Muita gente {ou quase todo mundo} acha que a menopausa é um período em que a pessoa “entra” e passa a ter aqueles sinais característicos {ondas de calor são as mais lembradas}. Na prática, ela é apenas um dia do calendário e, normalmente, só é reconhecida meses depois.
O que é a menopausa?
A menopausa é o marco do último ciclo menstrual. Se, depois de 12 meses, a pessoa não tiver mais nenhuma menstruação, aquele último dia do ciclo pode ser considerado como o momento da menopausa.
Todos aqueles sinais clássicos, como calor, enjoo, ganho de peso, suor e mudanças de humor, acontecem, portanto, antes da menopausa, no período chamado de climatério.
Esse, sim, é um período mais longo, que dura anos e começa por volta dos 40 – quando o corpo vai percebendo que não precisa produzir todos aqueles hormônios, já que a quantidade de óvulos disponíveis para formar os bebês está acabando.
As 3 fases do climatério
O climatério é dividido em fases, iniciando pela perimenopausa {que traz os primeiros sinais, mas ainda mantém o ciclo menstrual, mesmo que irregular} e desemboca na pós-menopausa, que é o período depois da última menstruação.
Vale diferenciar o climatério da menopausa precoce, que é quando essa última menstruação vem mais cedo que o previsto, por volta dos 40 anos. A causa pode ser desde um tratamento oncológico, que exigiu medicamentos que afetaram a produção ovariana, a causas genéticas.
Perimenopausa
O primeiro período do climatério é chamado de perimenopausa e representa a transição do período fértil para a menopausa, que é o marco do último ciclo menstrual.
A idade em que se inicia a perimenopausa vai variar de pessoa para pessoa, mas é mais frequente por volta dos 40 anos, embora possa vir antes, aos 30, em alguns casos, segundo dados da Mayo Clinic {organização de saúde sem fins lucrativos}.
Neste período, é comum que o ciclo menstrual se mantenha, ainda que de forma irregular. Outros sintomas comuns são:
- Ciclos menstruais mais longos ou mais curtos;
- Ciclos sem a liberação do óvulo pelo ovário;
- Ondas de calor;
- Problemas para dormir;
- Ressecamento vaginal.
Depois de 12 meses consecutivos sem menstruação, o último ciclo menstrual pode ser considerado como o marco da menopausa.
Menopausa
A menopausa é uma fase do climatério que dura apenas um dia, mas só é identificada um ano depois. Afinal, ela representa o último ciclo menstrual.
Como na perimenopausa há ciclos irregulares, só é possível identificar uma menstruação como sendo a última depois de 12 meses.
E, embora os sintomas sejam mais comumente associados à menopausa, eles acontecem, na verdade, durante todo o período do climatério, como as ondas de calor, dificuldade para dormir e suor noturno.
Pós-menopausa
A pós-menopausa se refere ao período após a menopausa {ou o último ciclo menstrual}.
E esse “pós” dura a vida toda, segundo Luciana Pistelli, médica ginecologista da Alice.
“As pessoas usam esse termo de ‘pós-menopausa’, mas, na prática, são as mesmas alterações no organismo de antes. É a mesma falta de produção hormonal”, detalha.
Quanto tempo dura a menopausa?
A menopausa em si dura apenas um dia {já que é o marco da última menstruação da vida}, mas o climatério {aquela fase anterior} pode levar mais tempo e começar a partir dos 40 anos.
Se levar em consideração que a menopausa, segundo dados do Ministério da Saúde, acontece entre os 45 e 55 anos de idade, há uma probabilidade grande de que a pessoa fique uns bons anos nesse período prévio.
Este é um risco para quem está evitando uma gestação e acha que, só porque iniciou os sintomas do climatério, não existe mais essa possibilidade.
“Por ter uma irregularidade na menstruação, pode ser mais difícil engravidar, mas ela pode acontecer. Quem começou hoje com os sintomas do climatério precisa lembrar que a menopausa vem só daqui uns anos”, explica Aline Morishigue, enfermeira da Alice.
Quais são os primeiros sinais da menopausa?
- Alteração no sono;
- Mudanças no humor;
- Dores de cabeça;
- Dores articulares;
- Dificuldade de concentração e de memória;
- Ressecamento vaginal e mudanças no desejo sexual;
- Suor noturno;
- Aumento na frequência urinária {infecções urinárias são mais comuns em pessoas depois da menopausa, sabia?};
- Sintomas semelhantes à TPM {tensão pré-menstrual}.
Esses são os primeiros sinais que tendem a surgir no climatério e ficam mais frequentes (e intensos) conforme passa o tempo – já que a falência na produção hormonal evolui, segundo Pistelli.
“Os sintomas podem se manter durante a menopausa, em alguns casos, mas é variável. Algumas pessoas podem ter sintomas por um a dois anos, enquanto outras, por 10 anos”, explica a médica.
Mas por que esses sinais aparecem?
Uma vez que o corpo se dá conta de que não há mais tantos óvulos disponíveis e que todos aqueles hormônios produzidos na tentativa de gerar um bebê não são mais necessários, a produção deles vai caindo. Em termos técnicos, é a chamada falência ovariana, e é ela que desencadeia a série de sinais característicos.
Vale lembrar que esse é um momento natural do envelhecimento e não deve ser visto como uma doença. Claro, nem todas as características do período são fáceis ou confortáveis de vivenciar, mas essa é uma etapa da vida tal qual a puberdade, com todos os altos e baixos.
Alguns hábitos, como o tabagismo, influenciam na intensidade e na manutenção dos sinais {até mesmo na antecipação da menopausa}, bem como a falta de exercícios físicos. Segundo Pistelli, esses hábitos estão associados a um risco maior de a pessoa apresentar sintomas vasomotores, como o fogacho, ou as ondas de calor.
Com quantos anos a menopausa começa?
Entre os 45 e 55 anos de idade, segundo o Ministério da Saúde, é a faixa etária em que a menopausa tende a ser identificada com mais frequência.
Mas o período do climatério {quando já começam os sintomas} pode vir antes, a partir dos 40 anos.
Por que as pessoas engordam na menopausa?
É comum o relato de que, dentre os sinais do climatério, a pessoa ganhe peso – especialmente na região abdominal. A resposta para isso é hormonal, segundo explica Pistelli.
“Os ovários param de produzir primeiro o estrogênio e a progesterona, e acabam produzindo mais testosterona, o que muda a composição corporal. É comum vermos relatos de pessoas que acumulavam peso e gordura na região do quadril e das pernas e, depois da menopausa, na região abdominal. Isso é consequência da predominância de testosterona”, detalha.
Principais sintomas da menopausa
- Ciclos menstruais irregulares;
- Ressecamento vaginal;
- Ondas de claor;
- Calafrios;
- Suor noturno;
- Problemas para dormir;
- Mudanças de humor;
- Ganho de peso e lentidão do metabolismo;
- Pele mais seca e cabelos mais finos;
- Perda de plenitude mamária (ou seios menos preenchidos).
Esses são alguns dos sinais mais comuns da menopausa (incluindo as outras fases do climatério, como a perimenopausa e a pós-menopausa), de acordo com dados da Mayo Clinic.
Doenças cardíacas e a menopausa
O impacto das mudanças hormonais não é só no físico, mas também no fisiológico. O estrogênio, por exemplo, protege a saúde cardiovascular e a massa óssea e, na falta dele, aumenta-se o risco de eventos cardiovasculares e osteoporose.
“Não é um risco que ocorre no momento exato da menopausa, mas aumenta ao longo do tempo, especialmente após os primeiros dois anos depois da menopausa. A justificativa é que o estrogênio, principal hormônio feminino, favorece a vasodilatação, o que diminui a tensão dos vasos. Sem ele, aumenta-se o risco de a pessoa desenvolver hipertensão e diabetes”, explica a médica.
Quais os tratamentos para a menopausa?
Embora seja um processo natural, nem sempre é fácil lidar com as mudanças geradas pelo climatério e pela menopausa – e uma ajuda é sempre bem-vinda.
De acordo com Pistelli, as abordagens mais naturais {que deveriam ser seguidas por todo mundo} são:
Iniciar ou manter uma rotina de exercícios físicos
A prática de atividade física é uma boa medida não só para o controle dos sintomas da menopausa, como para a manutenção da saúde geral.
Quem curte corrida, a Alice tem uma planilha para iniciantes gratuita. Se preferir pilates ou yoga, há benefícios em todas as práticas.
Dieta para menopausa: o que comer e o que evitar?
Não há alimentos “certos” ou “errados”, mas vale manter uma alimentação balanceada, com frutas, verduras, legumes, oleaginosas – e tudo mais que o seu corpo tem direito.
Isso porque, passada a menopausa, há um aumento no risco de doenças cardiovasculares, osteoporose (alô, leite e derivados), além do ganho de ganho de peso.
Favorecer a perda de peso quando necessário
Entre todas as funções dos hormônios femininos, sabia que eles também cuidam da saúde cardiovascular? É por isso que, passada a menopausa, há um aumento no risco de doenças cardiovasculares — que são a maior causa de morte entre mulheres e homens.
Manter um peso adequado neste período pode auxiliar na manutenção da saúde cardíaca, além de reduzir o risco de diabetes, manter os níveis de colesterol e pressão arterial adequados, entre outros benefícios.
Eliminar hábitos nocivos, como o tabagismo
Fumar aumenta o risco de menopausa precoce, sabia?
Um estudo chegou a essa conclusão ao analisar os dados de 116 mil mulheres ao longo de 22 anos (entre 1989 e 2011). Nos resultados, os pesquisadores observaram que, em comparação com quem nunca tinha fumado, tanto as pessoas que ainda fumavam como as que já haviam parado tinham um risco aumentado para a condição.
E o risco era ainda maior conforme a quantidade de cigarros fumados por dia, além do tempo acumulado sem o hábito.
Quem fumava 10 ou menos cigarros por dia, mas que já havia parado aos 25 anos de idade, o risco da menopausa precoce observado no estudo era comparável a quem nunca tinha fumado na vida.
Chás naturais para a menopausa: o que ajuda?
“Essas são mudanças que contribuem para a melhora dos sintomas. Existem também medicamentos que se ligam aos receptores estrogênicos e que também podem ajudar, como o chá de folha de amora e o uso das isoflavonas, que são derivadas da soja”, detalha a médica.
A ginecologista lembra que, embora existam evidências de que essas opções naturais melhoram os sintomas, podem não ser 100% eficazes. “Algumas mulheres podem ter alívio, mas, se é uma pessoa com muito sintoma, esses tratamentos não vão resolver a questão”, afirma.
Remédios para a menopausa
Alguns medicamentos, como antidepressivos, também podem ser usados nesse momento pela melhora dos sintomas de fogacho, e novas medicações estão sendo desenvolvidas pensando neste público, segundo Pistelli.
Reposição hormonal para menopausa: quando é indicada?
A opção da reposição hormonal – que restitui os hormônios que deixam de ser produzidos pelo organismo, como estrogênio e progesterona – pode ser indicada a pessoas com sinais mais prevalentes, especialmente os vasomotores {fogachos, ou ondas de calor}.
Pistelli detalha que há estudos novos que sugerem o uso da reposição hormonal até mesmo na prevenção de doenças cardiovasculares e osteoporose, na tentativa de evitar esse risco depois da menopausa. No entanto, ainda não há dados sólidos que comprovem esse benefício.
“O uso da reposição varia para cada pessoa. Se ela tem útero, preciso usar o estrogênio e a progesterona. Se não tiver mais o útero, só o estrogênio é suficiente. Entre aquelas com alterações no desejo sexual, pode ser indicada a testosterona também. Ainda, quem passou por câncer de mama, melanoma e tem antecedentes de trombofilias pode ter contraindicação para esse tipo de tratamento”, detalha a médica.
A menopausa gera perda de libido?
Sim, essa é uma das características da menopausa, de acordo com dados da Mayo Clinic.
Com o ressecamento vaginal (que é um dos sintomas comuns), a hidratação da região pode ser prejudicada, além de afetar a elasticidade – que é o que gera o desconforto durante uma relação sexual.
Pode haver também uma redução na sensibilidade da área, afetando o desejo sexual, ou a libido.
Lubrificantes e hidratantes vaginais podem ajudar, bem como um tratamento com o hormônio estrogênio em forma de creme, para ser aplicado na área.
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