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Sintomas de covid-19 e gripe: veja quais são e o que fazer

Monitorar os sinais e evitar a transmissão da doença, seja qual for, são passos essenciais diante do aumento de casos.

Sintomas de covid-19 e gripe: veja quais são e o que fazer

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Atualizado em 21 de novembro de 2022

Mesmo convivendo há alguns anos com o combo de covid-19, influenza (ou gripe) e resfriado, não é tão fácil distinguir cada uma delas, não é mesmo? 

Diante do aumento do número de pessoas com infecções virais, incluindo uma nova onda de covid em novembro, segundo os dados da Fiocruz, surgem as dúvidas: quais são os sintomas de cada uma dessas doenças? E o que fazer? 

O primeiro passo é entender o inimigo mais comum no momento.

De acordo com dados do boletim InfoGripe, desenvolvido pela Fiocruz, de todas as infecções respiratórias identificadas no Brasil nas últimas quatro semanas, 47% foram causadas pelo vírus Sars-CoV-2, que provoca a covid-19. Em outubro, por exemplo, era o vírus influenza, popularmente conhecido como vírus da gripe – com predomínio do subtipo H3N2. 

Mas, conforme explica Thiago Santos, médico de família e comunidade da Alice, o tratamento tanto para covid-19 como para gripe é o mesmo, seja qual for o vírus causador. 

“Para nós, saber se é influenza ou se é coronavírus não muda muito o contexto do tratamento, que foca no cuidado dos sintomas. Se a pessoa tiver um agravamento do quadro, aí sim vale diferenciar”, explica. 

De todo modo, é importante tomar cuidado para não passar a doença adiante, seja ela gripe ou covid-19.

Covid-19 e gripe: quais são os sintomas?

Tanto a covid-19 (causada pelo vírus coronavírus) quanto a gripe (causada pelo vírus influenza) têm sintomas muito parecidos – e por isso é mais comum que os profissionais da saúde se refiram a essas doenças sob o termo genérico de síndrome gripal.

Segundo o Ministério da Saúde, para identificar uma síndrome gripal, a pessoa deve ter febre e mais dois dos seguintes sintomas: 

  • Dor de garganta;
  • Tosse;
  • Dor no corpo;
  • Dor de cabeça;
  • Coriza;
  • Congestão nasal;
  • Calafrio;
  • Alteração no olfato ou paladar.

Quem já passou pela covid-19 ou pela gripe deve ter reconhecido a lista e, de acordo com Santos, alguns sintomas tendem a ser mais frequentes em cada doença, embora não sejam exclusivos. 

Covid-19

Além dos sintomas da lista acima, a pessoa com covid-19 costuma ter:

  • Febre mais baixa, em comparação com a gripe;
  • Perda de olfato e de paladar pode surgir, mas não é regra.

Influenza 

Além dos sintomas da síndrome gripal listados acima, a pessoa com influenza costuma ter:

  • Sintomas que aparecem mais rapidamente, de súbito;
  • Febre alta;
  • Espirro, congestão nasal e coriza.

Quem são os grupos de maior risco, como idosos e crianças

Alguns grupos exigem mais atenção para o desenvolvimento de doenças mais graves (chamadas de Síndrome Respiratória Aguda Grave, ou SRAG), como por exemplo: 

  • Idosos;
  • Crianças abaixo dos dois anos;
  • Gestantes; 
  • Pessoas com doenças crônicas.

Isso acontece por diferentes motivos. No caso dos idosos, o sistema imunológico tende a se desregular com o passar da idade, o que prejudica a reação das células de defesa diante de novas ameaças, como os vírus causadores das infecções respiratórias. Essa característica é chamada de imunossenescência.

As crianças têm um sistema imune em desenvolvimento, que leva anos até chegar à maturidade – atingida, normalmente, perto da adolescência. Além dos anticorpos entregues via amamentação, a vivência com os microrganismos e a proteção instigada pelas vacinas vão contribuir para o fortalecimento do sistema imunológico, segundo informações da Sociedade Brasileira de Pediatria.

Já nas gestantes, a preocupação com a formação do bebê, que pode ser visto como um “corpo estranho”{vale lembrar que ele é formado por 50% do DNA paterno}, pode diminuir a reação do sistema de defesa e abrir espaço para doenças mais graves. O mesmo acontece com as pessoas com doenças crônicas. Seja por conta da condição ou do tratamento, o sistema imunológico também pode ser enfraquecido.

Os sintomas também podem mudar conforme a faixa etária, segundo o médico Thiago Santos. “Idosos não apresentam uma temperatura mais alta, em geral, enquanto crianças normalmente têm um pico de febre e podem ter sintomas gastrointestinais, como diarreia, náusea e vômito”, detalha.

E, embora exista um risco maior de agravamento, há medidas que ajudam na proteção. “Esses grupos de pessoas são vacinados primeiro contra a gripe todos os anos nas campanhas”, lembra.

Vale destacar que, desde setembro, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) libera o uso da vacina contra a covid-19 em crianças a partir dos seis meses de idade, e as prefeituras têm chamado a população e orientado sobre a importância do imunizante.

Estou com sintomas de gripe ou covid-19, o que fazer?

Seja gripe ou covid-19, a maior preocupação deve ser cuidar e monitorar os sintomas, além de evitar transmitir a doença a outras pessoas. 

Para isso, alguns cuidados são fundamentais, segundo lembra Oliveira. “Aprendemos nos últimos anos a priorizar a etiqueta quando temos qualquer sintoma respiratório, e isso engloba usar a máscara, higienizar as mãos e manter distanciamento”, explica.

Vale também manter a carteirinha de vacinação em dia. Isso diminui o risco de complicações, já que a imunização contribui para a produção de anticorpos por cerca de seis meses – que é o tempo ideal até passar as temporadas mais frias do ano.

Segundo Santos, de forma geral, o foco do cuidado não é usar medicamentos contra o vírus, mas aliviar os sintomas para que o sistema imunológico dê conta da batalha sozinho {e ele consegue!}. 

“Se a pessoa tiver febre, pode tomar um antitérmico. No caso da congestão, deve-se fazer a lavagem nasal. Se tiver dor no corpo, pode tomar analgésico. É preciso ir avaliando se há sinais de piora ao longo do tempo”, detalha o médico. Entre 5 a 10 dias, a doença tende a ir embora. 

Como deve ser o isolamento em caso de covid-19

Segundo o Ministério da Saúde, o isolamento pode ser de 5, 7 ou 10 dias. Entenda as diferenças:

5 dias

Para sair do isolamento no 5º dia, é preciso não ter mais sintomas respiratórios e febre há pelo menos 24 horas, sem o uso de antitérmicos, e realizar testagem (RT-PCR ou teste rápido de antígeno) para covid-19 com resultado negativo. Se o resultado for positivo, é necessário permanecer em isolamento por 10 dias a contar do início dos sintomas.

7 dias

O isolamento pode ser de 7 dias desde que a pessoa não apresente sintomas respiratórios e febre há pelo menos 24 horas sem o uso de antitérmicos. Não é necessário fazer teste nesse caso.

Se a pessoa ainda tiver sintomas no 7º dia, é preciso fazer o teste. Caso o resultado seja negativo, a pessoa deverá aguardar 24 horas sem sintomas respiratórios e febre, e sem o uso de antitérmico, para sair do isolamento.

Com o diagnóstico positivo, deverá ser mantido o isolamento por pelo menos 10 dias contados a partir do início dos sintomas, e o isolamento só pode acabar desde que não haja mais sintomas respiratórios e febre há pelo menos 24h.

Influenza, H1N1, H3N2, gripe: qual é a diferença?

Antes de confundir os nomes, vale uma explicação. Influenza é o nome dado ao vírus causador da gripe comum, e se divide em quatro tipos: 

  • A;
  • B;
  • C;
  • D.

Os tipos que mais impactam a saúde são A e B, mas é mais fácil reconhecê-los por outros nomes: H1N1 e H3N2, por exemplo, são variantes (ou subtipos) do vírus influenza A, enquanto Yamagata e Victoria são as linhagens derivadas do influenza B.

Assim como o coronavírus que, de tempos em tempos, apresenta novas variantes {gamma, delta e ômicron soam familiar?}, o vírus da influenza também sofre alterações genéticas e dá origem às variantes, como no caso do H1N1 e H3N2. 

Aline Oliveira, médica de família e comunidade da Alice, explica que as variantes são versões modificadas do vírus original e que podem gerar características diferentes na doença. “Sabemos que o H1N1 pode evoluir para uma síndrome respiratória aguda grave (SRAG) com mais frequência que o H3N2, por exemplo”, explica. 

Vacina contra a gripe/influenza

E a gripe? É o nome da doença aguda do sistema respiratório que pode ser causada por todos esses vírus. Por ser sazonal (ou que tende a surgir com mais frequência em determinadas épocas), as variantes podem mudar a cada ano – e é o que acontece, já que as vacinas são adaptadas para os vírus que estiverem em maior circulação. 

Todos os anos, as agências de vigilância sanitária regionais enviam para a OMS (Organização Mundial da Saúde) informações sobre as variantes do influenza mais frequentes. Depois de analisar os dados, a entidade divulga suas recomendações sobre quais vírus devem ser prevenidos e isso acontece em dois momentos: em fevereiro e em setembro, de acordo com a chegada das estações mais frias em cada hemisfério.

No dia 23 de setembro, por exemplo, a OMS recomendou que, para a temporada de inverno de 2023 dos países do hemisfério Sul, a população seja protegida contra: 

  • Influenza A (H1N1);
  • Influenza A (H3N2);
  • Influenza B (linhagem Victoria);
  • Influenza B (linhagem Yamagata).

As campanhas de vacinação no Brasil começam meses antes do inverno chegar {para dar tempo de proteger todo mundo} e priorizam alguns grupos, como crianças, idosos, profissionais da saúde, professores, gestantes, povos indígenas, profissionais de forças de segurança e salvamento, além de forças armadas e pessoas com doenças crônicas. Isso não impede que todo mundo busque a vacinação, seja pela ampliação do público-alvo ou via rede particular.   

Gripe mal curada: como tratar?

Se os sintomas ultrapassam o prazo de 10 dias ou se pioram com um desconforto respiratório, falta de ar, febre que não passa com remédio e mal-estar geral, esses são sinais que devem gerar um alerta, de acordo com Oliveira. 

“É comum o termo ‘gripe mal curada’ nesses casos, mas não se trata disso. O quadro infeccioso pode dar espaço para uma infecção bacteriana secundária e gerar uma sinusite, nos adultos, ou pneumonia, nas crianças e adultos”, explica a médica. 

Infecções causadas por bactérias, ao contrário dos vírus, exigem um tratamento específico com medicamentos antibióticos. “Por isso é importante acompanhar a evolução da doença, que é o que fazemos via o Alice Agora”, detalha Oliveira.

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