É enxaqueca ou dor de cabeça?
Você sabia que a enxaqueca é o tipo de dor de cabeça (ou cefaleia) mais comum? E é, também, a principal queixa neurológica nos prontos-socorros – mas isso não significa que a principal medida de cuidado deva ser ir ao hospital quando o incômodo começar, ok?
Origem da enxaqueca
De acordo com Lívia Almeida Dutra, neurologista da Alice, 90% dos casos de enxaqueca têm uma origem genética.
Ou seja, a pessoa tem um histórico familiar da condição e não precisa ser um parente de primeiro grau, pode ser um primo ou um tio.
Quais são os sintomas da enxaqueca?
Esse tipo de cefaleia é caracterizada por episódios de dor ao longo da vida que, geralmente, seguem um mesmo padrão:
- A dor começa lentamente e às vezes atinge seu pico máximo em até quatro horas;
- É latejante (mas nem sempre);
- Geralmente dói de um lado só (emboram também possa doer dos dois);
- Causa um importante impacto na vida funcional da pessoa. Durante a crise, não consegue trabalhar, tem dificuldades para ficar na mesma posição e pode, muitas vezes, sentir náuseas, entre outros sintomas.
Como é feito o diagnóstico?
Não existe um exame para diagnosticar a enxaqueca, segundo Dutra. Então, fique atento: não há evidências de que o uso de um exame de imagem, como uma ressonância, vá ajudar no diagnóstico da condição.
Mas há critérios clínicos internacionais que ajudam a determinar se é o caso da enxaqueca. São eles: ter tido cinco episódios de dor prévios, com uma duração de 4 a 72 horas, cada um e durante as crises de enxaqueca, o paciente precisa apresentar ao menos duas das características:
- Doer de um lado só;
- Ser uma dor latejante;
- Apresentar náuseas ou vômitos;
- Sentir foto e fonofobia, ou ter uma maior sensibilidade à luz e aos sonos;
- Ter uma piora na dor com movimentação. Por exemplo, quando a pessoa está parada, ela tolera a dor bem melhor do que quando está caminhando.
Sendo assim, esses aspectos são avaliados durante uma entrevista com o paciente e, após um exame físico, chega-se ao diagnóstico.
Quais são as causas da enxaqueca?
A enxaqueca surge quando há uma predisposição genética que faz a pessoa processar os estímulos sensoriais de uma forma excessiva. Existem vários genes associados à enxaqueca e que promovem essa hiperexcitação do cérebro.
Isso explica por que quem tem enxaqueca não apresenta apenas a dor como sintoma, mas também uma maior sensibilidade aos estímulos devido a essa alteração do processamento sensorial.
Dessa forma, independentemente da crise, a pessoa que tem episódios de enxaqueca costuma reclamar quando:
- Som está muito alto;
- Luz está muito forte;
- Sente com tontura quando anda de carro;
- Tem baixa tolerância a momentos de estresse, sonolência e ficar em jejum.
“Para a pessoa que tem enxaqueca, uma luz que é de 20 watts será percebida como uma de 40 watts”, exemplifica Dutra sobre um dos sinais da condição, a hipersensibilidade à luz.
Isso explica também por que a pessoa com enxaqueca tem o risco aumentado para outras doenças, como ansiedade, depressão e mesmo uma maior dificuldade na vida escolar.
Além disso, quando a enxaqueca se manifesta com alterações visuais (chamada de aura), há uma maior probabilidade de ter pressão alta e AVC (acidente vascular cerebral).
A enxaqueca não é apenas uma dor, ela é um fenômeno que acontece no cérebro no processamento dos estímulos, e a pessoa pode ter diferentes problemas por causa disso.
Como é o tratamento da enxaqueca?
A enxaqueca não tem cura. Ela é uma doença crônica que precisa ser tratada constantemente para garantir a qualidade de vida – e isso não significa apenas tomar remédios pelo resto da vida, ok?
Manter um estilo de vida saudável é parte do tratamento.
Uma rotina de medidas de descompressão para melhorar o funcionamento do cérebro deve incluir:
- Atividade física, que reduz a excitabilidade do cérebro;
- Meditação;
- Alimentação adequada;
- Boa hidratação;
- Sono em dia;
- Evitar estresse.
No passado, alguns alimentos (como vinho, alimentos com cafeína e queijos maturados) eram considerados desencadeantes das crises de enxaqueca. Hoje, sabe-se que não é exatamente assim.
Isso é explicado pela própria dinâmica da crise, que possui diferentes fases.
Na primeira, a pessoa apresenta um estímulo em uma região automática do cérebro que faz com que manifeste algumas preferências alimentares. Isso inclui uma vontade maior (ou menor) de beber água ou tomar mais café, por exemplo.
Essa alteração na preferência alimentar seria um prenúncio da crise de dor.
Outras formas que a primeira fase da crise pode vir a ter são alterações no sono, com mais ou menos sonolência, irritação e bocejos. E a crise de dor chega no dia seguinte.
O que ocorre é que as partes automáticas do cérebro (que também controlam apetite e sono) são ativadas antes da dor pelo mesmo circuito que opera a enxaqueca.
Então, a enxaqueca que é desencadeada depois de a pessoa comer chocolate, por exemplo, não significa que o alimento foi o “culpado”. Mais provável que a pessoa teve a vontade de comer o chocolate, e isso já era uma alteração da enxaqueca.
Sendo assim, não se restringe mais a dieta para pessoas com enxaqueca. A melhor orientação é manter uma alimentação e um estilo de vida mais saudáveis.
Enxaqueca é desencadeada pelos remédios?
Sim. Quando há um consumo muito frequente de medicamentos (ao invés de corrigir os hábitos), a doença acaba se agravando.
Isso porque o excesso de analgésico faz com que a dor venha mais vezes, estimulando o funcionamento hipersensível do cérebro.
Enxaqueca e o ciclo menstrual
O cérebro sofre influência dos hormônios sexuais, como estrogênio e a progesterona. Portanto, existe uma relação direta entre o ciclo hormonal e a frequência das crises de dor.
Mesmo fazendo tratamento, quem tem enxaqueca muito frequentemente relata crises no período pré-menstrual e durante a menstruação (período perimenstrual). Isso pode ser amenizado com algumas estratégias que deverão ser discutidas com os profissionais de saúde.
E a pílula anticoncepcional? Por possuir hormônios sexuais, o método contraceptivo também pode aumentar a frequência das dores no período. Isso não significa que a pílula em si seja a causadora da dor – pelo simples fato de a pessoa possuir hormônio sexual há maior propensão às crises.
Para quem tem enxaqueca com aura (quando há déficits neurológicos, sobretudo os visuais), o uso da pílula anticoncepcional é contraindicado pelo risco aumentado de derrame e trombose.
Cabe reforçar que, como a enxaqueca impacta muitos aspectos da vida da pessoa, ela precisa ser muito bem acompanhada por profissionais de saúde.
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