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“Qualquer pessoa consegue se desenvolver em IA”: uma conversa com Vanessa Togniolli, CHRO da Numen

Em entrevista ao Blog da Alice, Vanessa reflete sobre como o uso das inteligências artificiais redefine o papel dos RHs e acelera a inovação nas empresas. 

“Qualquer pessoa consegue se desenvolver em IA”: uma conversa com Vanessa Togniolli, CHRO da Numen

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Quando pensamos nas estruturas das empresas antes do surgimento – e da disseminação – das inteligências artificiais, soava estranho associar o RH como uma área tecnológica por si só. Essa não é mais a realidade, e uma das vanguardistas dessa mudança foi a Vanessa Togniolli, CHRO da Numen.

Formada em Ciências da Computação pela Universidade Estadual Paulista (Unesp), Vanessa passou o início da carreira criando códigos e imersa nas novidades tecnológicas – até que um curso de coaching a fez refletir sobre o que mais a interessava: resolver problemas de pessoas, ou codar?

“Eu gosto de problemas”, refletiu Togniolli, que logo migrou para gerente de projetos de RH, depois gerente sênior, executiva e diretora da CI&T, onde ficou por quase 18 anos. Há quase um ano, ela ocupa a função de CHRO da Numen.

Mas a migração de área não tirou a tecnologia da sua rotina. Pelo contrário, Vanessa percebeu a urgência em mesclar esses dois universos.

“Na época, como não tinha ninguém que entendia de tecnologia no RH, era muito mais fácil que eles fossem ‘enganados’ pelo time de Tecnologia de Informação, o famoso T.I. Muitas vezes a gente ouvia a resposta de ‘não, isso não dá para fazer’, e eu cheguei com outra pegada, dando os caminhos de como poderia, sim, ser feito. Eu fui amada e odiada pela galera de T.I.”

Nesta entrevista ao Blog da Alice, Vanessa argumenta sobre a importância das ferramentas de IA no dia a dia dos RHs – e das empresas -, exemplifica rotinas que ajudaram a incorporar a tecnologia e destaca para onde a área deveria mirar daqui para frente. Confira!

Embora a tecnologia tenha sempre permeado as empresas, houve uma evolução no uso dessas ferramentas pelo RH nos últimos anos, correto? Na sua opinião, esse caminho já está mais fluido agora?

Eu acho que não existe um muito mais fácil ou mais difícil. Vamos vivendo as fases de cada jornada. Na CI&T, eu tive a oportunidade de estar na vanguarda, e isso tem dois lados: o maravilhoso, que é o lado de “nossa, eu consigo desbravar, criar e ter autonomia”; e o lado mais complexo, de que tudo que vou fazer demora mais tempo, porque temos que descobrir tudo do zero. Não tem um benchmark ou uma reunião com um colega que já fez a mesma coisa.

Você pode trazer um exemplo?

Naquela época, a minha primeira grande missão foi construir o People Analytics. Como ter os dados armazenados das pessoas em uma única fonte de informação, e como as pessoas interagem com isso? Como possibilitar ao colaborador atualizar um comprovante de endereço, por exemplo, ou ter acesso ao seu histórico, com os cargos pelos quais ele passou, as funções que desempenhou, os resultados das avaliações de performance.

Eu fui construindo esse caminho ao longo do tempo, com os desafios que foram aparecendo, até a chegada da inteligência artificial. Sempre que se fala de inovação e tecnologias diferentes, eu me interesso muito e leio, estudo, converso muito no mercado com os colegas e outros CHROs. E quando se começou a falar na IA generativa, eu entendi que havia grandes chances de melhorar a nossa qualidade de vida.

De que forma?

A gente tinha acabado de sair de um ciclo em que se falava muito da semana de quatro dias e, com essa tecnologia, havia a sensação de que agora iria dar certo. Isso porque, agora, a gente iria entregar resultados potencializados pela IA. E a preocupação era em como organizar e começar a testar. Nada mais era do que um grande mar de testes.

Na sua opinião, ainda estamos em meio a um “mar de testes”, ou já estamos em um momento de “terra à vista”? 

Tem de tudo um pouco ainda. Muitas empresas surfaram a onda no início e, hoje, já estão mais maduras, inclusive pivotando os seus próprios negócios. O que era disruptível há dois, três anos, talvez hoje não seja mais. A transformação em commodity está muito mais rápida, e os negócios estão tendo que reagir a isso.

Mas se a gente aprende a olhar para essas tecnologias, a velocidade de pivotar e fazer diferente, o resto a gente também aprende. O fazer é, na minha opinião, o “menos difícil”. O mais complicado é abraçar a ideia de abandonar o que foi feito até aqui, e pivotar. E tem muita gente que já amadureceu, e está conseguindo fazer isso de forma bem tranquila agora.

E tem muita gente que ainda está naquele momento de achar que basta colocar alguma coisa em um produto e isso vai fazer com que ele venda. Isso até tira um pouco da seriedade do tema, e traz para um lugar de descrédito.

Você pode trazer um exemplo?

Uma vez avaliei um fornecedor que dizia ter uma ferramenta que usava IA de forma preditiva. Eu perguntei em que sentido era preditiva, e ele respondeu que ela predizia turnover. A gente já tinha uma ferramenta, desenvolvida por nós, que predizia turnover. Perguntei de que forma o produto dele funcionava e ele respondeu que analisava os dados do passado e dizia quais áreas da empresa estavam perdendo mais pessoas.

Isso não é IA, não é predição, é analytics. Então ainda tem, em alguns casos, muita confusão.

E ainda vejo um mercado que está procurando um nicho, que foca em resolver questões específicas. Mas quem está mais à frente, hoje, são as pessoas que estão trabalhando com multiagentes (sistemas que combinam diferentes modelos ou funções para atuar de forma integrada). Quem está construindo ferramentas que unifiquem múltiplos interesses e disciplinas e que consigam, através de um só canal, trazer as soluções ou provocações.

Provocações, em que sentido?

Com a IA generativa, você pergunta, ela responde. Ela não faz nada proativamente. Ela não analisa o seu banco de dados, tem um insight e te avisa de qualquer problema. Já o agente faz isso.

Quem está olhando puramente para a eficiência dessas tecnologias, diminuir custo e aumentar produtividade já está ficando para trás. Isso, teoricamente, já está resolvido. Se você ainda não otimizou, nem trocou capital intelectual por operação e automatização, corre atrás disso. A gente deveria estar olhando para frente.

E como é esse futuro?

O case do IFood é um exemplo. Eles têm 7 mil colaboradores headcounts e estão planejando ter 7 mil agentes. Cada pessoa vai ter um agente para colocar debaixo do braço e chamar de seu. Esse assunto precisa estar na nossa mesa de discussão porque esse é o futuro que a gente vai administrar.

No seu perfil no LinkedIn, você menciona que “a dúvida é um espaço fértil”. Uma pesquisa divulgada pela Harvard Business Review mostra que a curiosidade melhora decisões, reduz o viés e fortalece a colaboração – mas apenas 25% dos colaboradores se sentem, de fato, curiosos no trabalho. Quais rituais ou espaços você sugere que possam incentivar a inovação – especialmente no contexto das IAs?

Algo que deu muito certo foi um programa de inovação que fizemos na CI&T. Logo na primeira edição, fomos bem intencionais. A gente queria pessoas que poderiam multiplicar o conhecimento da inteligência artificial para os seus times. Então, elas submeteram algumas propostas de problemas que elas acreditavam que poderiam usar IA para resolver, e cinco projetos foram selecionados. O programa durou três meses e contou com visitas em algumas empresas que fazem inovação, que têm um RH com mindset diferente – a Alice foi uma delas!

Eu tinha 240 pessoas do meu time de RH global e eu pude ver pessoas – que nunca tinham feito um código na vida – mostrando como elas automatizaram seus processos, ganharam eficiência, demonstrando soluções reais.

O que floresceu ali foi muito bonito, e a partir disso eu acredito muito que qualquer pessoa consegue se desenvolver nessa tecnologia. Temos muitos desafios relacionados à desigualdade de acesso, mas é uma tecnologia com intencionalidade de democratização, de dar mais poder às pessoas para fazer diferente, se reinventar, ser múltipla.

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