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Rede de apoio: como ajudar alguém? Confira 7 dicas

Time da Alice
| Atualizado em
7 min. de leitura
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Quantas vezes você perguntou se alguém próximo estava bem e recebeu um simples “sim” ou notou que a pergunta foi ignorada. Saiba que não é uma questão só sua ou da pessoa. Há séculos, a Ciência busca compreender a dificuldade de falarmos abertamente sobre os nossos sentimentos e como pedir ajuda em um momento difícil. É aí que entra a rede de apoio.

O que se sabe é que a capacidade de compreender, manejar e falar sobre informações emocionais é uma habilidade individual — e apesar de ser crucial nas relações e na qualidade de vida, nem sempre o que sentimos é fácil de verbalizar.

evidências que reforçam o prejuízo à saúde que é reprimir as emoções negativas. Por trás do “não” silenciado, há um potencial de aumento do estresse, de agravamento de condições crônicas e doenças cardiovasculares, e inevitavelmente, da piora de um quadro de saúde mental. 

Mas é possível mudar esse comportamento de quem não está se abrindo sobre um momento difícil com uma ação proativa de quem tem uma relação de afeto.  

Para a psicóloga da Alice Stephanie Witzel, mais do que palavras, as mudanças de comportamento contam. Especialmente, quando abordamos ansiedade, depressão, luto e outras condições que afetam o bem-estar emocional. 

“Ao presenciar que alguém que você conhece bem não está agindo como ele mesmo ou está vivendo uma situação complicada, é importante dar o primeiro passo é se colocar à disposição para ouvir. O simples ato de falar e ter uma escuta empática é um grande passo para reconhecer, aliviar a tensão psicológica e lidar com a situação”, aponta a profissional. 

É comum que o ser humano tenha dias nos quais o desânimo, o estresse, a ansiedade e a tristeza podem falar mais alto. A reclusão neste momento, evitando falar do assunto que provoca mal-estar, pode ser uma estratégia pessoal para lidar com o momento. 

Contudo, quando esses sentimentos persistem, eles afetam o comportamento no dia a dia e são perceptíveis.  E, sendo assim, é importante o olhar atento da rede de apoio. 

“Nessas situações, se colocar à disposição é diferente de forçar a pessoa a falar. Cada um tem o seu tempo para lidar com suas emoções e se abrir para alguém”, aconselha a psicóloga. 

Como saber quando alguém não está bem?

Irritação, problemas para dormir, isolamento, falta de ânimo, cansaço excessivo. Esses são alguns dos sintomas persistentes que podem revelar que uma pessoa está passando por um momento difícil de saúde mental. Deparar-se com essa situação pode assustar, gerar desconfortos e uma grande dúvida: o que fazer? 

A insegurança e a dúvida sobre quais passos seguir é um sentimento comum entre familiares e amigos de mais de um bilhão de pessoas ao redor do mundo que sofrem de algum transtorno mental, de acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde). Mas a solução é simples: respeito, cuidado e atenção. 

“Ouvir de maneira empática, cuidadosa, sem julgamentos, sem buscar uma solução ou um culpado é um caminho para oferecer apoio. Além disso,  ser paciente com a situação e demonstrar em suas falas quem aquela pessoa é, suas virtudes, o quanto ela é importante para você e para o mundo pode tranquilizar e aliviar o sofrimento”, explica a psicóloga. 

Witzel aponta que a reação é individual. Uma única conversa pode ser o suficiente para trazer conforto, mas geralmente, pode levar algum tempo para que a saúde mental de alguém melhore. 

Incentivar a prática de atividade física e criar situações para que a pessoa faça coisas que goste também reforçam esse apoio e hábitos que ajudam a saúde mental a longo prazo.”

Para a enfermeira Mari Marconsin, do Time de Saúde da Alice, o benefício da escuta é para ambos. O processo é positivo para o entendimento dos ciclos da vida, das situações que vivemos e para o autoconhecimento de cada um. 

“Falar e ouvir é uma forma gentil de viver as emoções que sentimos o tempo todo, mas que nunca temos espaço para liberá-las.” A enfermeira aponta que diferentemente da felicidade, que tem espaço para ser compartilhada, a tristeza e os momentos ruins acabam sendo ocultados e não valorizados como um processo de desenvolvimento. 

Sinais em crianças, adolescentes e idosos 

Os sintomas de problemas de saúde mental podem ser diferentes no comportamento de idosos e crianças. Os mais jovens podem interagir menos com amigos e familiares, demonstrar não ter autoconfiança ou indecisão em diferentes situações e até mesmo falar de diferentes formas que se sentem culpados ou inúteis. 

Em relação aos idosos, os sinais vão além do cansaço e falta de interesse. As condições da saúde mental podem se manifestar por meio de geladeiras e armários vazios, que sugerem falta de alimentação, pouca higiene, aparência negligenciada e a falta de receptividade de alegria em interagir com visitantes, familiares e amigos. 

7 Dicas para escutar alguém de forma empática

  1. Mostre que você se preocupa com a pessoa, que tem tempo e que ela não precisa evitar falar de coisas com você;
  2. Faça perguntas abertas que começam com “percebi que você não está legal”, “você está mesmo bem?”; 
  3. Tranquilize-o diante da situação; 
  4. Não tenha medo de oferecer palavras amáveis e seu apoio; 
  5. Ao notar que a pessoa ficou reativa, mude de assunto e respeite o tempo dela; 
  6. ​Ofereça espaço para conversar em um novo momento, seja por telefone, mensagem ou pessoalmente; 
  7. Notou que falou algo negativo? Peça desculpas e seja gentil com você mesmo… É difícil lidar. 

Ajuda de um profissional de saúde 

A rede de apoio é um importante suporte para que qualquer um consiga lidar com conflitos e situações pontuais e normais da vida cotidiana. 

Contudo, quando os sintomas se agravam e afetam as atividades diárias como estudo, trabalho e convivência social, a conversa com um profissional de saúde é um processo de identificação e rastreamento. 

“O profissional de saúde que tem o acompanhamento longitudinal [no decorrer da vida] do paciente consegue compreender inclusive aqueles sintomas ocultos, que estão em algumas falas de desânimo, de medo, de angústia, inclusive em queixas de outras dores como falta de sono ou um apetite completamente fora do padrão”, explica a enfermeira Mari Marconsin, do Time de Saúde da Alice

E como lidar com quem não quer (o seu) apoio 

A negativa pode chegar de uma maneira sorrateira para quem quer ajudar. Uma pessoa que demonstra os sintomas de que algo não vai bem e reforça que não quer seu apoio pode trazer conflitos para os dois lados. 

Explorar de maneira empática o “não”, deixar as portas abertas para o seu suporte e reforçar que está à disposição para falar e ouvir livre de julgamentos pode ajudar a descobrir o que está atrapalhando. 

“Não tente forçar ou acabar fazendo alguma piada ou barganha para entender sobre o problema. Se ela não falou com você, é porque ela não está à vontade ou não está preparada para esse tipo de conversa. O importante é respeitar o passo dela e estar disponível para conversar”, reforça a psicóloga. 

Witzel recomenda que a melhor maneira de lidar com isso é agir normalmente. “Continue convivendo com aquela pessoa, evite fazer graça com a tentativa de distrair a pessoa. Notando os sinais, oferecendo sua ajuda, mas evite se comportar diferente porque isso pode fazer com que a pessoa se isole.”

Veja também: Os 6 estágios de motivação para a mudança de comportamento

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