Turnover: o que é e como evitar

Fluxo de pessoal, rotatividade, substituições e renovação são algumas palavras associadas ao turnover de funcionários. Os termos são variados, mas são essenciais para descrever esse movimento de pessoas que ocorre em todas as empresas. 

E vale a pena entender direitinho como e por que ele ocorre {além de ficar por dentro das principais ações de gestão de pessoas!} para evitar que haja prejuízos ao negócio. 

Cálculo de turnover

O turnover é o fluxo de entrada e saída de funcionários em uma empresa durante um determinado período. 

Essa substituição de colaboradores também é chamada de rotatividade e pode ser medida por uma fórmula simples: 

O resultado da conta é um número que você pode acompanhar mês a mês e em intervalos maiores, como trimestres, semestres ou anos. 

Também é importante analisar o resultado em relação às médias de mercado, ficando de olho principalmente nos dados relativos ao ramo de atuação. 

Um percentual baixo normalmente indica que a empresa está sendo capaz de reter talentos. Já quando o índice permanece em zero por muito tempo, pode estar faltando oxigenação no time.

E se o indicador for alto? É um sinal de alerta: as pessoas estão deixando a organização com frequência e, neste caso, é bom averiguar os motivos.

Quais são as principais causas da perda de funcionários?

O alto turnover sinaliza aspectos que não vão bem na empresa e que precisam ser melhorados. Conheça as principais causas:

• Remuneração abaixo da média do mercado;
• Poucos benefícios;
• Falta de infraestrutura e condições de trabalho;
• Atividades incompatíveis com o job description esperado;
• Ambiente de trabalho hostil;
• Não identificação com os valores da organização;
• Falta de motivação;
• Ausência de plano de carreira;
• Poucas oportunidades de desenvolvimento;
• Falta de identificação com a liderança;
• Insuficiência de feedback.

Mas vale registrar que podem haver situações em que o colaborador pede demissão por motivos estritamente pessoais (ex: aposentadoria, mudança de cidade, transição de carreira), que não necessariamente indicam que o ambiente de trabalho não é bom. 

Consequências do turnover de funcionários

Se o turnover alto é um problema, imagine quando estamos falando sobre a perda de funcionários com habilidades difíceis de substituir. 

No ramo de tecnologia isso é muito significativo, já que a formação de mão de obra não acompanha o ritmo de crescimento da área {e a saída de um funcionário para um concorrente pode ser ainda mais desfavorável para o negócio!}. 

Outra consequência também aparece nas contas. Todo o investimento para a contratação de um funcionário, como recrutamento, admissão, treinamentos etc., vai por água abaixo.

Além disso, os processos internos e serviços da empresa também podem ser prejudicados. Uma pesquisa feita sobre os efeitos do turnover na indústria de smartphones constatou que a qualidade dos produtos é fortemente afetada pela perda de funcionários. 

Os pesquisadores rastrearam e cruzaram dados sobre a qualidade dos aparelhos (necessidade de substituições e reparos) e falhas na linha de produção de quase 50 milhões de dispositivos móveis vendidos por indústrias chinesas ao longo de quatro anos. 

Nas semanas de alta rotatividade {frequentemente após o pagamento de salários}, as falhas de campo foram 10,2% mais comuns do que para dispositivos produzidos durante as semanas de rotatividade mais baixa. 

“Demonstramos que contratar e manter uma força de trabalho de fábrica estável é fundamental para a confiabilidade do produto”, afirmam os pesquisadores.

A alta rotatividade também traz prejuízos ao setor educacional. O troca-troca de professores pode causar uma descontinuidade no ensino, o que atrapalha o aprendizado dos alunos. 

Um estudo realizado na Inglaterra demonstrou os efeitos negativos do turnover de educadores na performance dos estudantes. As mudanças foram mais prejudiciais quando os alunos estavam na fase final do ano letivo. 

Em resumo, as consequências do turnover alto são: 

• Prejuízo financeiro com contratações e demissões;
• Descontinuidade de projetos; 
• Retrabalho;
• Sobrecarga de outros colaboradores;
• Queda na qualidade dos produtos;
• Insatisfação dos clientes;
• Perda de talentos para a concorrência;
• Diminuição de competitividade;
• Instabilidade no clima organizacional;
• Eventuais danos à reputação da empresa.

Como evitar o turnover na empresa: 4 dicas práticas

Para reduzir a rotatividade de funcionários e principalmente manter os melhores talentos no time, boas práticas podem ser adotadas nas empresas. 

Desde a fase de contratação até o momento em que um colaborador manifesta a intenção de sair, é possível pensar em várias medidas relacionadas à gestão de pessoas. 

1. Aprimore os processos de contratação

O recrutamento e a seleção de pessoas pode ser aprimorado de diferentes formas.

As habilidades exigidas para as vagas abertas precisam estar bem definidas para que o candidato saiba de cara o que será esperado dele.

Além disso, desde o início, é importante avaliar o fit cultural dos candidatos, ou seja, o alinhamento entre os objetivos individuais com a missão da empresa.

Essa sintonia é cada vez mais determinante para a permanência no emprego, conforme sinaliza o fenômeno da Great Resignation. 

2. Diversifique a política de benefícios 

Para contar com as pessoas certas nos lugares certos, oferecer um bom salário, dentro de uma política de compensation adequada ao segmento de mercado, é primordial. 

Mas as pessoas também querem outros benefícios, que proporcionem não só segurança financeira, mas bem-estar {é o chamado salário emocional}. 

Por isso, vale a pena avaliar se o que está sendo oferecido aos colaboradores têm esse impacto. 

O cuidado com a saúde dos funcionários é uma das coisas mais importantes para quem está sendo contratado {e apenas ter um plano de saúde tradicional muitas vezes não basta}.

Se a sua empresa só oferece o básico, como auxílio-alimentação e licenças previstas em lei, a atratividade pode estar em xeque. 

Já se colocou no lugar de um profissional qualificado avaliando as vantagens oferecidas para determinada colocação? Se o mais diferente na lista for um auxílio-funeral, por exemplo, dificilmente ele vai se interessar. 

3. Valorize o work-life balance

Mostrar que a empresa valoriza o work-life balance também pode ser um grande atrativo. Mas não basta dizer isso na teoria, tem que colocar em prática! 

Nos modelos de trabalho de empresas inovadoras há sempre a intenção de proporcionar equilíbrio entre trabalho e vida pessoal. 

Tanto no presencial, quanto no híbrido ou remoto, várias regras podem ser estabelecidas para tornar a rotina de trabalho mais tranquila, por meio do flexwork. 

Tem empresa que define faixas de horário em que reuniões não são permitidas {para que o colaborador possa almoçar com calma ou levar o filho na escola}. Outras diminuíram os dias úteis de expediente e todo mundo pode “quintar” em vez de “sextar”. 

O que serve para uma empresa, às vezes não dá certo na outra. Para incentivar o bem-estar do colaborador e tornar o ambiente de trabalho agradável, é sempre válido lembrar que bom-senso e criatividade andam juntos {só cuidado com os benefícios que parecem modernos, mas não são}.

4. Treine as lideranças sobre feedback e motivação

As lideranças do time também são peças-chaves para evitar o turnover. Eles precisam estar conectados aos membros da equipe, atuando como facilitadores para que todos consigam fazer as melhores entregas.

Para que essa relação com os liderados se solidifique, os líderes podem ser treinados para fornecer feedbacks empáticos, objetivos e propositivos {leia matéria que fizemos sobre modelo de feedback e tendências pós-pandemia}.

A motivação e o engajamento também merecem um olhar permanente. Se, desde o início, o gestor consegue identificar e solucionar questões que possam desmotivar o time, maiores serão as chances de sentirem felicidade no trabalho e ficarem menos propensos a deixar a empresa. 

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