Transtornos e riscos psicossociais no trabalho: entenda os impactos

A forma como trabalhamos mudou e, com ela, surgiram novas preocupações com a saúde mental no ambiente corporativo.

O significado de psicossociais envolve aspectos da organização, gestão e relações de trabalho que podem causar estresse, adoecimento e impacto direto na qualidade de vida dos profissionais.

Confira abaixo como minimizar os riscos psicossociais e cuidar do bem-estar do seu time.

O que são riscos psicossociais e seu significado?

De forma simples, riscos psicossociais são fatores do trabalho que podem gerar sofrimento mental ou emocional.

Isso inclui a sobrecarga de tarefas, pressão por metas, assédio moral, jornadas excessivas, insegurança no cargo, falta de autonomia, pouca valorização profissional e conflitos nas relações interpessoais.

Segundo dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT), um em cada cinco trabalhadores sofre com transtornos mentais relacionados ao ambiente de trabalho.

Veja também: 5 ideias de projetos para saúde mental nas empresas

Quais são os principais fatores de risco psicossocial?

O Ministério do Trabalho, por meio da nova NR-1, destaca alguns dos principais fatores psicossociais a serem observados:

• Carga de trabalho excessiva ou mal distribuída;
• Falta de clareza nas funções e responsabilidades;
• Falta de autonomia para tomar decisões;
• Insegurança quanto à estabilidade no emprego;
• Assédio moral, sexual ou discriminação;
• Falta de apoio por parte da liderança;
• Exigência de disponibilidade constante (inclusive fora do expediente).

De acordo com Thaís Millanez, psicóloga da Alice:

“A atualização da Norma Regulamentadora NR-1, que exige o Gerenciamento de Riscos Ocupacionais (GRO) e o Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR), torna a identificação e o controle dos riscos psicossociais uma obrigação legal para as empresas. É um avanço significativo que convida as organizações a reconhecerem a saúde mental como parte fundamental de um ambiente de trabalho seguro e saudável.”

Impactos na saúde dos colaboradores e nas empresas

Quando os riscos psicossociais não são tratados, o impacto vai além do indivíduo. Colaboradores adoecidos tendem a apresentar menor produtividade, mais afastamentos, maior rotatividade e dificuldade de engajamento.

Investir em programas de saúde emocional, capacitar lideranças e incentivar a escuta ativa são atitudes que ajudam a transformar a cultura organizacional.

“A exposição contínua a esses riscos psicossociais afeta a saúde mental de diversas formas. Inicialmente, podem surgir sintomas como cansaço persistente, dificuldades de concentração e irritabilidade. Com o tempo, esses sintomas podem evoluir para quadros mais sérios”, explica Thaís Millanez, psicóloga da Alice.

Veja também: Como promover mais saúde e bem-estar na sua empresa?

O papel das lideranças na prevenção

A gestão tem um papel central na saúde mental dos colaboradores e na mitigação dos riscos psicossociais não é diferente.

Não basta cobrar resultados: é necessário olhar para as pessoas, reconhecer esforços, oferecer feedbacks construtivos e estar atento aos sinais de alerta.

Entre os principais comportamentos de uma liderança saudável estão:

• Manter uma comunicação clara e transparente;
• Respeitar os limites da jornada de trabalho;
• Apoiar a construção de um ambiente seguro psicologicamente;
• Estimular a colaboração em vez da competitividade tóxica;
• Ser exemplo no cuidado com a própria saúde mental.

 “Os riscos psicossociais estão diretamente ligados ao desempenho, ao clima organizacional e à sustentabilidade do negócio. Líderes e RHs precisam enfrentar os riscos psicossociais como um tema estratégico, e implementar ações preventivas.”

Como as empresas podem agir?

O primeiro passo é reconhecer que os riscos psicossociais existem e que podem ser prevenidos.

De acordo com a psicóloga da Alice:

“A prevenção dos riscos psicossociais exige um olhar estratégico e contínuo das empresas. As empresas podem e devem atuar proativamente para criar um ambiente de trabalho mais saudável, que pode ser através de ações práticas.”

Ações simples, quando bem estruturadas, fazem toda a diferença. Veja algumas iniciativas possíveis:

• Mapeamento de riscos psicossociais com base em pesquisas de clima e escuta ativa;
• Criação de canais seguros e confidenciais de denúncia;
  
• Oferecimento de suporte psicológico ou parcerias com empresas especializadas;
• Flexibilização de horários ou adoção do modelo híbrido, quando possível;
• Promoção de campanhas de conscientização sobre saúde mental;
• Incentivo ao autocuidado e pausas durante o expediente.

Cada empresa pode (e deve) adaptar as ações à sua realidade. O importante é garantir que o bem-estar dos colaboradores esteja no centro da estratégia de gestão.

Veja também: Como promover mais saúde e bem-estar na sua empresa?

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