Na sua próxima ida ao supermercado, dê uma olhada com atenção nos rótulos dos alimentos e repare nas novidades.
Essas mudanças são fruto de anos de discussão entre diversos grupos da sociedade, e seu objetivo, segundo a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), é facilitar a leitura {e, claro, o entendimento} dos rótulos.
Veja só as principais mudanças:
- Os rótulos alimentares trarão um símbolo de lupa, que alertará se aquele produto tem alto teor de sódio, açúcar e gordura;
- Os valores nutricionais usarão como base 100 g ou 100 ml, e não mais xícaras, colheres e afins;
- Aquela tabelinha de nutrientes, chamada de Tabela de Informação Nutricional, terá apenas as cores preto e branco, para facilitar a leitura.
“Com as informações e alertas disponíveis, as pessoas tendem a se informar, comparar produtos entre si e fazer escolhas melhores”, afirma Camila Castello, nutricionista.
Entendendo os rótulos dos alimentos na prática
As embalagens nas gôndolas ficaram parecidas com este modelo. Veja o que cada ponto significa:
A lupa no rótulo indica os excessos logo de cara
Agora, basta bater o olho na embalagem para saber se ele tem altas quantidades de açúcar adicionado (que recebe os nomes de maltodextrina, melado, rapadura, caldo de cana), gordura saturada e sódio.
Essa informação estará indicada por meio de uma lupa na frente da embalagem. É o que os especialistas chamam de rotulagem nutricional frontal (ou FOP, que vem do inglês “front-of-package”).
“Muitas pessoas sabem que os refrigerantes têm bastante açúcar, mas nem sempre sabem que 1 lata (350 ml) contém 37 g de açúcar e que a OMS [Organização Mundial da Saúde] recomenda que o consumo de açúcar seja de, no máximo, 50 g por dia”, exemplifica Castello.
Os refrigerantes não serão os únicos a receberem a lupa. Depois de analisar os rótulos de 5 mil itens vendidos nos supermercados do Brasil, pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) concluíram que os alimentos que estão mais sujeitos ao selo de “alto em açúcar adicionado” são os achocolatados em pó, bombons, sorvetes cremosos, refrigerantes, bolos e biscoitos recheados.
Já o selo “alto em sódio” deverá aparecer em 78% dos molhos, caldos, sopas e temperos prontos, enquanto o “alto em gordura saturada” tenderá a ser impresso em 38% de hambúrgueres, salsichas e embutidos em geral.
Na prática, o grupo que mais terá a lupa no rótulo é o de alimentos ultraprocessados (que passaram por maior processamento industrial). Diversas pesquisas já ligaram esse grupo a maior risco de mortalidade, problemas cardíacos, obesidade, diabetes e até câncer.
Então, se não tem a lupa estampada, tá liberado? Não é bem assim. A nota de corte da Anvisa para os selos é considerada permissiva por alguns pesquisadores. Só recebem a lupa os produtos que tiverem quantidades maiores do que essas:
- Açúcar adicionado: 15 g ou mais por 100 g de alimentos sólidos e 7,5 g ou mais por 100 ml de alimentos líquidos;
- Gordura saturada: 6 g ou mais por 100 g de alimentos sólidos e 3 g ou mais por 100 ml de alimentos líquidos;
- Sódio: 600 g ou mais por 100 g de alimentos sólidos e 300 g ou mais por 100 ml de alimentos líquidos.
Para Camila Castello, nutricionista da Alice, o principal problema dessa marcação é só ter uma nota de corte — ou tem o selo ou não tem. E os alimentos que estão no meio termo, ou seja, não têm muito mas também não têm pouco de determinada substância?
“Isso faz com que o aviso apareça apenas para alimentos que têm doses muito elevadas desse nutriente. E nem sempre um produto que não tem selo é saudável”, defende.
Para ela, um sistema mais eficiente seria parecido com o usado no Reino Unido, que adotou uma espécie de “farol nutricional”. Nele, verde, amarelo e vermelho são usados para sinalizar doses baixas, médias e altas, respectivamente, desses ingredientes.
“Esse modelo permitiria que um alimento entrasse no farol amarelo, ou seja, não tem quantidades extremamente elevadas desses ingredientes, mas ainda tem que melhorar um bocado para ser considerado saudável.”
Por outro lado, o modelo binário (ter ou não ter o selo, sem meio termo) também pode trazer outro efeito colateral: a demonização de certos alimentos.
“Comer um chocolate pequeno de vez em quando não te trará danos à saúde de forma imediata. O problema mora no consumo em quantidades exageradas e no consumo frequente ao longo da vida. Acredito que a rotulagem nova ajudará muito, mas vamos precisar tomar cuidado para não cair no terrorismo nutricional”, pontua.
Mudanças na tabela nutricional
Se antes cada alimento tinha só uma base aleatória para calcular as calorias e nutrientes {xícaras, copos, colheres…}, agora, a base será sempre a mesma: 100 g ou 100 ml.
De acordo com Castello, essa decisão pode ser uma faca de dois gumes: ao mesmo tempo que facilita a comparação dos alimentos entre si, também pode confundir, pois nem sempre consumimos 100 g ou 100 ml de um alimento. Uma latinha de refrigerante, por exemplo, tem 350 ml, o que requer uma continha
“Para não se perder, recomendo olhar a marcação de ‘porções por embalagem’ e o tamanho da porção que virá descrito acima da tabela de informação nutricional.” Essa informação estará na terceira coluna.
Já que a comparação será mais fácil, por que não aproveitar essa vantagem? Faça o teste. Se quiser comprar um chocolate, dê uma olhada na segunda coluna da tabela (que tem 100 g como base de cálculo) e veja qual marca ou qual tipo tem o menor teor de açúcar. Ou, ao comprar um pão integral, cheque qual tem maior quantidade de fibras.
Lista de ingredientes
A nova rotulagem não mudou a forma de apresentar os itens de um alimento. Ela segue sendo descrita na ordem de quantidade — do ingrediente em maior quantidade para o de menor quantidade.
Se o primeiro nome da lista for “açúcar”, ele é o item em maior quantidade naquela fórmula. E, se a quantidade de termos for enorme {e com palavras esquisitas}, acenda o sinal amarelo.
“No geral, eu aconselho a comprar alimentos que tenham na lista nomes que você conhece e poderia ter na cozinha de casa. Essa é uma boa tática para reconhecermos um alimento ultraprocessado e preferir alimentos com menor processamento”, recomenda a nutricionista da Alice.
Ela também orienta o que chama de leitura crítica da lista.
“Sabe aquele pão vendido como integral, mas que tem a farinha de trigo refinada como primeiro ingrediente da lista? Então, ele não é integral de verdade, já que o ingrediente em maior quantidade não é uma farinha integral. E aquele biscoito que tem três ou quatro tipos de açúcar na lista de ingredientes, para que tudo isso?”
E aí, como ler os rótulos de alimentos sem criar neuras?
Parece muita coisa para checar, mas prometemos que a prática leva ao capricho {nem precisa de perfeição}.
A alma do negócio é entender que o rótulo foi feito para instruir, não para podar ou proibir.
“Com essa educação, você ganha autonomia para decidir o que gostaria de comer ou não nesse momento. Lembre-se que, de forma isolada, nenhum alimento faz mal ou faz bem. Tudo depende da quantidade, da qualidade, da frequência e do contexto”, reitera Castello.
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