Habilidades e competências: o que são e quais as diferenças?

O mundo corporativo está cada vez mais competitivo. Tanto para quem busca novas oportunidades como para quem procura talentos. Os motivos são inúmeros, desde resquícios dos efeitos da pandemia da covid-19 na economia até, mais recentemente, aos avanços da inteligência artificial e das preocupações sócio-ambientais.

Nesse sentido, é fundamental compreender os atributos essenciais que cada colaborador deve ter. Noções sobre as principais habilidades e as competências exigidas precisam estar bem claras na mente dos recrutadores. E, sobretudo, na mente dos próprios profissionais.

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Embora pareçam semelhantes e muitas vezes até sejam utilizados como sinônimos, esses dois conceitos (habilidades e competências) possuem diferenças e nuances entre eles.

Enquanto as habilidades podem ser facilmente treinadas e mensuradas, as competências exigem um desenvolvimento mais holístico que considera o contexto do trabalho e as interações sociais.

Veja mais detalhes neste artigo.

O que são habilidades?

Habilidades costumam ser conhecimentos aprendidos e aplicados de forma eficaz na execução de alguma tarefa. Essas tarefas podem ser de natureza:

• Técnica – envolvem a capacidade de manusear ferramentas, equipamentos ou softwares específico, como programação ou operação de máquinas na indústria;
• Interpessoal: como comunicação efetiva com outras pessoas e/ou trabalho em equipe;
• Cognitiva: relacionada ao raciocínio, como análise crítica e resolução de problemas etc.

As habilidades são frequentemente aprendidas por meio de treinamento ou experiência prática. Um profissional pode desenvolver a habilidade de programar em uma linguagem específica ou de liderar uma equipe.

Um exemplo concreto: em um processo decisório em negócios, possuir certas habilidades são importantes, como conhecimentos de orçamento, pesquisa de mercado e estratégia competitiva.

O que são competências?

Já o conceito de competência tende a ser mais amplo, levando em consideração não só os conhecimentos que compõem as habilidades, mas também atitudes que levam à capacidade de fazer algo com sucesso ou eficiência.

Nesse sentido, competências refletem a capacidade de aplicar as habilidades em contextos variados, integrando aspectos como comportamento, valores e a forma como um indivíduo se relaciona com os outros e com o ambiente de trabalho.

Em suma, as competências seriam uma combinação de: “o quê” (habilidades) com “como” (atitudes e comportamentos):

• Habilidades: o que a pessoa sabe fazer;
• Conhecimento: o que a pessoa sabe sobre um assunto específico.
• Atitude: a forma como a pessoa se comporta e interage no ambiente de trabalho.

Pra ficar no mesmo exemplo, a capacidade de tomar decisões de negócios em variados contextos e situações seria uma competência.

Alguns pontos-chave em que os conceitos divergem

• Escopo do trabalho:

• Habilidades: são mais específicas e focadas em tarefas concretas;
• Competências: são mais abrangentes, envolvendo habilidades, conhecimentos e atitudes.

• Natureza do trabalho:

• Habilidades: podem ser inatas ou, na maioria das vezes, adquiridas por meio de treinamento.
• Competências: geralmente desenvolvidas ao longo do tempo com experiência e aprendizado contínuo.
• Foco:

• Habilidades: Respondem à pergunta “O quê?” – o que a pessoa é capaz de fazer.
• Competências: Respondem à pergunta “Como?” – como a pessoa aplica suas habilidades em situações reais para alcançar resultados.

A importância de saber diferenciar um do outro

Entender a diferença entre os conceitos é essencial na gestão de talentos ou na busca por novas oportunidades de trabalho.

No caso de um profissional de recursos humanos, ele deve saber identificar tais aspectos de forma objetiva em um currículo ou na entrevista de emprego.

No caso de um indivíduo em busca de uma nova oportunidade no mercado de trabalho, ele deve saber refletir sobre sua trajetória profissional, fazendo a distinção entre seus atributos.

As empresas que reconhecem essa distinção podem melhorar seus processos de recrutamento, treinamento e avaliação de desempenho, garantindo um desempenho eficaz em equipe e no ambiente organizacional.

Veja em quais processos a distinção dos conceitos pode ser útil na gestão das empresas:

• Definir perfis de cargos: identificar as habilidades e competências necessárias para cada função ajuda na seleção e recrutamento;
• Desenvolver treinamentos eficazes: programas de capacitação devem focar tanto no desenvolvimento de habilidades quanto na formação de competências.
• Avaliar desempenho: avaliações devem considerar não apenas o que os colaboradores sabem fazer, mas também como aplicam esse conhecimento no dia a dia.

As habilidades mais desejáveis para o futuro

Um relatório sobre o futuro dos empregos, publicado pelo Fórum Econômico Mundial em 2023, trouxe alguns insights sobre como serão as habilidades mais desejáveis pelo mundo corporativo até 2027. Veja a seguir:

Futuro do trabalho: quais são as tendências e previsões?

• 44% das habilidades dos trabalhadores passarão por um processo disruptivo nos próximos anos, estimaram empresas e empregadores em geral;
• Habilidades cognitivas são as que mais ganharão importância no futuro. Isso é uma reflexão da importância cada vez maior da capacidade de resolução de problemas no ambiente de trabalho;
• Pensamento criativo também é uma habilidade que cresce em importância, em um ritmo mais veloz do que pensamento analítico, reportaram os entrevistados;
• Letramento digital/tecnológico é outra habilidade que crescerá em ritmo veloz;
• A eficácia individual é uma habilidade mais valorizada do que o trabalho em equipe, na escala de importância apontada pelas indústrias;
• As atitudes sócio-emocionais que mais vêm ganhando relevância são: curiosidade e vontade de aprendizado constante; resiliência, flexibilidade e agilidade; e motivação e lucidez;
• Pensamento sistêmico, inteligência artificial, big data, gestão de talentos e serviço ao consumidor completam o ranking das habilidades prioritárias.

Implicações para o mercado de trabalho

Essas habilidades, diz o relatório, são essenciais não apenas para a sobrevivência no mercado, mas também para o crescimento profissional em um cenário em constante evolução.

Por sua vez, as empresas estão cada vez mais buscando profissionais que não apenas possuam habilidades técnicas, mas que também sejam capazes de se adaptar rapidamente às mudanças e que tenham uma mentalidade voltada para a inovação.

Geração Z no mercado de trabalho: veja perfil e desafios

O documento destaca ainda que 68% das empresas acreditam que os consumidores estão se tornando cada vez mais mais conscientes sobre questões sociais e ambientais, exigindo que os trabalhadores também desenvolvam habilidades relacionadas à ética e à responsabilidade social e com o meio ambiente.

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