Todo mundo conhece a história de algum parente {pode até ser o seu} que bebeu uma taça de vinho todos os dias e viveu bastante. E talvez isso faça você pensar que um pouco de álcool não faz mal ou traga algum benefício, mas não é bem isso que a Ciência tem apontado.
Quanto beber de cerveja ou vinho em segurança?
A resposta pode não ser a que você esperava, mas nenhuma quantidade de álcool pode ser considerada segura à saúde, segundo o alerta mais recente da OMS (Organização Mundial da Saúde), divulgado em janeiro de 2023.
“Os riscos e danos associados ao consumo de álcool têm sido sistematicamente avaliados ao longo dos anos e estão bem documentados. (…) quando se fala em consumo de álcool, não há quantidades seguras para a saúde”, declara a entidade.
Mas e aquela história de que o vinho faz bem para o coração?
Um estudo que ficou famoso, publicado na revista científica Circulation em 2017, elaborou a tese de que os franceses, apesar de comerem tanta gordura saturada, têm uma boa saúde graças ao consumo de vinho, que traria uma possível proteção para o sistema cardiovascular a partir dos polifenóis da bebida.
Nos resultados, os pesquisadores concluíram: “apesar da falta de consenso no tipo específico de bebida que poderia ser benéfica ao coração, as evidências sugerem que os polifenóis e o etanol do vinho podem, sinergicamente, conferir benefícios contra doenças cardiovasculares crônicas, principalmente as doenças isquêmicas do coração”.
Reparou no trecho “falta de consenso”? Pois bem. E o alerta da OMS traz estudos mais atualizados sobre o assunto.
Além disso, a própria Federação Mundial do Coração, diante destes dados, destacou em um comunicado que, ao contrário do que se imaginava, o álcool não faz bem ao coração. E alguns dos motivos para não levar tão em consideração as pesquisas que mostram o contrário são:
- Nenhum estudo clínico randomizado e controlado {formato considerado padrão ouro dos estudos} confirmou os benefícios do álcool para a saúde;
- Estudos normalmente analisam populações mais velhas (acima de 55 anos) e caucasianos {ou seja, olham para um grupo específico};
- Alguns estudos que apresentavam resultados positivos tinham sido financiados por empresas que produziam bebidas alcoólicas;
- O uso do álcool é frequentemente associado a outros fatores de risco para o coração, como cigarro.
Beber causa câncer?
Além de o álcool ser considerado tóxico, psicoativo e gerar dependência, ele é classificado como uma substância carcinogênica do grupo 1 – o maior grupo de risco da Agência Internacional de Pesquisa em Câncer, ao lado do amianto, radiação e tabaco. São ao menos sete tipos de câncer associados à bebida, e os mais comuns são o do intestino e das mamas.
“Etanol (álcool) causa câncer por meio de mecanismos biológicos conforme o composto se quebra no corpo, o que significa que qualquer bebida que contenha álcool, seja qual for o preço ou a qualidade, representa um risco para o desenvolvimento do câncer”, segundo a OMS.
Mas, então, não podemos beber nada, nadinha? O risco aumenta conforme a quantidade de bebida que é ingerida, mas a OMS lembra que metade de todos os cânceres atribuídos ao álcool surge mesmo entre quem tem um consumo considerado “leve” ou “moderado”.
Afina, pode ou não pode beber?
Cada pessoa é livre para fazer as escolhas da própria vida, mas é importante que essas decisões sejam baseadas em informações de qualidade e análise de risco, concorda?
Sendo assim, não há proibição, mas vale saber como o álcool reage no corpo e priorizar o equilíbrio, conforme orienta Bruna Boromello, nutricionista da Alice, que trabalha com comportamentos alimentares.
“É muito difícil falar em não ingerir ou não consumir porque isso pode criar um gatilho de vontade e exagero, dificultando a relação da pessoa com a comida”, explica a nutricionista.
Até porque a gente sabe como o álcool está inserido em muitos momentos da nossa sociabilidade, incluindo {ou especialmente} os momentos de celebração.
Bebeu? Tome água
E a solução, então? Trabalhar com o “antídoto”. “Se a pessoa pergunta sobre as bebidas, nós reforçamos a importância da hidratação, porque a gente sabe que o álcool vai desidratar, causar danos metabólicos para as células hepáticas, além do coração. Então a gente pede para a pessoa tomar cuidado redobrado com a hidratação. Se tomar um gole de cerveja, toma outro de água”, explica Boromello.
O mesmo vale para outros tipos de bebidas, especialmente aquelas que parecem mais “leves”, como o gin {que ficou pop e está em praticamente todos os drinks}. “A hidratação é importante durante e no dia seguinte, associada a uma alimentação com vegetais, frutas com bastante água, como melão e melancia, para contribuir com os sintomas, como enjoo, náusea e dores estomacais”, detalha.
A nutricionista lembra também dos cuidados sociais se a pessoa escolher ingerir bebida alcoólica {e isso é saúde também}, como não dirigir e prestar atenção ao nível de inconsciência que pode vir. “Temos uma cultura da bebida alcoólica no Brasil e o impacto disso é o risco maior de acidentes de trânsito, problemas de ansiedade e depressão e os comportamentos impulsivos comuns quando as pessoas estão embriagadas.”
E se alguém acreditar que o álcool é a solução para dormir melhor depois de um dia agitado, por exemplo, mal sabe que a bebida pode, na verdade, prejudicar o descanso. Ou quem achar que misturar diferentes tipos de bebidas pode “amenizar” a ressaca, não é bem por aí.
Qual é a dose padrão para bebidas alcoólicas?
Dose padrão não se refere ao tamanho do copo, mas à quantidade de etanol presente na bebida – e esse valor varia de acordo com as instituições.
Assim, uma dose padrão, de acordo com a OMS, se refere a 10 g de etanol puro. Já o Instituto Norte-americano para Abuso do Álcool e Alcoolismo (NIAAA) considera a dose padrão como 14 g de etanol puro.
De acordo com dados do Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (CISA) {que é uma organização não governamental}, não há definições oficiais para dose padrão no Brasil, mas a medida pode ser considerada como 14 g de etanol puro, a partir de referências e volumes/teores alcoólicos praticados no país.
Sendo assim, no Brasil: 1 dose padrão = 14 g de etanol puro, ou:
- 350 mL de cerveja {ou uma lata};
- 150 mL de vinho {ou uma taça};
- 45 mL de bebidas destiladas {ou um copo para shot}.
Ainda segundo a CISA, o consumo considerado “moderado” para os brasileiros é de até uma dose por dia, para as mulheres, e até duas doses por dia, para os homens.
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