Uma maneira didática de entender as várias funções do nariz é compará-lo com objetos e equipamentos do dia a dia.
O nariz age como um filtro natural, impedindo que algumas partículas entrem no organismo. Também funciona como umidificador e aquecedor para que o ar inalado não chegue seco nem frio ao pulmão.
Esse órgão atua ainda como um sensor, capaz de emitir sinais sobre a nossa saúde. Nesta época do ano, em que a umidade do ar e as temperaturas caem, a mensagem de que tem algo novo agindo no corpo vem, muitas vezes, na forma de coriza.
O que a coriza em crianças e o nariz entupido podem indicar?
“O nariz escorrendo, que chamamos de coriza, pode ser o começo de várias infecções virais, como resfriado, gripe ou bronquiolite. Então é muito importante observar os sintomas associados”, destaca a médica pediatra Ana Carolina Picci, da Alice.
A coriza também pode aparecer como reação às mudanças no tempo. “Na dúvida se é algum tipo de alergia ou quadro gripal, vale a avaliação médica. Na Alice temos o Alice Agora para orientação imediata. A partir do Protocolo de Ivas [infecções das vias aéreas superiores], temos todos os sinais de alarme”, acrescenta a médica.
A coriza pode ser o primeiro sinal de quadros gripais ou alérgicos
Em quadros gripais, a coriza costuma vir acompanhada de febre, tosse, dor de garganta e dor de cabeça.
A bronquiolite, que pode ser causada por diversos agentes (vírus sincicial respiratório, rinovírus, adenovírus), acomete principalmente as crianças menores de dois anos.
Ela começa como um resfriado comum, com sintomas como coriza e obstrução nasal, tosse e febre. Porém, entre o terceiro e o quinto dia, pode evoluir para chiado no peito e desconforto respiratório, que pode ser notado pela família quando a respiração está mais rápida e superficial e quando há dificuldade de mamar (engasgos na mamada).
“Também é possível notar marcação das costelas por uso de musculatura acessória do tórax, movimento de cabeça ou até batimento nasal [maior dilatação das narinas na respiração] e gemência. Se a criança apresentar esses sinais de desconforto respiratório, ela precisa ser avaliada imediatamente pelo médico”, alerta a pediatra Amanda Monteiro, também da Alice.
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Como aliviar a congestão nasal
A melhor forma de aliviar a congestão nasal é hidratar as vias aéreas. Para isso, é recomendado ingerir muito líquido e fazer a lavagem nasal, que consiste em limpar as narinas com seringa e soro (0,9%) em temperatura ambiente.
Para adultos, a cada lavagem devem ser usados de 10 ml a 20 ml de soro. Para desentupir o nariz do bebê ou de crianças pequenas, a quantidade varia entre 1 ml e 5 ml, não havendo um padrão científico único por faixa etária.
Para recém-nascidos, podem ser usados conta-gotas com até 1 ml. Em crianças com até um ano, a seringa deve ser preenchida com até 5 ml do soro. Essa quantidade pode chegar a 10 ml para os pequenos de até seis anos. A partir dessa idade, a quantidade pode ser maior (até 20 ml, quando muito encatarrados).
Segurando a seringa com os dedos indicador e médio, o êmbolo deve ser pressionado pelo dedão para que o líquido seja injetado em uma das narinas para sair pela outra.
“Se você vai colocar o soro na narina direita, o objetivo é que saia pela esquerda. Então você pode rotacionar levemente a cabeça para a direita para facilitar essa passagem do soro.O ideal é que a pressão não seja nem muito rápida nem muito devagar, mas que seja o suficiente para o soro entrar por uma narina e sair pela outra”, ensina a enfermeira Camila Kawagoe em vídeo produzido pela Alice:
A lavagem nasal pode ser feita diariamente como medida de higiene. Em caso de coriza, secreção ou quadros alérgicos, pode ser realizada de duas a quatro vezes ao dia ou quando sentir necessidade, principalmente antes das refeições.
“Em casos de rinite ou sinusite, é muito importante para conseguir tirar essa secreção com lavagem nasal e prevenir a piora da infecção”, destaca a enfermeira, acrescentando que não há problema em engolir um pouco do soro.
Se o tempo estiver muito seco, a inalação também pode ajudar a hidratar as vias áreas e a amenizar a coriza.
Para prevenir doenças respiratórias, a pediatra Ana Carolina Picci destaca ainda a importância da vacinação.
“Existe a expectativa de que a criança tenha de 8 a 12 episódios virais no ano. Por isso, temos que prevenir o que é possível. Vale lembrar que a vacina de gripe está disponível a partir dos seis meses de idade. Apesar de serem quadros virais, as complicações podem ser bacterianas. Então, é muito importante que a carteira de vacinação da criança esteja em dia”, finaliza.
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