“Melhorou ou piorou?”, questiona o profissional na consulta oftalmológica. Enquanto seu rosto está encostado em uma máquina que imita óculos gigantescos, e as lentes mudam na tentativa de descobrir quão difícil está sendo enxergar, você já não se lembra mais qual era a diferença entre as letras {ou imagens}. E a resposta mais comum vem a galope: “hãã, acho que melhorou”, sem ter certeza absoluta de nada, e pede para voltar as lentes só mais uma vez.
Se esse cenário faz parte da sua rotina anual, nós temos uma boa notícia. Os exames oftalmológicos que visam o rastreamento de doenças dos olhos são indicados em um intervalo que pode ser de até uma década {pelo menos até os 35 anos de idade}, segundo as recomendações da Associação norte-americana de Oftalmologia. Depois dessa faixa etária, como as doenças tendem a ser mais comuns, o intervalo para o rastreio também diminui.
De acordo com Cássia Regina Suzuki, médica oftalmologista e líder da especialidade na Alice, as consultas com os exames de triagem têm datas certas para acontecer. São elas:
Crianças com 1, 3 e 5 anos: pelo menos uma consulta a cada um desses anos {mas sempre que tiver dúvidas ou suspeitas, vale entrar em contato com os profissionais de saúde, já que o olho da criança muda conforme o crescimento};
Dos 20 aos 30 anos: uma consulta.
Dos 30 aos 35 anos: mais uma consulta.
Dos 35 aos 40 anos: outra consulta.
Dos 40 aos 65 anos: pelo menos mais uma consulta, porque o envelhecimento aumenta o risco de surgimento das condições oftalmológicas {e a tendência é que os exames sejam mais frequentes conforme os diagnósticos}.
A partir dos 65 anos: uma consulta anual ou a cada dois anos, segundo as recomendações da Associação norte-americana de Oftalmologia.
Isso não significa que todo mundo só vai precisar fazer os exames uma vez a cada década de vida {embora algumas pessoas, sim}. No caso de quem tem ametropias mais graves {doenças oculares devido a erros refrativos, como a miopia, que é a dificuldade em focar em objetos distantes}, o intervalo tende a ser menor para acompanhar a evolução dessas condições. E o tempo exato desta frequência vai ser determinado entre os profissionais de saúde e a pessoa.
“Uma consulta, com esse espaçamento de tempo, serve como rastreio. Mas se a gente perceber algo fora do comum, como uma alta miopia ou alta hipermetropia, isso muda a frequência. Pessoas que coçam muito o olho, como quem é alérgico, também têm um intervalo de rastreio menor”, explica a médica. Para esses casos, ela destaca o risco de ceratocone, doença que afeta a estrutura da córnea, e está associada à pressão que se aplica ao coçar o olho.
O intervalo dos exames também deve ser menor se a pessoa tiver alguma doença crônica, como hipertensão, diabetes e condições reumatológicas – que aumentam o risco de inflamação ocular e, no caso de diabetes, da retinopatia diabética. Outro fator importante é o histórico familiar de alguma doença visual.
“Sempre que a pessoa tiver alguma predisposição que aumente o risco de uma doença ocular, temos que avaliar com mais frequência. Mas, nas pessoas sem nenhuma condição, esse é o intervalo preconizado. Mesmo entre quem usa óculos”, destaca Suzuki.
>> O que você deve saber antes de consultar um oftalmologista?
Óculos e lentes de contato: quando devo examinar os olhos?
Quem faz uso de óculos não precisa fazer os exames oftalmológicos com a mesma frequência de quem optou pelas lentes de contato, segundo a médica.
“Usar lentes de contato já demanda menor intervalo dos exames porque é um corpo estranho que a gente coloca no olho. Não é um olho que vive em condições normais e que respira, como é o caso de quem usa apenas os óculos”, explica.
A Associação norte-americana de Oftalmologia recomenda exames anuais aos usuários das lentes.
Visão embaçada: o que prestar atenção após os 40 anos?
Os anos passam e os olhos envelhecem junto com a gente. A presbiopia {conhecida popularmente como a vista cansada} é a primeira condição comum a surgir a partir dos 40 anos, segundo Suzuki.
Com o envelhecimento do cristalino, ou a lente do olho, fica mais difícil focar em objetos próximos e a pessoa tende a, cada vez mais, afastar o alvo para conseguir enxergar. A solução são os chamados óculos para perto.
Catarata, retinopatia diabética e hipertensiva, glaucoma e a degeneração macular também tendem a surgir com o envelhecimento, e são rastreadas a partir dos 40 anos.
“Às vezes as pessoas acham que o olho está muito desligado do restante do corpo, mas não é assim. Temos um trabalho muito importante junto com o médico de família porque algumas condições clínicas, seja qual for a idade, podem levar a algum comprometimento ocular”, reforça a médica.
>> A medicina e a filosofia como bússolas da oftalmologista Cássia Suzuki
Exames de rastreamento versus pessoas com sintomas
Vale lembrar que os exames de rastreamento buscam doenças oftalmológicas em pessoas sem sintomas, na tentativa de identificar precocemente alguma condição que possa prejudicar a visão.
Caso tenha algum sintoma, os exames podem ser indicados a qualquer idade, visto que o objetivo muda de rastreio para diagnóstico. Entre os exemplos destacados pela Associação norte-americana de Oftalmologia estão:
- Infecção, lesão ou dor no olho;
- Surgimento repentino de flashes, padrões de luz ou moscas volantes na visão.
Exames oftalmológicos: quais são?
Há muito a ser observado nos olhos durante o rastreamento, segundo Suzuki. Para isso, são feitos vários exames.
Primeiro, o exame de acuidade visual – aquele que verifica quão bem você consegue enxergar. Nesse exame, os olhos são testados um de cada vez, e é possível determinar os erros de refração da visão mais comuns, como a miopia, astigmatismo ou hipermetropia.
- Miopia: condição em que a visão de longe é prejudicada;
- Astigmatismo: condição em que, seja perto ou distante, os objetos sofrem uma distorção na visão;
- Hipermetropia: condição em que a visão de perto é prejudicada.
Depois é realizado o exame de motricidade ocular, em que a pessoa segue algum objeto com os olhos. Este teste verifica o alinhamento e movimento dos olhos, além da musculatura, e o objetivo é identificar qualquer sinal de estrabismo ou de desvio.
Os profissionais também aproveitam o rastreamento para verificar os reflexos das pupilas, testando o nervo óptico. O exame pode contar com a ajuda de uma lanterna {já experimentou fechar um olho e observar a pupila do outro aumentar de repente?}.
Segundo Suzuki, os exames de biomicroscopia observam toda a parte anterior do olho, enquanto que o mapeamento da retina verifica a área posterior. “Fazemos também o campo visual de confrontação, para avaliar o campo visual da pessoa, e a tonometria, que verifica a pressão intraocular”, detalha.
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