, a exemplo da quantidade de hemoglobina, que é o pigmento que carrega o oxigênio e precisa aparecer em uma quantidade adequada. “Se tiver pouco, pode ser um quadro de anemia, por exemplo”, explica. 

A anemia é a mais comum das doenças decorrentes de uma alteração nas células vermelhas e ocorre quando há uma baixa na produção das hemácias ou quando, mesmo em uma produção adequada delas, não há uma distribuição suficiente de hemoglobina nessas células. Isso indica que elas não conseguirão carregar de forma eficiente o oxigênio para todos os órgãos e tecidos do corpo.

Sintomas da anemia

  • Fadiga;
  • Cansaço;
  • Indisposição;
  • Fraqueza;
  • Sonolência;
  • Raciocínio lento;
  • Dores nas pernas;
  • Irritabilidade;
  • Perda de memória. 

As principais causas para a anemia decorrem de alguma deficiência nutricional, sendo a falta de ferro a mais comum delas, mas também de vitamina B12 e ácido fólico.

Fora condições alimentares, casos de sangramento também podem motivar anemia, como em ocorrência de acidentes e traumas que causem perda de sangue em volume expressivo ou mesmo em mulheres que possuem fluxo intenso durante o período menstrual ou que lidem com questões ginecológicas, como mioma.

“Se a mulher tiver uma dieta deficiente em ferro, ou às vezes não suficiente para combater todo o sangramento que ela tem, eventualmente pode desenvolver uma anemia ferropriva, porque ela perde muito sangue”, explica Pires Filho. Durante a gestação, também é esperado que as pessoas apresentem uma queda na hemoglobina, mas o profissional de saúde que estiver fazendo o pré-natal deverá acompanhar essa contagem.

Como tratar a anemia?

O tratamento da anemia depende da causa subjacente e pode incluir:

  • Suplementação de nutrientes (como ferro, vitamina B12 ou ácido fólico);
  • Tratamento de doenças;
  • Transfusões de sangue;
  • Medicações específicas;
  • Procedimentos para corrigir hemorragias ou disfunções medulares.

O diagnóstico e tratamento precoces ajudam a prevenir complicações e melhorar a qualidade de vida dos pacientes.

Anemia falciforme e talassemia

Outros detalhes que podem constar do exame de sangue são o tamanho e o formato das células vermelhas. Quando há uma variação muito grande entre uma célula e outra, isso pode indicar alguma deficiência nutricional que está fazendo com que o corpo não consiga produzi-las de forma uniforme.

“Quanto maior for a discrepância entre os tamanhos das células, maior pode ser a deficiência nutricional. Mas esse quadro pode indicar uma doença também, sendo uma das mais comuns a anemia falciforme, em que as células são produzidas em um formato de foice”, diz Pires Filho.

Anemia falciforme é uma alteração genética, ou seja, não é adquirida ao longo da vida por meio de uma infecção ou por agentes externos. A doença faz com que as hemácias se deformem e adquiram um formato de foice, perdendo sua principal função, que é a capacidade de se ligarem ao oxigênio para alimentar o corpo. E, além de ficarem inúteis, o formato afunilado que elas adquirem pode aumentar o risco de causar pequenas obstruções nos vasos capilares, que são os vasos mais fininhos do nosso corpo. Isso pode levar a casos de isquemia pelo corpo.

Como a doença não tem cura, o paciente precisa adotar bons hábitos para controlar seus efeitos, como manter-se sempre bem hidratado e manejar o estresse oxidativo.

“Não é que a pessoa não pode ficar estressada com a sobrecarga de trabalho, por exemplo. São situações mais físicas, como quando a pessoa faz um esforço físico muito extenuante que, se prolongado, pode desidratar e facilitar a crise de falcização, que gera bastante dor”, detalha.

Outra síndrome genética que afeta os glóbulos vermelhos é a talassemia, conhecida popularmente como a “anemia do Mediterrâneo”, por ser prevalente naquela região. Nesses casos, os pacientes apresentam geralmente níveis de hemoglobina e hematócritos mais reduzidos, e podem ou não apresentar sintomas de anemia.

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