Alopecia é uma denominação estranha, que muita gente não sabe o significado. Calvície já é um termo um pouco mais conhecido. Mas é com a palavra careca que a maioria define a falta de cabelo na cabeça.
A perda de fios, que pode ser transitória ou definitiva, tem diversas causas. Em 80% dos casos, quem fica careca ou calvo permanentemente sofre influência genética e dos hormônios masculinos, que enfraquecem os folículos capilares.
O que é Alopécia ou calvície?
Alopecia ou calvície é a ausência de cabelo ou uma grande diminuição na quantidade de fios. De acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia, a queda de cabelos geneticamente determinada é a alopecia androgenética.
Esse tipo de calvície pode ocorrer de forma total ou parcial no couro cabeludo. O problema se desenvolve principalmente nos homens, a partir da puberdade.
Os hormônios masculinos, sobretudo a testosterona, fazem com que, em cada ciclo do cabelo, os fios fiquem progressivamente mais finos e curtos. Com o tempo, eles desaparecem.
Esse processo é conhecido como miniaturização. Embora comece na adolescência, a ausência de fios se torna mais evidente entre os 40 e 50 anos.
As mulheres também produzem testosterona, mas em quantidade pequena. Por isso, entre elas, os casos de alopecia androgenética são mais raros e, quando ocorrem, a perda é menos drástica.
Existem outros tipos de alopecia, como a areata, que se caracteriza por perda de cabelo ou de pelos em áreas arredondadas do couro cabeludo e de outras partes do corpo, como cílios, sobrancelhas e barba.
Até 2% da população sofrem com o distúrbio, que também pode ter causas genéticas ou relacionadas a doenças do sistema imunológico.
Tratamento para a queda de cabelo
A alopécia androgenética pode ser evitada ou retardada, mas ainda não existe cura. Segundo a médica dermatologista Fabia Schalch, da comunidade de saúde da Alice, o ideal é iniciar o tratamento quando a queda dos fios está começando.
“A gente não fala em cura da calvície. Não se reverte totalmente o processo. A atuação hormonal prossegue porque foi herdada geneticamente. O ideal é tratar o paciente quando ele ainda está cabeludo, quando começa a notar a perda de fios, para que ele não chegue aos graus mais avançados, pois ainda não há ferramentas para reverter esses quadros”, afirma a médica.
Após avaliar o paciente, o médico dermatologista pode recomendar estimulantes para crescimento dos fios ou bloqueadores hormonais, entre outras alternativas.
“O tratamento é tópico e oral. Vamos ter loções que estimulam a fase de crescimento do cabelo, para ajudar a engrossar um pouco mais os fios, e medicamentos que fazem a inibição de uma enzima chamada zinco alfa relutase, com o objetivo de impedir que a testosterona faça sua ação no folículo piloso. Há também procedimentos em consultório, como microagulhamento e injeções, com essas medicações, para se ter a diminuição do efeito hormonal na calvície”, descreve a médica Fabia Schalch.
Ela alerta que o tratamento só deve ser feito com orientação médica, porque alguns medicamentos administrados por via oral podem ter efeitos colaterais. Além disso, para obter bons resultados, é importante que o paciente não desista do tratamento e esteja consciente de que os resultados não são imediatos.
“São tratamentos importantes porque conseguem interromper o processo da calvície ao longo do tempo. O que não temos ainda é a ‘solução mágica’ de crescer um cabelo novo, do nada, com volume muito maior. A gente tem que ser muito realista com o paciente, colocando-o dentro das expectativas do que vai alcançar”, explica a dermatologista.
Implante capilar masculino: como funciona?
Para calvícies avançadas, uma solução estética existente é o transplante capilar masculino. A cirurgia envolve a movimentação de pequenos pedaços de pele, cada um com alguns fios de cabelo, para partes calvas do couro cabeludo. Mas é preciso ter em mente que o procedimento não interrompe a perda de fios.
“O transplante capilar não é um tratamento para a calvície. Ele busca recuperar o cabelo que foi perdido. Mas o processo da calvície continua. Muitos pacientes fazem transplante, mas não continuam o tratamento clínico e a calvície evolui. O cabelo transplantado não cai, mas os fios originais continuam caindo no processo da calvície”, explica a dermatologista Fabia Schalch.
Cientistas avaliam o uso de células-tronco como possível tratamento para a reativação do folículo capilar e retomada do ciclo de vida dos fios, mas ainda não foram obtidos resultados conclusivos.
Análise científica sobre os estudos existentes apontou que “as terapias baseadas em células-tronco para queda de cabelo estão em sua infância e estudos clínicos mais robustos são necessários para melhor avaliar seus mecanismos de ação, eficácia, segurança, benefícios e limitações”.
A médica dermatologista Fabia Schalch alerta que as pessoas interessadas em fazer implante para aumentar o volume de cabelo devem ficar atentas. Isso porque há muita desinformação sobre o tema na internet.
“Há estudos muito interessantes com células-tronco, mas há profissionais mal intencionados usando esse termo para tentar vender tratamento. Hoje não existe uma célula-tronco que você injeta no couro cabeludo e faz crescer cabelo. Existem testes, existem pesquisas, mas ainda não é uma realidade de tratamento em consultórios e clínicas”.
Outro alerta diz respeito à escolha do profissional que fará a cirurgia. “O transplante capilar está bastante popular, as pessoas estão perdendo o preconceito. Há excelentes cirurgiões no Brasil. Procure um bom cirurgião, alguém que tenha experiência”, enfatiza.
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