Quando falamos em construção de novos hábitos, é necessário tratar da mudança de comportamento e da motivação necessária para encarar todo o processo que envolve abrir mão daquilo com que estamos acostumados.
Talvez a primeira pergunta que venha na sua cabeça seja: se todo mundo consegue, por que eu não consigo ____? (Insira aqui um verbo: começar uma rotina de atividade física, melhorar a alimentação, parar de fumar etc).
Mas, calma, a construção de novos hábitos demanda tempo e dedicação. Nesse contexto, é importante lembrar que a mudança de comportamento não é algo linear, mas cíclico.
O grande desafio está em identificar os estressores, ou seja, os gatilhos que se tornam barreiras para alcançar os objetivos, sejam eles pequenos ou grandes, assim como entender os insights que ajudam a criar estratégias de resiliência para enfrentar essas barreiras.
Em outras palavras, precisamos aumentar o nosso repertório individual e coletivo para lidar com hábitos prejudiciais à nossa saúde física e emocional para, então, mudarmos a lente com que encaramos um problema, seja ele emagrecer, se exercitar ou abandonar um vício de longa data.
É nesse sentido que a compreensão de como os nossos comportamentos são construídos pode se tornar ferramenta essencial de autoconhecimento.
A seguir, vamos explicar como o Modelo Transteórico de Mudança de Comportamento, desenvolvido por James O. Prochaska e Carlo DiClemente, professores de psicologia da Universidade de Rhode Island, nos Estados Unidos, pode ser um bom aliado nessa jornada.
Modelo transteórico de Prochaska e DiClemente: breve histórico
O modelo surgiu nos anos 1980 como uma síntese de diversas teorias sobre a mudança comportamental (por isso é chamado de “transteórico”).
Desenvolvido por Prochaska e DiClemente, a proposta interdisciplinar sugere que existem seis estágios pelos quais as pessoas passam progressivamente quando enfrentam uma mudança de comportamento. São eles:
- Pré-contemplação;
- Contemplação;
- Preparação;
- Ação;
- Manutenção;
- Recaída.
A partir de pesquisas e estudos de caso, Prochaska e DiClemente indicaram uma estatística básica para populações em risco que ainda não tomaram ação: 40% das pessoas estariam em estágios de pré-contemplação, 40% em contemplação e 20% em preparação.
Na prática, a metodologia pode ser compreendida por qualquer pessoa que queira mudar um comportamento ou construir um novo hábito para a promoção da saúde.
Mas não somente na área da saúde: essa divisão também pode ser bastante útil para a construção de uma mentalidade que lide melhor com as incertezas, as tomadas de risco e as eventuais falhas que precisamos enfrentar ao longo da vida.
Os seis estágios de mudança de comportamento
1) Pré-contemplação (“que problema?”)
Aqui, as pessoas nem sempre têm consciência de que seu comportamento pode ser problemático ou trazer prejuízos para sua saúde. Quem nunca se pegou pensando: “Ah, mas é só mais uma tacinha de vinho” sem se dar conta de que, na realidade, a dose já havia sido bem maior?
O principal objetivo dessa etapa é definir o problema e torná-lo conhecido por meio de informações de qualidade e que geram insights para a mudança.
2) Contemplação (“ok, talvez exista um problema.”)
No segundo estágio, as pessoas estão começando a reconhecer que seu comportamento é problemático e começam a olhar para os prós e contras de suas ações. De que forma esse comportamento gera prejuízo para a minha saúde? Para as minhas relações? Para o meu desenvolvimento?
Aqui, o objetivo é também analisar os benefícios de uma potencial mudança. Ou seja, por meio de estímulos, até os mais céticos precisam ser convencidos de que está na hora de iniciar uma mudança. É a famosa “virada de chave” para um novo hábito.
3) Preparação (“me sinto pronto”)
Toda ação exige um bom planejamento. Então, não espere que uma grande mudança ocorra da noite para o dia, ou que ela venha sem desafios caso você queira torná-la constante e sustentável.
Nessa etapa, o objetivo é compreender quais são os pequenos passos possíveis em direção a uma grande mudança de comportamento, bem como tornar palpáveis algumas das dificuldades que possam vir a ser enfrentadas.
4) Ação (“vou agir”)
Na quarta etapa, as pessoas que decidem pela mudança de comportamento também precisam ser educadas para uma potencial recaída. Aqui, o mais importante é trazer feedbacks positivos para as conquistas, mas sem abrir mão de olhar com gentileza para as imperfeições.
Sabe a máxima “feito é melhor que perfeito”? Pois é, ela faz sentido quando nos desafiamos a deixar a nossa zona de conforto e encaramos uma mudança.
Por isso, é importante traçar objetivos palpáveis e com prazos bem definidos para ir acompanhando a evolução rumo à construção de um novo hábito.
5) Manutenção (“continue a agir!”)
Talvez, o maior desafio na mudança de comportamento seja a consistência. Passado o ânimo inicial de finalmente ter conseguido agir, quanta motivação é necessária para fazer com que um comportamento realmente se torne parte da nossa vida?
Nessa etapa, o mais importante é criar mecanismos de reforço positivo do novo hábito, bem como relembrar os ganhos e benefícios do novo comportamento.
6) Recaída (“interrompi minha ação”)
A mudança de comportamento dificilmente será linear, mas cíclica. Por isso, a recaída, ou a regressão para etapas anteriores, é algo completamente esperado dentro do processo.
O mais importante de se observar aqui são os gatilhos indutores dessa regressão. O que aconteceu na sua vida que te fez retomar o hábito antigo? Não há culpa nem vergonha alguma nessas idas e vindas.
Pelo contrário, elas podem ser importantes para o processo de aprendizagem até que, de fato, um novo comportamento se torne duradouro.
Mudança de comportamento: para se ter em mente
- A mudança de comportamento é um ciclo e não algo linear;
- É importante definir o que é motivação para cada um;
- Tenha grandes objetivos, mas seja capaz de destrinchá-los em pequena metas factíveis e palpáveis;
- Saiba colocar essas metas em prazos realistas e saudáveis;
- Não há vergonha em recaídas – o mais importante é reconhecer os gatilhos que te fazem retornar para determinado hábito.
Saiba como a Alice pode te ajudar a mudar seus hábitos
A missão da Alice é tornar o mundo mais saudável, e ser saudável não é apenas não ter doenças e ficar longe do pronto-socorro. É adotar bons hábitos nos quesitos alimentação, atividade física, sono e, claro, saúde física e mental.
Como a Alice é uma gestora de saúde com foco na atenção primária e na promoção e prevenção de saúde, sabemos muito bem como ajudar nossos membros a adotarem novos comportamentos em prol de uma vida mais saudável.
E o primeiro passo dessa caminhada é o nosso Scan, um mapeamento completo da sua saúde que conta com uma ferramenta exclusiva, o Score Magenta.
No Scan, nós vamos nos conhecer melhor. Você vai nos contar sobre suas condições de saúde, seus objetivos e suas necessidades para se tornar mais saudável. A partir desse resultado, vamos desenhar a sua Jornada de Saúde Personalizada.
Nosso objetivo é ajudar cada pessoa membra a ter autonomia sobre sua saúde e se tornar empoderada para tomar decisões e praticar o autocuidado!