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SXSW: o futuro do trabalho será fluído, destaca Isadora Gabriel, CHRO da Flash

Em entrevista exclusiva ao Blog da Alice, CHRO da Flash traz os principais insights sobre o trabalho e as relações corporativas debatidas durante o SXSW de 2025.

SXSW: o futuro do trabalho será fluído, destaca Isadora Gabriel, CHRO da Flash

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Entre as muitas tendências que marcaram a edição de 2025 do South by Southwest (SXSW), uma chamou especialmente a atenção de Isadora Gabriel, CHRO da Flash: o futuro do trabalho está prestes a mudar — e de uma forma que ainda mal conseguimos imaginar.

“O trabalho, como conhecemos hoje, vai se tornar muito mais fluido”, antecipa Isadora, que atua há mais de 15 anos na área de RH. “Se boa parte das nossas tarefas pode ser automatizada e realizada com mais eficiência pela inteligência artificial (IA), o que faremos com esse tempo extra? A resposta pode estar na forma como nos relacionamos com as empresas e projetos.”

A ideia de um emprego fixo e um job description bem definido pode estar com os dias contados. Em vez disso, veremos profissionais sendo chamados para resolver desafios pontuais, independentemente do vínculo formal com a empresa.

“Hoje, definimos o nosso trabalho baseado nas funções do job description. Isso deverá acabar em algum momento e viveremos muito mais na lógica de: se a empresa tem um desafio e há uma pessoa que sabe como resolvê-lo, vamos colocar a habilidade dessa pessoa à disposição pelo tempo do projeto. Depois, seguir para outros desafios. Você não terá mais um job description, mas uma habilidade à disposição de uma ou mais empresas.” 

Nesta entrevista para o Blog da Alice, Isadora compartilha como a curiosidade será peça-chave dos talentos no futuro, como as tecnologias de inteligência artificial já estão aprimorando as habilidades humanas e o resgate da nossa saúde social. Confira!

Um dos temas que você compartilhou no LinkedIn, e que foi discutido durante o SXSW, era que “o futuro do trabalho pertence aos curiosos, não aos especialistas”, e que as empresas deveriam buscar valores, habilidades, adaptabilidade e diversidade de experiências no momento de contratação – mais do que apenas a capacidade técnica do profissional. Na sua opinião, o que isso implica na rotina e nas entregas e evolução das empresas?    

O tema das habilidades humanas é muito, muito fundamental. Buscar pessoas mais curiosas significa, basicamente, que o conhecimento específico e profundo em determinados temas vai perder valor ao longo do tempo, no futuro do trabalho. 

Na palestra do Ian Beacraft (futurista, estrategista e especialista em IA), ele destacou que 99% da internet já está mapeada. Então, todo o conhecimento já está na internet. Conhecer algo não tem mais tanto valor quanto saber conectar os conhecimentos.

Em que sentido?

Mais importante serão pessoas capazes de conectar diversos conhecimentos e trazê-los para a mesa de uma forma que resolva problemas reais. A beleza da inteligência humana está em poder conectar essas partes diferentes e colocá-las juntas. Por isso a curiosidade é muito importante, assim como a capacidade de aprender coisas novas – e essas são habilidades muito básicas do ser humano. 

E o papel da inteligência artificial nesse processo?

Entra como potencializador. O artificial, aqui, potencializa a inteligência humana. E as organizações e o Recursos Humanos têm a missão de decodificar a base de conhecimento dentro das companhias. Na sua fala, Ian também destaca que só 1% das empresas conseguiram decodificar esses conhecimentos dentro das próprias organizações. Hoje, essas são informações mais fáceis de serem acessadas. Cabe ao RH identificar quais são os data points que ele consegue conectar para solucionar problemas e propor ideias novas dentro da companhia. 

Houve uma mudança no discurso sobre o uso da inteligência artificial entre a primeira vez que você foi ao SXSW e a edição deste ano?

Esta é a segunda vez que eu vou ao SXSW e, em 2023, o ChatGPT tinha acabado de ser lançado. Na edição daquele ano, a inteligência artificial dominou as pautas, e as conversas eram mais sobre o que iria acontecer e o que essa tecnologia iria transformar. 

Neste ano, vi um equilíbrio muito maior entre as pautas “para onde a tecnologia está evoluindo” versus “como está o humano em relação a essa tecnologia”, e outras tantas sobre o que as pessoas estão fazendo para não só consumir essa tecnologia, mas fazer o melhor uso dela para sua produtividade. E teve um viés muito forte de saúde também, especialmente do ponto de vista de saúde social. 

Como podemos definir essa saúde social?

No primeiro dia do SXSW, uma das sessões que mais me chamaram a atenção foi da Kasley Killam (especialista americana em saúde social), que abordou o futuro da saúde social. Nós temos três pilares de saúde: física, mental e social, que se refere ao cuidado nas relações.

Saúde social é nossa capacidade de nos conectarmos enquanto comunidade e construirmos juntos. Segundo Kasley, uma em cada quatro pessoas está vivendo ou experienciando a solidão, por algum motivo.

Ao descrever as 9 tendências para o RH em 2025, a Harvard Business Review traz, em oitavo lugar, a solidão enquanto um risco do negócio ou um risco empresarial – e não apenas um desafio, um obstáculo para o bem-estar dos colaboradores. 

Isso porque, segundo a publicação, quando os funcionários se sentem solitários, os níveis de engajamento e de performance caem. 

Um levantamento da Gartner de 2024 com 18 mil funcionários mostrou que apenas 29% dos entrevistados se diziam satisfeitos com as interações que eles tinham com seus colegas de trabalho. Em 2021, esse percentual era de 36%, o que demonstra uma redução significativa.

Mesmo quem está conectado em muitas redes sociais e acompanhando tudo que acontece ali, com quem essa pessoa está se relacionando? Onde ela está? Isso cria uma certa dissociação das relações humanas, e a Kasley aponta que precisamos tratar desse tema como um pilar de saúde porque somos seres sociais. 

Cada vez mais, as empresas estão incentivando os colaboradores a irem presencialmente aos escritórios, fomentando essas trocas presenciais. Como funciona na Flash e quais benefícios vocês observam?

Temos ido duas vezes por semana ao escritório, e a gente percebe muitas conversas novas acontecendo quando essas idas são intencionais. Ninguém quer que as pessoas vão para o escritório, mas fiquem o dia inteiro com o fone de ouvido, sentadas cada uma em um canto. Estar ali significa estar em contato com equipes com as quais você tem maior sinergia e essa troca tende a trazer novos insights e novas ideias. 

Para finalizar, um dos debates durante o SXSW foi sobre como a IA está sendo usada para avançar nas habilidades profissionais, e não para substituir essas funções. Na sua opinião, essa percepção da IA já é predominante, ou ainda existe uma grande insegurança?

Acho que ainda há uma resistência grande em relação ao uso da inteligência artificial nas funções. Vemos muitas pessoas ainda pensando que, se a ferramenta resolve boa parte das minhas tarefas, o que eu vou fazer? Mas o futuro do trabalho é algo que a gente ainda não consegue tangibilizar. Amanhã, o trabalho será mais fluido. 

Se boa parte daquilo que você faz hoje pode ser automatizado e ser melhor executado pela inteligência artificial, você vai poder dedicar mais tempo para outras coisas, inclusive para outras empresas e projetos. 

Hoje, definimos o nosso trabalho baseado nas funções do job description. Isso deverá acabar em algum momento e viveremos muito mais na lógica de: se a empresa tem um desafio e há uma pessoa que sabe como resolvê-lo, vamos colocar a habilidade dessa pessoa à disposição pelo tempo do projeto. Depois, ela segue para outros projetos, outros desafios. 

Você não terá mais um job description, mas uma habilidade à disposição de uma ou mais empresas.

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