Colaborou: Ana Araujo
A sigla é conhecida por quem menstrua {e até por quem não menstrua}, mas será que todo mundo entende exatamente o que é TPM e o que ela significa?
O que causa a TPM e por que as mulheres têm TPM?
TPM, ou tensão pré-menstrual, é uma síndrome {conjunto de sinais e sintomas} relacionada ao período pré-menstrual. Ou seja, antes de a menstruação chegar, o corpo se prepara {alô, ciclo menstrual} para dois cenários: ou gerar um bebê ou descamar o endométrio pelo canal vaginal {a menstruação}.
Quando o óvulo não é fertilizado pelos espermatozoides naquele ciclo menstrual, o corpo entende que não precisa preparar o útero e reduz a produção de certos hormônios, como o estrogênio e a progesterona. É, inclusive, a redução da progesterona que pode desencadear os sinais característicos da TPM em algumas pessoas.
Quando acontece e quanto tempo dura a TPM?
Se os sintomas variam de pessoa a pessoa, o tempo de duração também não é igual para todo mundo.
Em geral, segundo Larissa Cassiano, médica ginecologista e obstetra da Comunidade de Saúde da Alice, os sinais começam cerca de cinco dias antes da menstruação chegar {mas podem vir antes} e vão embora com a menstruação.
Mas isso não é regra, e algumas pessoas relatam que os sinais podem durar até dias após a descida do endométrio.
Como saber se estou de TPM?
O sobe e desce hormonal pode desencadear sinais da TPM em diferentes áreas do corpo, desde o humor e as emoções até a saúde física.
Principais sintomas da TPM
Os sintomas mais comuns são, de acordo com dados da Mayo Clinic:
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Inchaço abdominal;
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Cólicas;
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Seios inchados e doloridos;
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Acne;
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Constipação ou sinais de diarreia;
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Dores de cabeça;
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Dores nas costas;
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Sensibilidade aumentada para luz e som;
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Ansiedade e inquietação;
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Raiva e irritabilidade aguçadas;
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Mudanças no apetite, seja aumentando ou diminuindo a vontade de comer;
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Mudança no padrão de sono;
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Dificuldade de concentração.
Como é o diagnóstico?
Como não existe um exame que detecte a TPM, o profissional de saúde deve atribuir os sintomas à tensão se eles surgirem no período pré-menstrual.
E como saber que está no período pré-menstrual? Tente registrar seus sintomas, sinais do corpo e os dias em que o fluxo veio e parou em um calendário, diário ou aplicativo por, pelo menos, dois ciclos menstruais.
Ter noção dos dias é importante não só para manter certo controle como para descartar outras condições com sintomas parecidos, como a síndrome da fadiga crônica, problemas na tireoide e alguns transtornos de humor, como depressão e ansiedade.
Quais os tipos de TPM?
Essas divisões variam de acordo com os sintomas que aparecem com maior intensidade. Um estudo publicado no jornal científico Obstetrics & Gynecology apontou para três tipos de TPM:
TPM do tipo física
Nesse tipo de TPM, os sintomas que mais incomodam são inchaço, mudanças de apetite, alterações de humor, dores nas articulações, cólica e sensibilidade nos seios.
TPM do tipo psicológica
Aqui, a irritabilidade, ansiedade, tensão, tristeza ou depressão, desesperança, alterações de humor e dificuldade de se concentrar fazem parte do pacote de sintomas.
TPM do tipo mista
Como o nome indica, quem sofre esse tipo de TPM encara tanto sintomas físicos quanto psicológicos.
Principais fatores de risco da TPM
Apesar de não ser uma doença em si, alguns fatores podem contribuir com a piora dos sintomas.
Estresse e estado psicológico
Quando os nervos já estão à flor da pele, a sopa hormonal pode piorar a situação.
Sobrepeso e obesidade
De acordo com o Better Health Channel, do governo australiano, pessoas que menstruam que têm o IMC (Índice de Massa Corpórea) maior que 30 são três vezes mais propensas a ter sintomas de TPM do que aquelas com menos peso.
Tabagismo
Fumantes são duas vezes mais propensas a terem sintomas severos de TPM comparadas a não-fumantes.
Histórico familiar e genética
Observe se outra pessoa da sua família tem TPM. Pesquisadores já conectaram os sintomas a questões genéticas tanto na TPM quanto em casos de Transtorno Disfórico Pré-Menstrual (TDPM).
Como aliviar a TPM naturalmente?
Caminhar ou correr pode parecer a última coisa a se fazer durante os sintomas da TPM, mas a prática de exercícios aeróbicos é uma recomendação — e é uma forma natural de aliviar os sintomas.
Além de reduzir o inchaço e as cólicas, os exercícios físicos ajudam também nos sintomas de ansiedade e depressão, que podem ser comuns no período.
Outras medidas são:
- Priorizar refeições com uma variedade de alimentos, como frutas, vegetais, grãos integrais e reduzir os ultraprocessados {especialmente aqueles alimentos com muito açúcar, sal, cafeína e álcool};
- Beber líquidos para alívio do inchaço abdominal;
- Favorecer a rotina e higiene do sono para ajudar a reduzir a fadiga;
- Priorize o autocuidado, seja em exercícios físicos ou momentos relaxantes.
Lembre-se que é preciso consistência e cuidado nessas práticas.
Dicas para conviver com a TPM
Uma vez que a TPM é um fato dado para algumas pessoas, o melhor a ser feito é mudar hábitos de vida para aliviar os sintomas.
Além de praticar atividades físicas e ter um cardápio saudável, evite o abuso de álcool e deixe o cigarro de lado. Praticar meditação mindfulness também pode ajudar a lidar com os picos de tensão e estresse.
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Quando procurar ajuda médica?
Se nenhuma das soluções que já apresentamos resolver ou se os sintomas forem muito intensos, vale buscar profissionais de saúde e medicações que possam aliviar os incômodos.
“Se os sintomas forem muito intensos, que impeçam a pessoa de fazer as atividades do dia a dia, é preciso procurar ajuda”, completa a médica ginecologista e obstetra da Comunidade de Saúde da Alice.
Como é o tratamento da TPM?
Além das mudanças de estilo de vida que você já viu, alguns tratamentos podem entrar em cena, de acordo com o NHS:
- Terapias hormonais, como uso de pílula anticoncepcional e DIU hormonal;
- Terapia cognitivo-comportamental (psicoterapia);
- Antidepressivos em casos mais graves.
Todo mundo tem TPM?
Não, nem todo mundo sente os sinais da TPM, mas as possibilidades são várias. Há quem não tenha sintomas, ou apenas poucos, enquanto outras pessoas sentem {e sofrem} mais — inclusive, em alguns países como a Espanha, Japão, Taiwan, Indonésia, Vietnã, Coreia do Sul e Zâmbia, já há a possibilidade de licença do trabalho nos dias de TPM.
Essas diferenças existem porque cada pessoa tem uma sensibilidade, segundo a médica ginecologista e obstetra da Comunidade de Saúde da Alice.
“Os sintomas podem estar relacionados à alimentação ou a uma alteração gástrica, com constipação ou mesmo intestino solto. A alteração hormonal do período pode levar, inclusive, a um inchaço geral, que pode gerar dor de cabeça e incômodo nas pernas. Problemas no sono e no humor também podem aparecer”, lista.
Quem toma anticoncepcional tem TPM?
Pessoas que tomam anticoncepcional têm, em geral, uma redução nos sintomas da TPM, segundo explica Cassiano.
“Dependendo do tipo de anticoncepcional, o ciclo menstrual será bloqueado e a pessoa não terá a TPM. Mas a maior parte dos anticoncepcionais gera um bloqueio do ciclo e, mesmo que a pessoa não tenha esse bloqueio, pode haver uma redução dos sintomas”, explica.
De acordo com dados da Febrasgo (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia), os anticoncepcionais combinados {que contêm os hormônios progesterona e estrogênio} são, em geral, os indicados para o alívio dos sintomas.
O que é o TDPM (Transtorno Disfórico Pré-Menstrual)?
Quando os sintomas da TPM são muito severos, pode-se considerar que existe algo a mais: a TDPM, Transtorno Disfórico Pré-Menstrual. De acordo com a Febrasgo, essa condição afeta entre 3% e 8% das pessoas que menstruam
Os sintomas da TDPM são parecidos aos da TPM, mas são mais intensos e podem ter maior impacto nas atividades diárias e qualidade de vida. Alguns dos sintomas previstos pelo DSM-V, que é o Manual de Diagnóstico e Estatística da Associação Psiquiátrica Americana, são:
- Alterações de humor;
- Tristeza repentina e choro fácil o u aumento da sensibilidade à rejeição;
- Irritabilidade, raiva acentuada ou aumento dos conflitos interpessoais;
- Humor deprimido, sentimento de desesperança ou pensamentos autodepreciativos/
- Ansiedade, tensão e/ou sentimento de estar “no limite”;
- Dificuldade em se concentrar;
- Letargia, fadiga fácil ou falta de energia;
- Muito sono ou insônia;
- Sintomas físicos, como sensibilidade nos seios, inchaço, dores musculares ou nas juntas ou ganho de peso.
Apenas um profissional de saúde pode diagnosticar a TDPM — e só depois de excluir outras condições.
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