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Como funciona a pílula do dia seguinte? Tire suas dúvidas

Pílula do dia seguinte atrasa a menstruação? Quais são os efeitos colaterais? O que corta seu efeito? Veja as respostas de essas e outras perguntas cabeludas.

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Apesar de ser quase tão antiga quanto a pílula anticoncepcional regular (as duas foram criadas nos anos 1960), a pílula do dia seguinte ainda carrega mais tabus do que sua irmã.

É, sim, verdade que ela não pode ser usada ao léu. Porém, ela é uma ferramenta importante quando as coisas não vão exatamente como o planejado — basta entender como ela funciona, o que ela faz no corpo e quando pode ou não ser usada. 

O que é a pílula do dia seguinte?

Podemos começar dizendo o que ela não é: a pílula do dia seguinte não causa um aborto. 

“Na verdade, seu modo de ação é impedir o encontro do óvulo com o espermatozoide para que a gravidez nem aconteça”, resume a ginecologista Daniele Coelho, da Comunidade de Saúde da Alice

Como age a pílula do dia seguinte?

A forma como a pílula do dia seguinte cumpre o objetivo de impedir o encontro do óvulo com o espermatozoide varia de acordo com a fase do ciclo menstrual em que ela é ingerida. Por exemplo, se isso acontece na primeira fase do ciclo, ela atrasa a ovulação. 

“É como se ela deixasse o ovário dormente por alguns dias. Isso é o suficiente para os espermatozoides serem reabsorvidos antes de encontrarem o óvulo”, explica.

Já quando ela é ingerida na segunda fase do ciclo, quando a ovulação já aconteceu, sua ação é interferir no transporte do óvulo e do espermatozoide pelo sistema reprodutor feminino, tornando o muco hostil a essa turma. 

“A eficácia da pílula do dia seguinte é altíssima, por volta de 98%. Seu uso isolado tem uma falha de apenas 1,7% a 2,6%”, diz Coelho. 

A pílula do dia seguinte funciona no período fértil?

A eficácia é menor nesse caso. “Se a relação sexual aconteceu no período fértil e você usou a pílula do dia seguinte, a falha pode aumentar para quatro vezes. Ou seja, a proteção de 98% cai para 92%”, alerta.

Quando usar a pílula do dia seguinte?

Essa ferramenta deve ser usada depois de uma relação sexual desprotegida para prevenir a gravidez. Essa lista inclui:

  • Sexo sem nenhum método contraceptivo;
  • Falha do método. Se a camisinha estourar, a pílula do dia seguinte pode ser usada, por exemplo;
  • Uso inadequado de um método contraceptivo;
  • Casos de violência sexual.

Como tomar a pílula do dia seguinte?

A pílula do dia seguinte precisa ser administrada em até 72 horas depois da relação sexual. “Depois desse tempo, seus mecanismos de ação já ficam comprometidos e ela deixa de fazer efeito”, ressalta Coelho.

Por isso, não é preciso esperar o dia seguinte para tomá-la, ok?

Quem toma pílula anticoncepcional precisa tomar pílula do dia seguinte?

Em alguns casos, combinar os dois métodos pode ser necessário.

A ginecologista da Comunidade de Saúde da Alice conta que, por via de regra, a ovulação de quem usa corretamente a pílula anticoncepcional oral, injetável, anel vaginal ou adesivo está bloqueada. 

Mas a exceção dessa regra fica para quem começou o método recentemente e ele ainda não está funcionando — é o caso de quem começou a tomar o contraceptivo oral há pouquíssimo tempo (até três dias) em um momento aleatório do ciclo e teve uma relação desprotegida. 

“Também é o caso de quem teve uma relação desprotegida e não usa o método hormonal do jeito confiável, esquecendo mais de dois comprimidos de anticoncepcional no ciclo ou atrasando uma semana a data da injeção”, completa Coelho.

Pílula do dia seguinte: efeitos colaterais

Apesar da carga alta de hormônios (1,5 mg de levonorgestrel, contra aproximadamente 0,15 mg de pílulas convencionais), os sintomas da pílula do dia seguinte costumam ficar restritos a pouco tempo depois da administração. São eles:

Quanto tempo duram os efeitos colaterais da pílula do dia seguinte?

Entre dois a três dias. Caso tenha sintomas como vômito ou diarreia depois de tomar a pílula, vale entrar em contato com um profissional da saúde porque a absorção do medicamento pode ter sido comprometida. 

Qual é a menstruação após pílula do dia seguinte: cor?

Apesar de mais raro, ter um sangramento escurecido, como uma borra de café, é um dos efeitos colaterais possíveis. Algumas pessoas podem experimentar isso durante todo o mês.

Daniele Coelho conta que essas irregularidades são temporárias — mesmo que incomodem durante todo o mês, elas costumam durar apenas um ciclo e somem sem precisar de nenhuma intervenção. Porém, se o sangramento persistir, vale investigar o que está acontecendo junto a um profissional de saúde.

Quais os efeitos colaterais da pílula do dia seguinte na menstruação?

Apesar de não ser uma regra, a pílula do dia seguinte pode, sim, desregular o ciclo menstrual, atrasando ou adiantando a menstruação. Aliás, algumas pessoas podem confundir este fenômeno com um sangramento anormal.

Quando esse método de emergência é usado próximo ao fim do ciclo, o mais comum é a menstruação adiantar. 

Pílula do dia seguinte interfere em quantos ciclos?

Em algumas pessoas, a pílula do dia seguinte pode atrapalhar o ciclo menstrual, mas isso não é regra, ok?

Dependendo do período do ciclo, também pode gerar interferências, como citado acima.

Caso não tenha nenhum sangramento e a menstruação atrasar, vale fazer um teste de gravidez. 

Tomei pílula do dia seguinte e menstruei 7 dias depois: posso estar grávida?

“Em média, essas variações no ciclo menstrual são de sete dias para mais ou para menos e, geralmente, acontecem porque a pílula atrasou a ovulação ou porque ela mexeu com o endométrio, que é o tecido que reveste o útero e descama durante a menstruação”, explica Coelho. 

Tomei a pílula do dia seguinte e a menstruação desceu: o que isso significa?

Esse é um sinal esperado e comum após tomar a pílula do dia seguinte. Ela tende a ocorrer na data esperada, mas pode sofrer variações, como explicamos acima. 

Se não houver nenhum sangramento ou se a menstruação atrasar além dos sete dias, vale fazer um teste de gravidez. 

Tomar a pílula do dia seguinte menstruada: pode?

Durante a menstruação, o endométrio (camada que reveste o útero) é descolada e o ambiente não é o mais propício para uma gravidez. Mas, a depender o período do ciclo em que a pessoa estiver, pode haver uma perda de sangue, como durante a ovulação — e que pode ser confundida com a menstruação. Neste caso, se a pessoa tiver uma relação sexual sem proteção, há a probabilidade de engravidar, e aí a pílula pode ser indicada. 

Estava menstruada e tive relação: posso engravidar?

Apesar de ser raro, é possível engravidar com sexo desprotegido durante a menstruação. “Isso acontece mais com quem tem ciclos menstruais curtos, de 22 a 24 dias, porque a ovulação já acontece mais próxima aos últimos dias de sangramento menstrual”, justifica Coelho.

Então, na dúvida, pode usar a pílula do dia seguinte mesmo durante a menstruação.

Como saber se a pílula do dia seguinte fez efeito?

Passou dos sete dias de atraso da menstruação? Neste caso, existe a possibilidade de a pílula do dia seguinte ter falhado e é aconselhado fazer um teste de gravidez.

Quanto tempo a pílula do dia seguinte fica no organismo?

Ela age no corpo no dia em que é tomada, e a ação emergencial só previne a gestação que poderia ocorrer pela relação sexual que ocorreu cinco dias antes de tomar o medicamento. 

Ou seja, ela não é um método contraceptivo que previne futuras gestações — e se tiver uma relação sexual desprotegida depois de tomar a pílula do dia seguinte, há o risco de uma gestação não desejada.

Quantas pílulas do dia seguinte pode tomar no ano?

Quanto mais pílulas do dia seguinte você toma em um mesmo ciclo, menos efetiva ela é. Cada vez que ela é ingerida no mesmo ciclo menstrual, sua taxa de falha aumenta em até 7%. Segundo a ginecologista, usar esse método de emergência mais de três vezes no mesmo ciclo pode aumentar o risco de gravidez de 20% a 30%.

A taxa de falha também varia de acordo com o momento em que se deu a relação desprotegida. No período fértil, a eficácia é menor. 

Por isso, este é um método considerado emergencial. Ou seja, não deve ser usado a todo momento.

Na dúvida, é melhor caprichar em um anticoncepcional de uso regular e se proteger. Vale lembrar que a camisinha não só evita gravidez como também infecções sexualmente transmissíveis. 

O que corta o efeito da pílula do dia seguinte?

  • Tomá-la muito tempo depois da relação desprotegida. Quanto mais tempo passa, menor o seu efeito;
  • Tomá-la várias vezes no mesmo ciclo. Quanto mais alguém faz uso da pílula em um único ciclo, menor a eficácia;
  • Vomitar ou ter diarreia em menos de duas horas depois da ingestão, pois interfere na absorção da substância pelo corpo;
  • Remédios à base de carbamazepina, fenitoína, fenobarbital (anticonvulsivos) e primidona (usado contra tremores).

Quem pode e quem não pode tomar pílula do dia seguinte?

Nem sempre é preciso lançar mão desse recurso. Por exemplo, quem já usa um método contraceptivo de forma regular não precisa se preocupar. Se o tempo desde a relação desprotegida tiver passado das 72 horas, ela não terá mais o efeito desejado — então nem adianta tomar.

Alguns outros casos são mais específicos:

O que acontece se tomar pílula do dia seguinte grávida?

Essa é uma das grandes contraindicações da pílula do dia seguinte, já que o hormônio desse método pode alterar o desenvolvimento do feto. 

Pílula do dia seguinte para quem amamenta: pode tomar?

Sim, é possível engravidar durante o período de amamentação. Então, quem transou sem proteção e sem método contraceptivo pode tomar a pílula do dia seguinte como medida de emergência.

“O hormônio da pílula do dia seguinte é da mesma categoria das pílulas que usamos em pessoas que estão amamentando, como o desogestrel, então ela é segura”, afirma. 

Estou tomando muitas pílulas do dia seguinte, e agora?

Este é um método emergencial, ou seja, não pode ficar sendo usado a torto e a direito — além dos efeitos colaterais chatos, o uso indiscriminado ainda diminui sua eficácia.

Na hora do susto, ela está aí para ajudar. Mas, depois disso, que tal procurar um método contraceptivo que dê mais segurança

E nem precisa esperar a próxima menstruação para começar. “Os anticoncepcionais em pílula e injetáveis podem ser iniciados já no dia seguinte ao uso da pílula do dia seguinte. E sempre lembrando de usar a camisinha nos primeiros sete dias do novo método, ok?”, orienta a ginecologista Daniele Coelho.

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