Com o intuito de dar aquela forcinha no desenvolvimento da criança que está aprendendo a ler e a escrever, muitas mães, pais e cuidadores procuram atividades de alfabetização para serem feitas em família.
A iniciativa é muito bem-vinda e ajuda a estimular o pequeno ou a pequena aprendiz a gostar cada vez mais do mundo das letras.
Mas, para que a assimilação de conhecimento aconteça de forma natural, a dica número 1 é transformar o momento em uma grande brincadeira.
“Tem de ser leve e divertido. Não pode ser uma imposição do adulto. O papel do adulto é ser um mediador, um facilitador da aprendizagem. As letras, as palavras e os números devem ser apresentados sempre de maneira lúdica”, afirma a pedagoga Ana Karine Chiquim, que também é formadora e consultora educacional.
O envolvimento da criança nas atividades será mais fácil se a fase de desenvolvimento em que ela estiver for levada em conta.
“É fundamental haver uma parceria entre a escola e a família para que haja complementaridade, além de adequação à faixa etária e às habilidades da criança. Pensar no que o filho ou filha gosta e no que já sabe fazer é um primeiro passo para definir atividades para estimular a leitura e a alfabetização”, orienta a pedagoga Denise Tinoco, que é especialista em educação infantil e em psicopedagogia.
Com quantos anos a criança começa a ler?
No Brasil, a alfabetização infantil começa, oficialmente, no 1º ano do ensino fundamental.
De acordo com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), o processo se estende até o 2º ano do ensino fundamental, período em que se espera que a criança tenha desenvolvido a capacidade de decodificar o alfabeto, conectar sílabas e formar palavras e frases, além de compreender o uso da língua em contextos sociais.
A aprendizagem, porém, começa muito antes. Isso porque, para conseguir ler e escrever, a criança precisa ter desenvolvido habilidades relacionadas, como memória visual, consciência fonológica e lateralidade (orientação espacial).
“Desde que saem do útero da mãe, as crianças já são sujeitos ativos para uma aprendizagem. Quando se faz a leitura de um livro para um bebê, por exemplo, é claro que ele não tem consciência ainda do que está acontecendo. Mas a criança já vai criando entendimento a partir daquilo, e a função social da escrita já vai sendo trabalhada”, destaca Chiquim.
A pedagoga Denise Tinoco concorda. “A alfabetização se inicia quando a criança começa a fazer uma leitura do mundo. Ao observar, interagir e manusear objetos, ela vai se preparando para o letramento no futuro. Precisamos do lúdico e do concreto primeiro, para depois poder abstrair.”
Atividades para estimular a leitura e a alfabetização
O contato com as palavras e a estimulação da leitura podem ocorrer em diferentes contextos.
Em casa, durante passeios ou até no caminho para a escola, é possível incentivar a criança a relacionar objetos e situações à escrita.
Veja algumas ideias:
Brincadeiras com letras: bingo, dominó e jogo da memória
Reunir toda a família para jogar algo juntos pode ser uma ótima oportunidade de estimular a criança a associar coisas e palavras.
Uma atividade simples é realizar uma espécie de bingo, em que cada participante recebe uma cartela feita à mão ou no computador com o próprio nome ou com um desenho e uma palavra curta (ex: rato, pato, gato, mesa, boca).
As letras correspondentes vão sendo sorteadas aos poucos e a criança vai marcando em sua tabelinha, com a ajuda do adulto. Quem completar a palavra primeiro, vence a rodada.
Com papelão, cartolina ou EVA, também dá para fazer dominós e jogos da memória com nomes e imagens, para que a criança associe as palavrinhas às figuras.
“A brincadeira pode começar já na elaboração das peças, com a criança ajudando a desenhar ou a recortar letrinhas em revistas, por exemplo. As atividades que podem ser construídas com a família são muito benéficas porque estimulam o desenvolvimento infantil e fortalecem os vínculos”, avalia Tinoco.
Cidade educadora: as placas e seus significados
Uma forma bastante lúdica de despertar a atenção da criança para o uso social da língua é mostrar como ela é aplicada na prática.
Que tal convidá-la para um passeio em busca de placas e painéis? Com uma pranchetinha na mão, dá para anotar o significado dos mais diversos sinais que estão espalhados pela cidade.
“A cidade pode ser educadora! Dá para proporcionar uma leitura desse ambiente. Como vivência prática, num primeiro momento, os pais podem assumir esse lugar de escriba e leitor para que as crianças possam internalizar os conceitos”, descreve a pedagoga Ana Karine Chiquim.
A profissional destaca que é muito importante que os pais expliquem previamente à criança o que vai ser feito no passeio e que deem a ela uma função interessante, como fotografar as placas, por exemplo.
Além de estimular o contato com as palavras, o passeio é uma ótima oportunidade para colocar a criançada em movimento.
Ao explorar o bairro ou as redondezas, também se desperta a noção de pertencimento a uma comunidade.
Livros para contar e recontar histórias
Os livros são grandes aliados para incentivar a leitura. Eles podem ser usados desde os primeiros meses de vida para que a criança tenha contato com cores, desenhos, palavras e sons diferentes.
Algumas publicações já vêm com recursos sonoros, texturas, janelinhas e outros artifícios. Mas o que pode fazer muita diferença na aquisição de conhecimento é a forma como as histórias são contadas.
“Existem pessoas que gostam de reproduzir o livro, recontando a história e fazendo uma nova leitura. Outros preferem a leitura exata, pontuando e mostrando onde estão as letras. Os dois caminhos são bons. O importante é mostrar para a criança que existe o mundo em que a gente fala e o mundo em que a gente escreve”, destaca a pedagoga Denise Tinoco.
A contação de história também pode ser invertida, com a criança sendo incentivada a falar sobre o que vê nas páginas.
Outra estratégia legal para despertar a curiosidade sobre o uso das letras é recorrer a textos com rimas, onomatopéias e duplos significados.
“Palavras iguais, mas que representam coisas muito diferentes, como manga para fruta e manga para roupa, por exemplo, fazem muito sucesso entre as crianças. Elas dão muita risada. Trovinhas, versinhos, parlendas e canções também agradam”, afirma Tinoco, acrescentando que essas práticas ajudam ainda a ampliar a cultura da criança.
Vivência das estações: o que a natureza comunica?
No parque, na praia, na fazenda ou em qualquer lugar próximo à natureza também dá para estimular a alfabetização da criança – e usando os vários sentidos.
Visão, olfato, tato, audição e até mesmo o paladar podem ajudar no processo de aprendizagem e letramento.
“É possível trabalhar a passagem das estações por meio dos elementos da natureza. Uma vivência interessante é coletar sementes, folhas e flores que já caíram e fazer um herbário. Dá para nomear cada coisa, descrever, pesquisar o nome real da espécie e dar a oportunidade de a criança criar o nome que ela quiser para o que coletou”, exemplifica Chiquim.
As crianças também podem ser incentivadas a sentir a textura e o cheiro dos elementos. Se no local houver frutas maduras, elas podem ser colhidas e provadas.
“A criança se apropria de novos saberes e vai ampliando o vocabulário. É uma aprendizagem completa, uma vivência de campo que pode proporcionar memórias para a vida toda”, avalia a pedagoga.
Aprendiz e ajudante: recados, listas e receitas
É comum, nas escolas, as professoras escolherem um ajudante por dia. As crianças desenvolvem o senso de responsabilidade e têm a oportunidade de interagir com todos os coleguinhas distribuindo atividades e materiais.
Em casa, a família pode usar essa estratégia para promover a alfabetização. As crianças podem ajudar a escrever lembretes ou a elaborar listas de compras, por exemplo.
“A criança vai percebendo que a escrita tem uma utilidade prática. Para a criação da lista, ela precisa pensar no que tem no mercado e no que falta em casa, ou seja, fazer a leitura desses ambientes para depois colocar no papel”, destaca a pedagoga Denise Tinoco.
Outra ideia é colocar as mãozinhas na massa fazendo uma receita. A atividade é considerada um método ativo de engajar a criança, tornando-a agente de sua própria aprendizagem.
“Ela pode ajudar a fazer um bolo, sendo estimulada a pensar nos ingredientes que serão usados. Também começará a ter noções de quantidades e de procedimentos que fazem a receita dar certo”, acrescenta.
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