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Quais os sintomas e como tratar a síndrome do ninho vazio?

Tristeza e solidão são alguns sentimentos experimentados por pessoas que sofrem com a síndrome do ninho vazio. Saiba como lidar com a ausência dos filhos.

Quais os sintomas e como tratar a síndrome do ninho vazio?

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Deixar a casa dos pais pode ser bastante desafiador pra quem vai. Mas e pra quem fica? Alguns pais e mães sofrem com a síndrome do ninho vazio e precisam lidar com várias emoções diante da ausência dos filhos.

O que é a síndrome do ninho vazio?

A síndrome do ninho vazio é um termo usado para descrever emoções experimentadas por algumas pessoas quando os filhos saem de casa para viver de forma independente.

“De modo geral, o que vemos é uma tristeza excessiva, desânimo e sentimento de desvalia decorrente da perda da função de cuidador(a), principalmente em quem se dedica exclusivamente aos cuidados com a família, em detrimento dos projetos individuais, como a carreira e a vida social”, explica Amanda Vitta, psicóloga da Alice.

Algumas pessoas experimentam uma espécie de luto, podendo passar por várias fases semelhantes às enfrentadas quando alguém próximo morre.

Com a casa vazia e a diminuição de tarefas, os pais podem se sentir incomodados e resistir em aceitar a mudança, o que caracteriza a fase de negação do luto; podem também mudar de humor e reclamar com mais frequência (raiva); buscar preencher a solidão tentando controlar quem saiu, mesmo que a distância (negociação ou barganha); enfrentar uma tristeza mais profunda (depressão); e entender que a transformação faz parte do percurso natural da vida (aceitação).

“Muitas vezes, a síndrome do ninho vazio está ligada à dificuldade de adaptação às transições do ciclo de vida. O sentimento de culpa também pode aparecer, juntamente com a autocobrança e o pensamento de que poderia ter aproveitado mais a presença do filho desde a infância”.

Sintomas da síndrome do ninho vazio

  • Sentimento de tristeza;
  • Dúvidas existenciais;
  • Arrependimentos;
  • Choro frequente;
  • Ansiedade;
  • Alterações de humor:
  • Desânimo;
  • Cansaço sem causa aparente;
  • Dificuldade de socialização;
  • Sensação de culpa e solidão;
  • Distúrbios do sono;
  • Diminuição da libido.

Quanto tempo dura e quem sofre mais?

O tempo de duração da síndrome do ninho vazio varia de pessoa para pessoa. Para algumas, o sentimento de perda pode diminuir em semanas ou meses.

Em outras, a tristeza pode persistir por anos, dependendo do grau de maturidade emocional e do apoio recebido.

As mulheres costumam ser mais afetadas, por diversos motivos. “O impacto maior pode acontecer com as mães que assumem a responsabilidade integral pelos filhos e chegam a anular os próprios planos e sonhos”, assinala Vitta.

Além de questões sociais, características biológicas também podem levar a uma maior propensão à síndrome.

“Geralmente, os filhos saem de casa no período de vulnerabilidade biológica da mulher, como na menopausa, então tudo se potencializa”.

Os homens também podem sofrer com a “separação” dos filhos. E, se a vida conjugal não vai bem, o casal pode ter uma dificuldade maior em se adaptar à nova rotina.

“O ‘ninho vazio’ não é uma regra para todas as pessoas, tudo depende da perspectiva e do estilo de criação adotados. De várias maneiras, a família pode ressignificar a própria vida”, lembra a psicóloga.

Síndrome do ninho vazio: como tratar?

A síndrome do ninho vazio pode ser uma oportunidade de reconexão com o próprio eu e de buscar novas experiências.

As emoções desconfortáveis podem, aos poucos, serem substituídas por atividades que tragam bons sentimentos. Confira alguns exemplos:

Orgulhe-se de si e ressignifique a saída dos filhos

Com a partida dos filhos, é comum que arrependimentos venham à tona. Na verdade, uma avalanche de pensamentos pode surgir, incluindo sacrifícios feitos ao longo da vida, sonhos que foram deixados de lado e planos adiados.

Uma maneira de organizar a mente é analisar o que motivou tudo isso: o amor pelos filhos e a dedicação para que fossem bem criados. E o objetivo foi alcançado? Sim!

Quando “o filho vira passarinho e quer voar”, a vida segue seu próprio curso. E as mães e os pais devem se orgulhar de terem sido o melhor que puderam.

Torcer para que os filhos realizem os próprios desejos é também uma forma de amor. Mesmo que o apego e a preocupação batam forte, vale a pena buscar o desprendimento para lidar com a liberdade de forma mais positiva.

Redescubra interesses e sonhos

Afastar os sentimentos ruins ligados à solidão só depende de nós mesmos. Então que tal começar fazendo uma lista de tudo que tem vontade de fazer, mas que nunca conseguiu por falta de tempo?

Pode ser algo simples, como cozinhar algo que só você na família gosta, até planejar uma viagem. Anote também as atividades que gostaria de fazer, incluindo hobbies e interesses.

Isso também é algo que o casal pode fazer junto! Com menos gastos domésticos, dá para se permitir novos prazeres {sem contar que a privacidade é maior para a realização de desejos sexuais}.

Busque apoio emocional

Por características individuais, algumas pessoas têm mais dificuldade em enfrentar a ausência dos filhos. Por isso, uma rede de apoio emocional pode ser fundamental para a retomada de uma vida feliz.

Não há razão de sentir orgulho ou vergonha em procurar familiares próximos ou amigos queridos. Algumas dessas pessoas serão ótimas para conversar e podem ajudar como canais de escuta e de acolhimento. Outras podem ser as melhores companhias para realizar diferentes atividades.

Os filhos também podem ajudar, mantendo a comunicação regular e expressando apreço e gratidão pelo apoio dos pais. Vale também tranquilizá-los quanto à segurança e bem-estar.

Se os sintomas da síndrome do ninho vazio forem mais persistentes e profundos, um acompanhamento profissional pode ser indicado.

“A abordagem Terapia Cognitivo Comportamental (TCC) pode ser uma alternativa para reconstruir perspectivas de vida. Com isso, ajudar a pensar e trabalhar com a pessoa novos projetos, ressignificando novas formas de viver sua vida, com outros objetivos e focos”.

Encontre novas companhias {que tal um pet?}

Para preencher um pouco o vazio deixado pela saída dos filhos, pode ser o caso de buscar novas companhias.

Aulas coletivas na academia, grupos na igreja ou clube de leitura, por exemplo. Seja presencial ou virtual, há muitas formas de expandir o círculo social e ocupar o tempo livre.

Quem gosta muito de cuidar pode partir para o voluntariado ou até considerar ter um pet.

Um estudo realizado em 2020, mostrou que ter um cão ajudou a diminuir os sentimentos negativos associados à síndrome do ninho vazio. E os animais ainda dão uma força na socialização, já que os tutores, ao levarem os animais para passear, acabam conhecendo novas pessoas.

Como prevenir a síndrome do ninho vazio

Se os seus filhos estão prestes a sair de casa e as emoções já afloram por aí, saiba que a melhor maneira de passar por essa etapa sem tanto estresse é se preparar previamente.

Todas as reflexões listadas acima podem ser feitas com antecedência. Que tal amadurecer a ideia de que os filhos estão se tornando adultos independentes, e que isso é um motivo de satisfação e de orgulho?

Também já dá para começar a fazer planos, colocando os objetivos pessoais em primeiro lugar na fase que se aproxima.

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