Sua saúde

Quais são os riscos da automedicação contra dor de cabeça?

Analgésicos estão entre os melhores remédios para dor de cabeça, mas é importante saber como e quando usá-los.

Pessoa segura comprimido e copo de água

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A gente sabe que não é necessário procurar um profissional de saúde ou muito menos correr para o pronto-socorro do hospital toda vez que uma dor de cabeça aparecer. 

Por isso, em alguns casos, e sempre naqueles em que os sintomas forem leves, os profissionais da saúde autorizam que o paciente se automedique, explica Lívia Ces Guedes Pereira, médica da Alice, especializada em medicina de família e comunidade e formada na Escola de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) de Ribeirão Preto.

“Costumo dizer que automedicação só pode ser feita com remédios de menor risco, ou seja, analgésicos e antitérmicos, basicamente, a não ser que o paciente já tenha uma orientação específica para algum tratamento prévio”, ela complementa.

Qual o melhor remédio para dor de cabeça? 

Caso a pessoa não seja alérgica, explica a médica da Alice, os analgésicos dipirona e paracetamol são os medicamentos mais indicados e mais usados para aliviar dor de cabeça, pois são considerados de baixo risco.

No entanto, se a dor for recorrente, é bom investigar.

“Se você perceber que está tendo crise toda semana e já faz um mês, por exemplo, vale a pena buscar ajuda profissional para tentar entender. Não quer dizer que seja algo grave, mas precisa ter o acompanhamento correto e evitar que ocorra com tanta frequência.”

Normalmente, quem tem enxaqueca, que é um quadro crônico de cefaleia e presente no histórico familiar, já conhece os protocolos: como tratar e o que fazer para prevenir as crises, e isso inclui o uso de remédios.

“Mas, mesmo nesses casos, quando ocorre algo muito fora do padrão, vale a pena consultar um profissional de saúde para ter estratégias melhores e medicações corretas para reduzir a frequência das crises ou até prevenir”, diz ela. “Sempre quando alguma coisa acontece e está estranho, procure um profissional.”

Anti-inflamatórios costumam ser vetados para a automedicação, por não serem de tão baixo risco assim. 

“Se a pessoa faz uso prolongado de um anti-inflamatório ou usa uma dose mais alta, ela corre um risco maior, e algumas doenças, como a dengue, contraindicam o uso. Portanto, devem ter orientação profissional”, explica a médica.

Quais os perigos da automedicação?

Uma pesquisa de 2019 feita pelo Conselho Federal de Farmácia com o Instituto Datafolha revelou que a automedicação era um hábito comum a 77% dos brasileiros que tinham feito uso de remédios nos seis meses anteriores ao levantamento. 

Quase metade (47%) tinha se automedicado pelo menos uma vez por mês, e um quarto (25%) o fez todo dia ou pelo menos uma vez por semana.

A médica Lívia Pereira reforça que a automedicação só pode ser feita de forma pontual, nunca recorrente, apenas em casos leves ou moderados e nunca quando a dor de cabeça se manifestar associada a outros sintomas, como febre e tosse.

Um dos perigos da automedicação são os efeitos colaterais, porque por mais que um medicamento possa ser considerado de baixo risco, doses altas podem não ser metabolizadas pelo fígado e serem muito danosas ao organismo.

Além disso, há o risco de a automedicação mascarar a causa de uma dor de cabeça, ou seja, esconder um quadro mais grave por trás, sobretudo nos casos de cefaleias secundárias – quando elas são sintomas de outra doença, como dengue e covid-19.

“O que não pode é tomar um paracetamol, aí a dor melhora um pouquinho, aí dali a pouco você volta a sentir a dor e toma outra dose novamente. De repente você está há uma semana com dor, tomando remédio, sem investigar o que está acontecendo”, diz”. “Se você não for atrás do motivo daquela dor, se ficar simplesmente se medicando, a depender da causa, o problema pode se agravar e o tratamento adequado, atrasar”, diz Guedes Pereira.

Casos contraindicados de automedicação

A médica da Alice reforça que só adultos saudáveis podem se automedicar. Estão vetadas pessoas com alguma condição física prévia, como alergias previamente diagnosticadas a aquele tipo de medicação, pacientes com doenças renais ou no fígado ou com alguma questão que possa afetar o metabolismo dessas doenças ao tomar o medicamento. 

“Essa pessoa precisa checar com o médico que já faz normalmente o acompanhamento da doença dela para saber como proceder em situações de urgência”, orienta.

Outro grupo vetado para a automedicação são bebês e crianças, pois, segundo a especialista, eles possuem um padrão diferente para dor, além de usarem outras doses.

Importância de ler a bula

Normalmente, explica Guedes Pereira, as pessoas já têm um conhecimento de como usar o medicamento ao qual já estão acostumadas. Mas, se não for o caso, é de suma importância ler a bula, que hoje em dia vem com informações bem claras.

Segundo ela, o mais importante é atentar-se à quantidade do remédio que você vai tomar e também à frequência com que você pode usar aquela dose ao longo de um dia.

“Não dá para tomar um comprimido de dipirona agora, e daqui a uma hora tomar de novo e depois mais um, senão você vai exceder a dose no tempo. Na dúvida, o indicado é tomar uma dose e, no máximo, uma segunda dose depois de algumas horas, de acordo com o que está na bula. Mas, caso não esteja melhorando, não fique se automedicando e nem aumente a dose. Vá procurar atendimento médico”, diz.

O que pode ter no kit de primeiros socorros em casa?

Segundo a médica Lívia Ces Guedes Pereira, a lista de remédios que podem constar no seu kit de primeiros socorros é muito restrita, e geralmente são aqueles que estão no balcão da farmácia, que não exigem receita médica controlada. Os principais são:

  • Analgésicos e antitérmicos, como dipirona e paracetamol;
  • Alguns anti-inflamatórios, como ibuprofeno, mas com uso restrito (em casos de dengue, são contraindicados, por exemplo);
  • Antigripais;
  • Antialérgicos;
  • Remédio para náusea.

Todo o restante depende de uma avaliação profissional de um médico ou enfermeiro. E antibióticos estão vetados na automedicação – eles são indicados apenas em casos de infecção, e precisam ser tomados sob indicação médica, com dose e frequência muito bem estipuladas e cumpridas, para que não haja risco de resistência bacteriana. 

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