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Tudo sobre a enfermagem: qual é o papel dessa equipe?

Confira as possibilidades de atuação dos profissionais da enfermagem no cuidado com a saúde.

Amanda Milléo
| Atualizado em
11 min. de leitura
Tudo sobre a enfermagem: qual é o papel dessa equipe?

Tudo sobre a enfermagem: qual é o papel dessa equipe?

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Se tivesse que listar as funções de enfermeiros(as), o que você destacaria?

  1. Prescrição de remédios ou exames, quando necessários; 
  2. Acompanhamento de pessoas com doenças crônicas, como diabetes;
  3. Prevenção e controle de possíveis infecções nos hospitais;
  4. Todas as anteriores {resposta correta!}.

Enfermeiros têm formação técnica e científica para atuar de maneira mais autônoma no cuidado com a saúde – inclusive com a prescrição de remédios ou exames, caso trabalhem em instituições de saúde que tenham protocolos garantindo essa autonomia {como é o caso na Alice}.  

Antes de seguir, é preciso uma explicação: enfermeiro(a) não é sinônimo de técnico ou de auxiliar de enfermagem. Cada uma dessas categorias está contemplada na lei 7498, que regulamenta o exercício de toda a enfermagem e destaca as responsabilidades e tarefas dos profissionais. 

Mas, de forma geral, a enfermagem é a profissão que lida com o cuidado, como resume Walkirio Almeida, chefe da divisão de fiscalização do exercício profissional do Cofen (Conselho Federal de Enfermagem).

“O objeto de trabalho do enfermeiro e dos demais profissionais que praticam a enfermagem é o cuidado com as necessidades de saúde do indivíduo, seja em decorrência de uma doença ou na prevenção dela”, explica. 

E o papel dessa equipe é fundamental para a saúde do planeta inteiro, segundo alerta da OMS (Organização Mundial da Saúde). Em um relatório divulgado no início de 2020, a entidade destacou que os profissionais precisam ser valorizados para que todos os países atinjam os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.

“Os profissionais de enfermagem prestam uma contribuição central nas metas nacionais e globais em várias prioridades de saúde, incluindo cobertura universal, saúde mental, doenças crônicas, preparação e resposta a emergências, segurança do paciente e a entrega de um cuidado integrado e centrado na pessoa.”

No Brasil, há cerca de 2,7 milhões de profissionais da enfermagem, segundo dados do Cofen, de julho de 2022. Destes, 58,8% são técnicos de enfermagem, 24,5% são enfermeiros e 16,5% são auxiliares de enfermagem. 

Técnico de enfermagem: o que é e o que faz? 

As diferenças entre as categorias dentro da enfermagem começam pela formação. No caso dos técnicos {que representam a maior parte dos profissionais}, exige-se a conclusão do curso técnico, com duração de dois anos. 

Dentre as responsabilidades, os técnicos atuam no planejamento e na orientação ou supervisão das atividades. “A equipe de enfermagem dentro de uma UTI [Unidade de Terapia Intensiva], por exemplo, é composta por enfermeiros e técnicos”, reforça o representante do Cofen.

Embora a contribuição maior seja em tarefas de média complexidade, os técnicos também ajudam quem estiver com um quadro clínico mais crítico. “A lei determina que essa atuação seja em auxílio ao enfermeiro porque a responsabilidade das pessoas em condições mais críticas é dele”, explica Almeida. 

Controle de doenças transmissíveis, programas de vigilância epidemiológica, prevenção e controle da infecção hospitalar e segurança das pessoas durante o atendimento e monitoramento são responsabilidades dos técnicos.

Auxiliar de enfermagem: o que é e o que faz?

Como a duração do curso para auxiliar de enfermagem é de apenas 15 meses, as atribuições e responsabilidades também são menores, em comparação às dos técnicos e enfermeiros, mas não de menor importância. Afinal, muito do cuidado direto à pessoa é feito por esses profissionais, como por exemplo:

  • Preparar as pessoas para consultas e exames;
  • Reconhecer e descrever sinais e sintomas para a equipe de enfermagem ou médica; 
  • Verificar sinais vitais, como temperatura corporal, pressão arterial e respiração;
  • Administrar medicamentos por via oral ou injetáveis;
  • Acompanhar a ingestão e eliminação de líquidos {controle feito, geralmente, em hospitais};
  • Ajudar no procedimento de nebulização {ou inalação}; 
  • Colher materiais para exames laboratoriais, como sangue; 
  • Preparar alguém que vá passar por cirurgias;
  • Dar suporte durante cirurgias, providenciando equipamentos, por exemplo; 
  • Contribuir na desinfecção e esterilização de espaços, especialmente hospitalares;
  • Auxílio da pessoa com alimentação e higiene pessoal. 

Há muitos auxiliares de enfermagem no Brasil, mas a tendência é que esse número diminua, segundo Almeida. Isso porque a escolaridade exigida para que a pessoa consiga entrar em um curso de auxiliar é o ensino fundamental – considerado pouco pelo Ministério da Educação e pelos conselhos estaduais. 

“Atualmente, os órgãos reguladores do sistema de ensino não têm mais interesse na formação de profissionais com nível fundamental, e o foco da formação são os programas com nível médio e superior, de técnico e enfermeiro”, explica Almeida. Segundo o representante do Cofen, apenas o estado de São Paulo ainda tem cursos para auxiliar de enfermagem. 

Qual é o papel dos enfermeiros?

Todos os profissionais da enfermagem se preocupam com o cuidado mas, enquanto o técnico e o auxiliar atuam diretamente com as pessoas, cabe aos enfermeiros dar um passo atrás e visualizar o todo. 

Faz parte da categoria avaliar cenários como: a pessoa que recebe o diagnóstico de uma doença crônica conseguirá manter o tratamento adequado, diante da rotina, dos hábitos e do cotidiano da família? Qual é o melhor horário para que o indivíduo tome uma determinada medicação, levando em consideração o ritmo de trabalho? 

Essa “big picture” é de responsabilidade dos(as) enfermeiros(as), que se preparam em um curso superior, com 4.000 horas de formação, dividido em até cinco anos. “Como há esse preparo, com conhecimento técnico e científico, o enfermeiro é o único profissional que pode fazer qualquer procedimento dentro da área da enfermagem. E, por isso, compete a ele supervisionar e coordenar o trabalho dos técnicos e auxiliares”, destaca Almeida. 

Quais são as áreas de atuação de enfermeiros(as)? 

Após a graduação, os(as) enfermeiros(as) também podem se especializar em uma área – tal qual acontece com a medicina. O Cofen reconhece 62 especialidades. Existem, por exemplo, o enfermeiro cardiologista, que atua com questões cardiorrespiratórias; o dermatologista; o especialista em terapia intensiva; enfermeiro pediatra e neonatal, entre muitas outras.

Embora seja comum pensarmos no contexto hospitalar ou nas unidades de saúde, Walkirio Almeida, do Cofen, destaca que os profissionais também podem trabalhar de forma autônoma. 

“Temos enfermeiros que atuam em consultórios privados atendendo gestantes, parturientes e prestam suporte a quem está amamentando. Outra área comum atualmente é no segmento dos procedimentos estéticos e nas práticas integrativas complementares, como a acupuntura”, exemplifica. 

Almeida lembra também que há enfermeiros na área de tecnologia, desenvolvendo ferramentas, algoritmos e aplicativos que melhorem o atendimento à saúde {como acontece na Alice!}.  

Enfermeiros podem prescrever medicamentos e exames?

Sim! Na lei do exercício da profissão estão descritas algumas prerrogativas, como a possibilidade de prescrever medicamentos e exames, quando necessários. A diferença da atuação de um médico, por exemplo, é que o enfermeiro precisa de um protocolo institucional ou de uma norma técnica.

Isso significa que o profissional deve fazer parte de uma instituição de saúde que garanta essa autonomia. “O Ministério da Saúde tem alguns protocolos assistenciais que preveem a prescrição de medicamentos pelo enfermeiro. E pode prescrever qualquer remédio, desde que esteja pré-estabelecido no protocolo assistencial”, explica Almeida. 

“Se o profissional estiver em um programa de acompanhamento de diabetes, hipertensão ou à gestante, pode prescrever as medicações de suporte ao quadro clínico e à manutenção da saúde dessas pessoas. Mas os protocolos mudam de tempos em tempos, e a lista também”, exemplifica.

Sobre os exames, é a mesma lógica. “Não há pré-definição de quais exames podem ser solicitados, mas aqueles que o profissional considerar importante para nortear o tratamento”, diz Almeida. 

Enfermeiros também podem diagnosticar – mas é um pouco diferente do que é feito pelos médicos. “O do médico, geralmente, define a doença e o tratamento. O diagnóstico do enfermeiro olha para as necessidades da pessoa, a partir daquela doença. Por exemplo, se há um apoio familiar e condições para que o indivíduo continue em tratamento”, detalha.

Essa autonomia cabe tanto ao enfermeiro que atua nas unidades de saúde públicas, quanto nas instituições privadas. “É importante destacar que não são os enfermeiros que decidem, isoladamente, os protocolos de medicamentos e exames que poderão prescrever. São pré-estabelecidos em discussões com representantes de outras categorias, como a medicina e a farmácia”, lembra Almeida.

Barreiras à autonomia dos enfermeiros

Apesar de estar previsto em lei, ainda há barreiras contra a autonomia do trabalho dos enfermeiros. Um exemplo são os laboratórios e clínicas que ainda não estão adaptados à prescrição de exames por esses profissionais. 

“A gente prescreve, mas os parceiros não reconhecem a autonomia. Afinal, por muitos anos só os médicos prescreveram. Hoje trazemos uma cultura nova, que nos exige desbravar essa atuação junto aos laboratórios e clínicas”, explica Maite Augusta Correa Costa Rossetto, Health Excellence Nurse Leader, da Alice. 

Outro desafio, segundo Rossetto, é o reconhecimento da profissão. “Muitas vezes ouvi que eu era ‘quase’ médica, e não é isso. É outra profissão, com responsabilidades e autonomias próprias. Falta esse reconhecimento da categoria, e isso tem relação direta com o nível de formação, a postura dos profissionais e com as instituições permitirem essa autonomia.”

Diferença de gênero na enfermagem

Na pesquisa Perfil da Enfermagem no Brasil, divulgada em 2017, a divisão entre homens e mulheres atuando na profissão destaca a hegemonia feminina: 

  • 14,4% homens;
  • 85,1% mulheres;
  • 0,5% não responderam.

História da Anna Nery: conheça as enfermeiras que marcaram a profissão no Brasil

Um dos ícones da enfermagem brasileira foi uma mulher que, ao ter os três filhos convocados para lutarem na Guerra do Paraguai (1864 a 1870), se voluntariou para ser enfermeira e estar perto deles, no Rio Grande do Sul. Essa foi Anna Nery

Waleska Paixão, muito tempo depois, foi a pioneira em contar e resguardar a história da profissão no Brasil, enquanto que Rachel Haddock Lobo se preocupou em fazer a enfermagem ser vista como uma profissão (com direito a escolas espalhadas pelo país).

Para conhecer a profissão é preciso estudar os passos de quem caminhou antes, e isso inclui a trajetória da Wanda Horta e da Dona Ivone Lara, entre muitas outras.

Confira as biografias das principais personagens da história da enfermagem no Brasil:

Wanda Horta, a enfermeira que humanizou o cuidado de saúde

Dona Ivone Lara, a profissional da saúde por trás do samba

Rachel Haddock Lobo: a enfermeira que se dedicou a ensinar

Waleska Paixão, pioneira em contar a história das enfermeiras

Anna Nery, grande ícone da enfermagem no Brasil

Edith Fraenkel: a enfermeira que lutou pela profissão no Brasil

Qual é o papel da enfermagem na Alice?

A cultura mais comum nos hospitais e serviços de saúde é acreditar que a figura do médico deve resolver todos os problemas. Mas há uma variedade de categorias e atuações que permite autonomia aos demais profissionais, como os enfermeiros. Na Alice, a equipe de enfermagem tem essa autonomia. 

“O nosso desafio é quebrar a ideia do cuidado centrado no médico. A enfermagem tem capacidade de resolver problemas e tem técnicas para isso. Há muito tempo sonhei com essa autonomia da enfermagem, e aqui na Alice vivemos isso”, conta Maite Rossetto, Health Excellence Nurse Leader. 

O time de enfermagem da Alice se divide entre: 

  • Assistencial {com foco no cuidado direto dos membros};
  • Excelência em saúde {que entrega à equipe de assistência as informações em formato de protocolos e revisões de casos}. 

Eles também atuam com equipes de atenção secundária {especialistas} e terciária {hospitais}, além de analisar situações e identificar oportunidades de melhoria nos processos de cuidado. 
Quer saber como essa cultura funciona na prática, tire suas dúvidas: O que a enfermagem da Alice pode fazer pela sua saúde?

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