O termo é conhecido, porém nem sempre fácil de lembrar. Compliance trabalhista se refere ao conjunto de práticas e políticas adotadas pelas empresas para garantir que as leis e normas trabalhistas estejam sendo cumpridas.
O objetivo central é criar mecanismos que proporcionem um ambiente justo, transparente e sustentável, tanto do ponto de vista da empresa quanto dos colaboradores – e o compliance é uma das peças do grande quebra-cabeça de estratégias corporativas que impactam, positivamente, os resultados de uma companhia.
Mas você sabe como o compliance trabalhista funciona na prática e qual é a melhor forma de implementá-lo nas organizações?
Neste texto, vamos entender melhor este termo, que vem do inglês “to comply” (estar em conformidade), e por que ele é tão importante.
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O que é compliance trabalhista?
O compliance trabalhista é um dispositivo que engloba práticas, normas e políticas com o objetivo de cumprir as leis e regulamentações trabalhistas vigentes.
O propósito é assegurar que todos os colaboradores sejam tratados com ética, respeito e transparência, além de garantir que a empresa opere dentro da legalidade.
Os principais aspectos abrangidos pelo compliance trabalhista incluem:
- Cumprimento da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT);
- Adequação às normas regulamentadoras de segurança e saúde;
- Respeito às convenções e acordos coletivos;
- Implementação de políticas de prevenção ao assédio e discriminação.
Há outros fatores que também ficam sob responsabilidade do compliance trabalhista, mas serão aprofundados adiante.
Qual a importância do compliance trabalhista?
1. Redução de riscos legais e financeiros
Uma política de compliance bem definida ajuda a empresa a cumprir a legislação trabalhista, evitando multas, processos judiciais e sanções administrativas. Passivos trabalhistas podem ser financeiramente onerosos e prejudicar a reputação da organização.
2. Criação de um ambiente de trabalho ético e seguro
O compliance promove práticas de gestão que valorizam os direitos dos colaboradores, garantindo um ambiente de trabalho justo, seguro e saudável. Isso reflete diretamente no bem-estar e na produtividade do time.
3. Reforço do employer branding (reputação da empresa enquanto empregadora)
Empresas que demonstram comprometimento com práticas trabalhistas éticas ganham maior respeito de clientes, parceiros de negócios e investidores. Além disso, a reputação de um empregador responsável atrai talentos e aumenta a competitividade no mercado.
4. Prevenção de conflitos internos
Uma política de compliance clara e bem comunicada evita ambiguidades em relação às obrigações e direitos de funcionários e empresas. Isso reduz conflitos, reclamações trabalhistas e problemas de relacionamento.
5. Boas práticas de governança
Ter um compliance trabalhista é um dos pilares de uma boa governança corporativa. Ele demonstra maturidade organizacional e compromisso com a sustentabilidade e a responsabilidade social.
6. Foco em uma cultura organizacional sólida
Compliance não é apenas sobre regras, mas sobre cultura. Quando os RHs estruturam políticas trabalhistas bem definidas, estão ajudando a consolidar valores corporativos e uma cultura de respeito, transparência e integridade.
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Benefícios para os colaboradores
O compliance trabalhista também garante a satisfação dos colaboradores. Isso acontece pelo cumprimento das leis, naturalmente, e pela criação de uma cultura que valoriza saúde, respeito e bem-estar.
A seguir, entenda como essa estratégia afeta os funcionários:
- Segurança jurídica e proteção de direitos: os trabalhadores têm a garantia de que seus direitos serão respeitados, incluindo salários justos, segurança no trabalho e benefícios.
- Ambiente de trabalho seguro e saudável: o compliance assegura a adoção de normas de saúde e segurança no trabalho, protegendo os colaboradores de acidentes e doenças ocupacionais.
- Igualdade e respeito no ambiente corporativo: políticas de combate à discriminação, assédio e práticas abusivas criam um ambiente inclusivo e respeitoso.
- Clareza sobre regras e procedimentos: um compliance bem estruturado informa claramente os deveres e direitos de cada colaborador, reduzindo dúvidas e incertezas.
- Apoio em casos de irregularidades: a existência de canais de denúncia seguros e anônimos permite que os funcionários relatem problemas sem medo de retaliação.
- Valorização e reconhecimento: empresas com boas práticas de compliance tendem a investir em políticas que beneficiam os trabalhadores, como capacitação e programas de bem-estar.
Quais são as responsabilidades do Compliance Trabalhista?
Não é só de CLT que o compliance trabalhista vive. Por ser considerado um ativo estratégico, ele atua na coordenação de diferentes iniciativas e frentes no ambiente de trabalho.
Algumas funções que podem ser da alçada do compliance são:
- Garantir o respeito às leis trabalhistas: assegurar o cumprimento da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), legislações específicas e convenções coletivas aplicáveis.
- Estabelecer normas de segurança e saúde no trabalho: implementar políticas que protejam a segurança física e mental dos funcionários, incluindo uso de EPIs e treinamentos obrigatórios.
- Combater o assédio e a discriminação: definir e aplicar políticas para prevenir práticas abusivas, como assédio moral e sexual, e promover um ambiente de trabalho inclusivo e respeitoso.
- Regular políticas de contratação e remuneração: assegurar equidade e transparência nos processos de seleção, pagamentos, benefícios e promoções.
- Gerir o tempo de trabalho: monitorar o cumprimento de jornadas, intervalos, pagamento de horas extras e banco de horas para evitar irregularidades e excesso de trabalho.
- Conduzir demissões de forma ética e legal: garantir que desligamentos sejam feitos em conformidade com a lei, incluindo o pagamento correto de verbas rescisórias.
- Monitorar o cumprimento de leis e regulamentos: avaliar periodicamente os processos internos da empresa para identificar riscos e corrigir irregularidades.
- Promover treinamento e conscientização: oferecer formações para que colaboradores entendam seus direitos, deveres e os valores éticos da organização.
- Realizar auditorias e inspeções internas: fazer verificações regulares para assegurar a conformidade com normas e políticas estabelecidas.
- Criar e revisar políticas internas: desenvolver, atualizar e comunicar manuais e códigos de conduta para orientar gestores e colaboradores.
- Gerir canais de denúncia: disponibilizar ferramentas seguras e confidenciais para que os colaboradores relatem irregularidades de forma anônima, sem medo de retaliação.
- Acompanhar mudanças legais: manter-se atualizado sobre novas legislações trabalhistas e ajustar políticas e práticas internas conforme necessário.
- Relacionar-se com órgãos reguladores: representar a empresa em fiscalizações e auditorias externas, agindo de forma preventiva e responsiva junto a sindicatos e entidades governamentais.
- Gerir riscos trabalhistas: identificar áreas críticas, como alta incidência de reclamações trabalhistas, e desenvolver estratégias para mitigá-las.
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Riscos de não adotar o compliance trabalhista
Ignorar o compliance trabalhista pode resultar em problemas de médio e longo prazo para as empresas, que vão desde orçamento até construção de marca. O primeiro ponto diz respeito a sanções legais, como multas e interdições, que podem prejudicar a saúde financeira da organização.
Mas não é só isso: empresas envolvidas em escândalos trabalhistas sofrem danos em sua reputação e perda de credibilidade no mercado.
Além disso, um ambiente de trabalho inadequado, resultante da falta de compliance, tende a gerar desmotivação e altos índices de turnover, afetando a produtividade dos colaboradores. Afinal, ninguém se sente motivado em ambientes que demonstram falta de segurança jurídica e injustiça.
E, claro, os custos com indenizações e multas também podem comprometer o orçamento e a atração de investidores. Portanto, adotar o compliance trabalhista é uma medida estratégica e preventiva, que ajuda a proteger tanto a empresa quanto seus colaboradores.
Na prática: como estruturar o compliance trabalhista?
Estruturar um programa desse tipo exige planejamento e visão estratégica. Siga os passos abaixo para alcançar um bom resultado:
- Comprometimento da alta gestão: é muito importante começar a implementação com a adesão da alta gestão da empresa. Sem esse apoio, as normas criadas podem ser ignoradas, comprometendo a eficácia do programa.
- Diagnóstico inicial: realize uma avaliação detalhada para identificar os principais riscos e pontos de melhoria na gestão trabalhista da organização.
- Mapeamento de riscos: identifique as vulnerabilidades da empresa e defina um plano de ação priorizando os riscos mais críticos. Esse processo ajuda a estabelecer uma base sólida para o programa de compliance.
- Criação de um código de conduta: desenvolva um documento claro e objetivo que estabeleça as regras, princípios e valores da organização, orientando as atitudes e condutas esperadas de todos os colaboradores.
- Política interna: estabeleça diretrizes que garantam a aplicação do código de conduta e o cumprimento da legislação trabalhista. Esse documento deve ser uma referência para evitar falhas e determinar ações corretivas quando necessário.
- Treinamento de colaboradores: promova workshops, palestras e campanhas educativas de forma contínua para garantir que todos os colaboradores conheçam e compreendam as normas internas e os procedimentos do compliance.
- Implementação de canais de denúncia: crie um meio de comunicação seguro e acessível para que os colaboradores possam relatar irregularidades de forma anônima. Certifique-se de que todas as denúncias sejam tratadas com seriedade e confidencialidade.
- Investigação interna: após o recebimento de uma denúncia, conduza investigações detalhadas e imparciais, respeitando a privacidade e a integridade de todas as partes envolvidas.
- Auditorias regulares: realize auditorias periódicas para avaliar a eficácia das políticas de compliance e identificar áreas que precisam de ajustes ou melhorias.
- Due diligence: avalie os parceiros, fornecedores e outras partes externas envolvidas com a empresa para garantir que seus valores e práticas estejam alinhados às normas éticas e legais da organização.
- Revisão periódica: atualize as políticas e procedimentos com base em mudanças na legislação trabalhista ou nos resultados das auditorias internas, garantindo a contínua relevância e eficácia do programa.
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