Para que serve a glutamina e quais os efeitos no corpo?

Você sabia que algumas substâncias são chamadas de imunonutrientes por terem papel importante no sistema de defesa do organismo? É o caso da glutamina.

Com esse nome pode até parecer que se trata de um suplemento para ganho de força ou massa muscular, como albumina ou creatina, né? Mas não é para isso que a glutamina serve. 

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O que é a glutamina? 

A glutamina é considerada um aminoácido condicionalmente essencial, o que significa que o corpo consegue produzi-lo em quantidades suficientes, mas tende a diminuir em algumas condições, como uma doença ou lesão. O lado positivo é que ela também é obtida pela alimentação.

No organismo, a glutamina faz parte das proteínas e é uma fonte de energia, sendo importante para a produção das células do sistema imunológico, principalmente aquelas que estão no intestino. 

“A glutamina é uma espécie de alimento das células do intestino. Por isso, a gente consegue obter muito facilmente pela alimentação”, destaca a nutricionista Marina Pilotto, da Alice.  

Estima-se que uma alimentação equilibrada tenha de 3 a 6 gramas de glutamina por dia. E as maiores quantidades da glutamina são encontradas em alimentos de origem animal {por conta do alto teor de proteínas}, como ovos e a carne bovina. 

Isso não significa que em proteínas de origem vegetal não tenham glutamina – elas têm, sim, mas em menor quantidade.

Alimentos com glutamina:  

• Ovos; 
• Carne bovina; 
• Leite desnatado;
• Tofu;
• Arroz;
• Milho.

Suplemento de glutamina traz benefícios?

Se a glutamina faz bem para as células de defesa, vale a pena consumi-la como suplemento pensando em “melhorar” a imunidade? Para pessoas saudáveis, a resposta mais apropriada é: não. 

“Quando a gente faz uma suplementação, a glutamina fica mais disponível no nosso corpo, mas isso não significa que vai haver um benefício extra para a saúde. São poucas as pessoas que vão ter reais benefícios ao suplementar a glutamina. Geralmente são aquelas com questões de saúde mais delicadas”, explica a nutricionista. 

Na medicina, a glutamina é mais usada no processo de recuperação após cirurgias ou traumas graves, pois pode ajudar o sistema imunológico ao promover a cicatrização de feridas e manter a integridade do trato gastrointestinal. 

Além disso, a glutamina pode ser usada para ajudar a saúde do intestino em certas condições, como a síndrome do intestino curto.

“Antes de começar a usar a glutamina como um suplemento, é interessante conversar com um profissional de saúde para verificar se há realmente necessidade”, destaca Pilotto. 

Efeitos nos treinos e no ganho de massa muscular

Algumas pesquisas avaliam possíveis benefícios da glutamina para a melhora da performance durante os exercícios e para o ganho de massa muscular.

Os resultados, porém, ainda não são consistentes para comprovar esses efeitos.

Um estudo feito com pessoas que tomaram a glutamina ou placebo (substância inócua) durante seis semanas de treinamento com pesos, por exemplo, não encontrou diferenças na performance muscular, composição corporal ou na degradação das proteínas dos músculos entre os participantes dos dois grupos. 

Outra pesquisa não obteve resultados significativos quanto ao aumento da função imunológica de atletas por meio da suplementação de glutamina. 

Por outro lado, há estudos que apontam um possível ganho na recuperação após exercícios intensos e na diminuição da dor muscular. Mas sempre com a ressalva de que mais pesquisas são necessárias, já que tanto os estudos com resultados positivos quanto os negativos tiveram um número pequeno de participantes. 

Como tomar a glutamina?

A melhor indicação é incluir na rotina alimentos que tragam o aminoácido, como ovos, carne bovina, leite e tofu. Segundo Pilotto, os benefícios podem ser obtidos via alimentação, sem necessidade de suplementação {que, vale reforçar, é indicada apenas em casos de recuperação depois de uma cirurgia ou algum trauma}.

No caso do suplemento, a recomendação de ingestão é de 5 g por dia. E, mesmo em dosagens maiores, a glutamina não oferece muitos efeitos colaterais, o que não significa que deva ser usada de forma contínua. 

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