Atualizada em 23 de novembro de 2022.
O pior da pandemia da covid-19 parece ter ficado no passado — afinal, já estamos na quarta dose da vacina e a curva de mortes é bem menor do que a enfrentada em outros momentos, especialmente quando não havia imunizantes disponíveis.
Mas é preciso ser realista. Com a variante ômicron e o relaxamento das medidas de distanciamento e uso de máscara, o número de infecções e internações pela doença voltou a subir. Essa é a hora de voltarmos a reforçar como a vacina é importante.
Se você tem dúvidas sobre a vacinação contra covid-19, essa é a hora de tirá-las. Olha só:
Por que é importante se vacinar contra a covid-19?
A vacina tem como objetivo maior prevenir os casos graves da covid-19, justamente aqueles que demandam hospitalização e sobrecarregam os sistemas de saúde do país.
Ou seja, quanto maior o número de pessoas vacinadas, menor o número de pessoas que precisam de internação em leitos de hospitais. Além disso, quanto mais pessoas imunizadas, mais protegida será aquela população frente a determinado vírus — e ele, com o tempo, perde sua força de circulação.
Quais vacinas contra covid-19 estão sendo aplicadas no Brasil?
No Brasil há atualmente quatro vacinas disponíveis para a população por meio do Plano Nacional de Imunização (PNI):
- Butantan Sinovac, conhecida como CoronaVac;
- AstraZeneca, distribuída pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz);
- Comirnaty, comumente chamada pelo nome das fabricantes Pfizer/BioNTech;
- Jcovden, que também é mais conhecida pelo nome da sua fabricante, a farmacêutica Janssen.
Essas vacinas contra covid-19 protegem contra a variante ômicron?
As vacinas das fabricantes Pfizer/BioNTech e Moderna já foram atualizadas com as subvariantes da ômicron na fórmula e aprovadas para uso no Brasil pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) em caráter emergencial.
Mas isso não significa que as vacinas de primeira geração que temos hoje no país sejam inúteis. Além de terem nos ajudado a achatar a curva de contaminação e mortes, elas ainda têm eficácia contra a ômicron.
De acordo com dados apresentados pelas empresas Pfizer e BioNTech, a dose de reforço aumenta consideravelmente a capacidade do sistema imunológico de se defender contra a ômicron. No estudo, as farmacêuticas afirmaram que “indivíduos vacinados ainda parecem estar protegidos contra as formas mais graves da doença”.
Quantas doses de reforço da vacina contra covid-19 estão disponíveis?
De acordo com o Plano Nacional de Imunização, atualmente, estão disponíveis três doses de reforço da vacina para quem tomou CoronaVac, AstraZeneca ou Pfizer {totalizando quatro picadinhas}, e duas doses para quem tomou o imunizante da Janssen como primeira dose {totalizando três vacinações}.
Cada cidade tem um calendário de vacinação. Em São Paulo, por exemplo, a quarta dose pode ser tomada por qualquer pessoa maior de 18 anos que tenha tomado a terceira dose há pelo menos quatro meses.
Já a quinta dose — ou quarto reforço — já pode ser aplicada em maiores de 18 anos com alto grau de imunossupressão e que tenham tomado a quarta aplicação há quatro meses ou mais.
Adolescentes de 12 a 17 podem tomar a terceira dose depois de, pelo menos, quatro meses da aplicação da segunda vacinação contra covid-19. Por ora, crianças de 3 a 11 anos só podem tomar a primeira dose, assim como bebês de 6 meses a 2 anos de idade com comorbidade, deficiência permanente, imunossupressão e indígenas.
Na dúvida, vale checar no site da prefeitura da sua cidade ou entrar em contato com a UBS mais próxima.
Quem não pode tomar vacina contra covid-19?
A principal contraindicação é para quem teve uma reação alérgica grave (como anafilaxia, com sintomas desde inchaços até desmaios e dificuldade de respirar) em alguma dose anterior ou a qualquer componente da fórmula, segundo a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm).
As vacinas AstraZeneca e Janssen são contraindicadas para gestantes, puérperas e pessoas com histórico de síndrome de extravasamento capilar — uma condição bem rara que leva ao vazamento de fluido de pequenos vasos sanguíneos chamados de capilares, podendo causar inchaço e pressão baixa.
Outra contraindicação da AstraZeneca é para quem sofreu com trombose venosa e/ou arterial importante em combinação com trombocitopenia em doses anteriores de qualquer fabricante.
Quem está gripado pode tomar a vacina de covid-19?
Está com febre e/ou algum sintoma respiratório que pareça gripe ou resfriado? Melhor programar a vacinação para quando estiver plenamente recuperado(a). Essa medida serve para evitar que os sintomas gripais se confundam com a imunização em si.
Quanto tempo dura a imunidade da vacina contra covid-19?
Os cientistas ainda estão colhendo dados sobre a duração da imunidade. O que se sabe, segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), é que a resposta imunológica da maioria das pessoas que se recuperaram da covid-19 proporciona, pelo menos, seis meses de proteção contra a reinfecção.
Usando este dado como base, a OMS (Organização Mundial da Saúde) recomenda a administração do reforço de quatro a seis meses depois da última dose de vacina tomada ou o mais rápido possível após os 6 meses.
A vacina contra covid-19 tem efeitos colaterais?
Efeitos colaterais não são específicos das vacinas contra a covid-19. Todos os tipos de imunizantes apresentam possibilidades de efeitos adversos e passageiros.
Em relação às vacinas autorizadas no combate à pandemia, os efeitos mais comuns, de acordo com a Organização Mundial da Saúde, são:
- Febre;
- Fadiga;
- Dor de cabeça;
- Dor no corpo;
- Calafrios;
- Náuseas;
- Dor no local da aplicação.
Os efeitos adversos pós-vacina, contudo, são leves e podem durar até cerca de três dias após a aplicação.
Em caso de mal-estar prolongado ou fora do período descrito acima, o indicado é buscar um profissional de saúde.
Qual é a diferença entre eficiência e eficácia da vacina contra covid-19?
A eficácia é a capacidade do imunizante em produzir proteção imunológica a um determinado agente, no caso, o vírus Sars-CoV-2.
Atingir a eficácia de 100% não é o objetivo primordial de nenhum imunizante {veja aqui como as vacinas funcionam}, uma vez que não se trata de uma estratégia de saúde individual, mas coletiva.
Enquanto a eficácia da vacina diz respeito aos dados obtidos por meio de estudos e testes clínicos com os voluntários da pesquisa, a efetividade indica o percentual real da vacina na população após a aplicação do imunizante.
Por isso, ao recusar uma vacina, a decisão não impacta apenas na saúde individual de uma pessoa, mas interfere na proteção de todos aqueles com quem ela convive.
Por que algumas pessoas vacinadas ainda ficam doentes?
Porque nenhuma vacina no mundo tem como objetivo alcançar 100% de eficácia. O papel dos imunizantes é diminuir a incidência de casos graves, reduzindo o risco de morte e a lotação dos hospitais.
Como as vacinas para covid-19 funcionm?
CoronaVac (Butantan)
A vacina do laboratório chinês Sinovac Biotech, produzida no Brasil pelo Instituto Butantan, de São Paulo, é feita a partir do vírus inativado. Essa tecnologia molecular é a mesma utilizada em outras vacinas, como a da gripe, a da poliomielite e da hepatite.
O vírus é cultivado e multiplicado numa cultura de células e depois passa por um processo de inativação por meio do calor ou de produtos químicos. Ao receber a vacina, o organismo entra em contato com as partes “mortas” ou inativadas do vírus.
Essas partes são incapazes de provocar a doença; apenas são utilizadas para o reconhecimento do nosso sistema imunológico, que começa a gerar os anticorpos necessários para combater o coronavírus.
As células, ao encontrarem as partes inativadas do vírus, ativam os linfócitos, responsáveis pela produção de anticorpos, que se ligam às partes do vírus e impedem a sua multiplicação e infecção de outras células humanas.
A produção de anticorpos começa a partir do momento que a vacina é aplicada, mas demanda um tempo até que o organismo realmente desenvolva uma proteção contra a doença.
Por isso, é importante manter os cuidados e a higiene mesmo após a aplicação da CoronaVac como forma de redução de chances de infecção.
Oxford/AstraZeneca (Fiocruz)
A vacina criada pela Universidade de Oxford, no Reino Unido, em parceria com o grupo farmacêutico AstraZeneca, é produzida e distribuída no Brasil pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
O acordo assinado entre as instituições garante à Fiocruz o acesso a milhões de doses do Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA), o “coração” da vacina, e permite a transferência da tecnologia para que o imunizante seja produzido nacionalmente.
O imunizante usa uma tecnologia conhecida como vetor viral não replicante a partir de um vírus modificado e enfraquecido, como um adenovírus (responsável pelo resfriado comum).
O adenovírus é modificado por meio de engenharia genética e se torna incapaz de se multiplicar em células humanas. Ao mesmo tempo, ele também passa a carregar o material genético do SARS-CoV-2 e se torna capaz de produzir uma proteína característica, chamada de espícula, ou “spike”.
Essa proteína é responsável por auxiliar que o vírus entre nas células humanas e cause a doença. Ao receber a vacina, o corpo humano reconhece o adenovírus e passa a produzir uma resposta imune contra toda célula que carregue a proteína spike.
Pfizer/BioNTech
Utiliza a tecnologia conhecida como mRNA ou RNA-mensageiro. Ao contrário dos outros imunizantes, esse tipo de tecnologia orienta o nosso organismo a produzir a própria proteína spike, que constitui o vírus SARS-Cov-2.
Por meio da engenharia genética, os cientistas replicaram a sequência de RNA que indica a produção da proteína e injetam esse conteúdo por meio do imunizante. A partir daí, esse material é entendido como um manual de instruções pelas células humanas, que reconhecem essa “cópia” e inicia-se a resposta do sistema imunológico.
A vacina da Pfizer também demanda uma segunda dose para completar o esquema de imunização. No Brasil, o Ministério da Saúde segue a orientação da OMS (Organização Mundial de Saúde) de aplicar a segunda dose em um intervalo de 12 semanas. No entanto, alguns estados estão testando antecipar a aplicação da dose de reforço.
Janssen
A vacina produzida pela farmacêutica Janssen, que faz parte da companhia Johnson & Johnson, é a única que confere imunização com apenas uma dose. Isso porque o imunizante faz uso de uma tecnologia com base em vetores do adenovírus associado ao código genético do vírus SARS-CoV-2.
Para a produção da vacina, um vírus enfraquecido, que transporta um pedaço da proteína “spike”, é injetado nas células humanas. Ao receber a dose do adenovírus, que não se replica, o corpo recebe a informação genética do coronavírus e inicia um processo de produção de anticorpos contra o invasor.
Os efeitos adversos mais comuns relacionados ao imunizante foram dor local, dor de cabeça, fadiga e náuseas.
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