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Aprenda como o calcular IMC e quais as suas limitações

Índice de Massa Corporal usa dados de altura e peso, mas não deve ser a única medida para obesidade ou desnutrição; saiba o porquê.

Pessoa com as unhas dos pés pintadas sobe em balança

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O IMC (Índice de Massa Corporal), criado em meados dos anos 1830 por um matemático belga chamado Lambert Adolphe Jacques Quételet, é adotado pela OMS (Organização Mundial da Saúde) desde os anos 1990 como referência para a medição da obesidade.

O índice também é usado pelo conceituado NHI (Instituto Nacional de Saúde dos EUA, na sigla em inglês) para definir se uma pessoa está abaixo do peso, tem peso normal, está acima do peso ou é obesa.

Segundo a OMS, o IMC foi desenvolvido como um indicador de risco de doenças relacionadas ao excesso de peso, como morte prematura, problemas cardiovasculares, pressão arterial alta, osteoartrite, câncer e diabetes. Conforme o IMC aumenta, esse risco cresce também. 

Por ser simples de calcular, tornou-se uma ferramenta amplamente usada no mundo.

Como calcular o IMC?

Para calcular o IMC, é preciso saber duas medidas: peso e altura. Basta, então, dividir o peso (em quilogramas) pela altura ao quadrado (em metros).

Um exemplo: para calcular o IMC de uma pessoa que mede 1,70 m e pesa 80 kg, primeiro multiplicamos 1,7 x 1,7, que dá 2,89. Guarde esse número. 

Depois, dividimos o peso por esse valor: 80 dividido por 2,89 = 27. Esse é o IMC. 

Quais as classificações do IMC?

  • IMC até 18,4: abaixo do peso
  • IMC de 18,5 a 24,9: peso ideal
  • IMC de 25 a 29,9: sobrepeso 
  • IMC de 30 em diante: obesidade 
    • Obesidade Grau 1: pessoas com IMC entre 30 e 34,9
    • Obesidade Grau 2: de 35 a 39,9
    • Obesidade Grau 3: IMC igual ou acima de 40

Segundo o índice, nosso indivíduo do exemplo estaria com sobrepeso. Mas será que só esse dado é suficiente para classificá-lo assim? 

Quais são as limitações do IMC?

Mais recentemente, muitos estudos têm questionado usar apenas o IMC para o diagnóstico da obesidade ou mesmo da desnutrição. Isso porque ele analisa apenas dois vetores (peso e altura), ignorando outras características da composição corporal do indivíduo.

Camila Castello, nutricionista da Alice, afirma que é OK usar o IMC como medida de controle populacional, como faz a OMS. 

“O problema é que o IMC não olha o indivíduo, não olha quem é aquela pessoa. Para uma alguém na média, ‘normal’, o IMC consegue prever bem as questões de baixo peso e obesidade. Só que, quando você vai analisar as exceções, como, por exemplo, um body builder, um fisiculturista, ele vai ter um IMC batendo nos 30, e é claro que ele não é uma pessoa obesa, mas, sim, uma pessoa pesada por causa dos músculos. Esse é o principal problema, o IMC não aponta se é muita massa muscular ou se é excesso de gordura“, explica.

Segundo a própria OMS, o IMC, como qualquer outra medida, não é perfeito porque só se baseia em peso e altura e não leva em consideração diferentes níveis de adiposidade baseados na idade, no nível de atividade física ou no sexo da pessoa.

Um IMC alto vira um ponto de atenção quando há outras doenças ou comorbidades instaladas, como colesterol elevado, triglicérides descontrolados, pressão alta, gordura no fígado, diabetes etc.

Segundo Castello, portanto, um IMC alto deve ser lido somente como um alerta, uma referência inicial para controlar o próprio peso – e não necessariamente um diagnóstico.

Para um quadro de obesidade ser confirmado, a Abeso (Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica) leva em consideração o IMC acima de 30 aliado ao nível de gordura elevado.

“A pessoa precisa ter a noção de que o IMC é apenas um indicador. Ela pode, por exemplo, ter um IMC 30 e não ser necessariamente obesa. Ela terá um IMC de obesidade, mas o quadro para obesidade só é confirmado pelo excesso de gordura.”

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Como medir a gordura corporal?

Segundo Castello, não existe uma forma caseira precisa e confiável de se medir a porcentagem de gordura corporal. 

Recomenda-se que um nutricionista, um médico ou um preparador físico faça essa medição, seja com o adipômetro (instrumento usado para medir as dobras cutâneas) ou com uma máquina de bioimpedância, espécie de balança que faz uma análise mais completa da composição corporal (quantidade de gordura, músculos, ossos etc.)

Uma porcentagem de gordura corporal maior ou igual a 25% para homens e 32% para mulheres está relacionada ao risco de doenças associadas à obesidade, segundo a literatura médica. Números abaixo desses são considerados saudáveis, portanto.

Tamanho da barriga e a gordura visceral

O que dá para fazer em casa e pode ser outro indicativo para doenças associadas à obesidade é simplesmente observar a barriga. Veja se ela fica mais proeminente com o acúmulo dos quilos extras (quando uma pessoa não engorda por inteiro, e, sim, concentra tudo na barriga).

Castello explica que essa técnica de observação é muito usada, porque temos dois tipos de gordura no nosso corpo:

  1. a subcutânea, a que fica embaixo da pele e é mais “molenguinha”, geralmente espalhada pelo corpo todo;
  2. a visceral, que fica entre os órgãos. Os riscos para doenças cardiovasculares, infarto, AVC, gordura no fígado etc. estão justamente associados a níveis de gorduras viscerais maiores.

Pneuzinho ou barriga mais dura?

A nutricionista recomenda também observar a textura dessa barriga: uma pessoa que não treina e não tem o abdômen definido por músculos, mas que tem a barriga bem dura e grande, é um sinal de bastante gordura visceral, pois ela vai ocupando o espaço no meio dos órgãos, embaixo da caixa torácica, deixando a região bem rígida. Mas, se apertar e for aquele “pneuzinho” mais molenga, é menos grave. 

“Em termos de saúde, é melhor ter ‘pneuzinho’ do que ter uma barriga grande e dura, que é uma barriga mais perigosa”, conclui.

Como medir a circunferência do abdômen

Para sanar as dúvidas, ela explica como fazer a medição da circunferência do abdômen.

  1. Fique na frente de um espelho, com o abdômen descoberto e os pés alinhados aos ombros; 
  2. Envolva uma fita métrica ao redor da cintura e insira o fim da fita acima da crista ilíaca, localizada na parte superior frontal de seus ossos do quadril, ao lado da sua mão direita;
  3. Alinhe a borda inferior da fita métrica com o topo dos ossos do quadril;
  4. No espelho, confira se a fita está posicionada horizontalmente ao redor de todo o abdômen;
  5. Antes de tomar a medição, faça de 2 a 3 respirações normais. Ao final da terceira expiração, faça um ajuste final suave da fita ao redor do abdômen;
  6. Faça a medição ao final da expiração normal. Antes de remover a fita, segure a extremidade dela com seus dedos próximos à medição e os mantenha nessa posição. Anote o resultado.

Para mulheres, números acima de 90 são um sinal de alerta e indicam sobrepeso. Para os homens, esse número é 100.

Quando o IMC baixo é um problema?

A regra também se aplica aqui: um IMC baixo, por si só, não significa necessariamente a existência de alguma questão de saúde. Mas, como é difícil o corpo humano conseguir manter um IMC em valores como 15 ou 16 (sendo que o índice “normal” começa em 18,5), convém olhar com atenção, explica a nutricionista Camila Castello.

Ou seja, pode até haver pessoas com IMC baixo que estejam com boa saúde, mas, na maioria das vezes, ele indica perda de força e baixa massa muscular, quadros de desnutrição e falta de algumas vitaminas. Atletas de elite também podem ter IMC mais baixo e longe de estarem doentes.

Além disso, um percentual de gordura extremamente baixo pode trazer problemas. Mulheres, por exemplo, podem parar de menstruar, pois os hormônios sexuais são feitos de gordura. No caso de adolescentes, por exemplo, vale investigar se não se trata de um distúrbio alimentar, que pode acarretar sérios prejuízos para o desenvolvimento.

Saúde para além do IMC

Além das limitações do IMC para avaliar se uma pessoa tem obesidade ou não (e maior risco de doenças cardiovasculares), é importante lembrar que a saúde vai muito além da medida na balança, e que focar nela {e, principalmente, somente nela} pode acabar trazendo mais prejuízos, como distúrbios alimentares.

Se a preocupação é reduzir o risco de doenças cardiovasculares, que tal encontrar uma atividade física prazerosa que movimente o corpo e possa ser praticada com frequência? Não precisa ser extenuante ou feita diariamente. O importante é que seja regular, que entre na rotina, e que seja prazerosa. 

Se a preocupação é com como você vê seu corpo, em se sentir feliz dentro dele, a resposta também pode estar na atividade física! Ela faz bem para o corpo, para a cabeça, para a autoestima, para ver como nosso corpo pode ser forte e flexível. Mas tudo sem exageros, combinado? 

Para reduzir o risco de doenças, a alimentação é outro pilar importantíssimo. E, de novo, a regra aqui é equilíbrio e regularidade. Que tal começar a fazer algumas trocas {uma comida caseira gostosa em vez do delivery podrão de sempre} para começar? 

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