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5 benefícios para funcionários parecem modernos, mas não são

Imagem dividida em duas. À esquerda uma foto de doces coloridos. À direita, uma foto em preto e branco de uma mão segurando remédios

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Na tentativa de atrair e reter talentos, algumas empresas pensam em várias alternativas “fora da caixa” — de mesa de pebolim a docinhos para comer à vontade no escritório, vale quase tudo.

Mas será que esses benefícios para funcionários realmente fazem a diferença no bem-estar e na saúde das pessoas? {Spoiler: não.}

Apesar do verniz moderninho, esses incentivos podem até mesmo trazer problemas para os trabalhadores, atrapalhando a saúde mental e física. 

Tem dúvida? Veja as diferenças entre a expectativa e a realidade:

Docinhos e refrigerantes no escritório

Que delícia levantar da mesa e sacar um punhado de balinha de goma ou uma latinha na temperatura perfeita, não é mesmo?

O que não é tão gostoso assim é o impacto do excesso de guloseimas na saúde — e, convenhamos, é difícil ter autocontrole quando elas estão à disposição o expediente inteiro.

Um estudo conduzido pelo Imperial College London, no Reino Unido, apontou que meros 336 ml de refrigerante com açúcar por dia, o equivalente a uma latinha, aumentam em 22% o risco de desenvolver diabetes tipo 2.

O perigo aqui é o açúcar, por isso, o alerta também se estende às balinhas e afins. 

Ninguém está falando em proibir beliscadas no expediente, ok? Mas vale a reflexão: será que oferecer guloseimas à vontade é uma forma adequada de cuidar dos colaboradores? 

Jogos e brinquedos no escritório 

Imagem dividida em duas. No topo esquerdo está escrito expectativa sobre uma foto de um jogo de pebolim. No topo direito, está escrito realidade sobre uma foto em preto e branco de um boneco segurando um palito de fósforo aceso.

Fliperamas e pebolins espalhados pela empresa são comuns em empresas mais jovens. Ok, admitimos que descomprimir com um joguinho pode ser uma ótima ideia, mas não é aqui que mora o risco.

Como esses jogos costumam ficar liberados o tempo todo, alguns funcionários passam parte do dia jogando e voltam para suas atividades só mais tarde, ampliando o expediente.

Esse “benefício” também estimula que pessoas emendem o trabalho com o happy hour dentro da empresa, deixando de lado a convivência com familiares e outros amigos.

Assim, uma vida que antes era cheia de camadas passa a ser vivida apenas nas quatro paredes da companhia, jogando para escanteio o work-life balance {o equilíbrio entre vida pessoal e profissional}. 

Quando essa balança pende mais para o trabalho, os níveis de estresse podem ir para a estratosfera, e aí não há joguinho que salve.

Um plano de benefícios eficiente de verdade, pensado para melhorar a saúde e a felicidade do colaborador, precisa levar tudo isso em consideração.

Bebidas alcoólicas liberadas

Imagem dividida em duas. No topo esquerdo está escrito expectativa sobre uma foto de uma mão segurando um copo de cerveja. No topo direito, está escrito realidade sobre uma foto em preto e branco de garrafas quebradas.

O happy hour é sagrado, e ninguém toca nele. Mas se você é do time que chega com o cooler no começo do expediente com aquela desculpinha de “descontrair a equipe”, precisamos conversar. 

Um relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre os efeitos do álcool no ambiente de trabalho joga um balde de água fria neste argumento: além da perda de produtividade, esse hábito pode piorar a relação entre os funcionários. É exatamente o efeito oposto ao desejado. 

Ainda não te convencemos? Então, vamos além. A Organização Pan-Americana da Saúde, ligada à OMS, afirmou que 85 mil mortes a cada ano nas Américas são atribuídas ao consumo de álcool. 

É melhor deixar o happy hour no lugar dele e pensar em outras formas de oferecer benefícios corporativos para os colaboradores.

Licença e auxílio-creche apenas para mães

Imagem dividida em duas. No topo esquerdo está escrito expectativa sobre uma foto de dois ursos de pelúcia. No topo direito, está escrito realidade sobre uma foto em preto e branco de um urso de pelúcia apoiado em um banco.

Há de se comemorar a licença-maternidade estendida e o auxílio-creche para mulheres. Mas isso é um grande feito… do século passado.

Em pleno século 21, sabemos que cuidar de uma criança é uma tarefa de todos, mães e pais, biológicos ou não. 

Para tanto, todas as pessoas que cuidam da criança precisam de recursos. Não basta oferecer os benefícios apenas para funcionárias, deixando os homens de lado. Tampouco, em casos de casais homoafetivos, ignorar a situação, porque a pessoa contratada não deu à luz a criança. 

A regra é clara: pai e mãe é quem cria, e ambos merecem um plano de incentivos. 

Horários flexíveis {até demais}

Imagem dividida em duas. No topo esquerdo está escrito expectativa sobre uma foto de uma mão segurando um celular, que apresenta na tela uma fotografia de uma pintura em um cavalete e pincéis sobre a bancada. No topo direito, está escrito realidade sobre uma foto em preto e branco de mãos digitando mensagens em um celular.

Em um passado bem distante, o escritor Homero contou sobre o “presentinho” que os gregos mandaram para os troianos: por fora, um cavalo de madeira; por dentro, soldados prontos para atacar assim que passassem pelos muros da cidade. 

O que isso tem a ver com benefícios do trabalhador? Tudo. Horários flexíveis podem ser uma vantagem incrível ou um “presente de grego”.

Na nossa analogia, os soldados dentro do cavalo seriam as mensagens no WhatsApp para falar de trabalho em horários impróprios, desrespeito ao momento de almoço… A lista é grande. 

Se a proposta é oferecer flexibilidade, lembre-se de aliar esse benefício ao bom senso.

Em vez de bombardear o WhatsApp pessoal do colaborador, incentive que ele cuide da saúde física e mental e vá a consultas ou pratique atividades físicas dentro e fora do expediente.

Essa é uma das formas de garantir o work-life balance e cuidar de verdade da felicidade e da saúde do seu funcionário.

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