Um Plano de Desenvolvimento Individual (PDI) é como um roteiro ou mapa, que indica a direção a seguir para o crescimento na carreira.
Metas, prazos e ações formam uma rota de aprendizado, unindo as aspirações pessoais com os objetivos da empresa.
Mas o que faz com que esse guia não fique apenas no papel? A forma como ele é elaborado pode ser uma das respostas.
Como detalharemos a seguir, todas as esferas da vida devem ser levadas em conta na construção de um PDI.
O que é PDI
O plano de desenvolvimento individual é uma ferramenta para listar competências profissionais, comportamentos e atitudes a serem desenvolvidos.
Quando usado para gestão de pessoas, o PDI possibilita sistematizar o que precisa ser feito a partir de um diagnóstico da performance profissional {isso ocorre, muitas vezes, por meio de uma avaliação de desempenho}.
O plano também pode visar a promoção na carreira ou até como parte de um planejamento sucessório para cargos-chave na empresa.
“O PDI deve ser claro e específico quanto a metas, estratégias e prazos. Como essas questões são individuais e dependem de uma série de fatores e contextos, os planos são totalmente personalizados e únicos”, explica a professora Elza Veloso, da FIA Business School.
PDI: como fazer um plano de desenvolvimento individual
O PDI pode ser usado tanto para desenvolvimento pessoal, quanto profissional. Nos dois casos, o primeiro passo é fazer uma avaliação do que precisa ser aperfeiçoado.
- Há lacunas na formação ou no comportamento?
- A pessoa tem todas as qualificações necessárias para a função?
- Quais são os pontos fortes e fracos?
Em seguida, estratégias são pensadas para aperfeiçoar habilidades ou para adquirir as competências não identificadas.
Nesse momento, a ideia é analisar a relevância da ação proposta para o desenvolvimento individual, a motivação da escolha, o tempo dedicado e recursos investidos.
O método 5W2H pode ajudar:
- O que deve ser feito? (What);
- Quando deve ser feito? (When);
- Onde? (Where);
- Quem? (Who);
- Por quê? (Why);
- Como? (How);
- Quanto vai custar? (How much).
“É importante olhar para a carreira de forma ampla e verificar o que depende da empresa e o que depende da pessoa. Se ela vai fazer um MBA, quem vai custear? Haverá liberação do trabalho nos dias de aula? A grande necessidade é alinhar as expectativas”, destaca a professora Elza.
Plano de Desenvolvimento Individual: exemplo de ação
- O quê: aperfeiçoar as habilidades no uso de determinado software;
- Objetivo: utilizar a ferramenta em nível avançado de conhecimento;
- Por quê: para finalizar projetos com mais agilidade e menor risco de erros;
- Onde: curso em centro de formação especializado;
- Quando: durante seis meses;
- Quem: o próprio colaborador;
- Como: aulas duas vezes por semana no período noturno, atividades de fixação diárias e aplicação na rotina de trabalho;
- Quanto: R$ XX, incluindo gastos com mensalidade e transporte.
Mesmo que o plano seja essencialmente profissional, as outras esferas da vida não podem ser esquecidas.
“É importante avaliar possíveis entraves ou facilidades. Por exemplo, caso uma pessoa precise de uma experiência internacional para se desenvolver, é importante pensar no momento de vida em que ela está: isso afetaria a família? Se for necessária uma pós-graduação, o custo estaria dentro da capacidade financeira dela?”, questiona a professora.
Sendo uma elaboração conjunta, o plano de desenvolvimento individual (PDI) demanda muita sinceridade e empatia! Afinal, o guia representa um compromisso mútuo entre a empresa e o colaborador, com vista ao cumprimento do planejamento.
Vale pensar em ações de curto, médio e longo prazos, seguindo um cronograma.
Revisões periódicas podem ser necessárias, assim como complementar o plano com ações informais de desenvolvimento.
“O gestor comprometido com um plano de desenvolvimento individual pode, no dia a dia, proporcionar ao seu liderado experiências inesperadas e desafios para que ele aprenda e cresça”, afirma Elza Veloso.
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PDI Plano de desenvolvimento individual: RH pode implementar desde o onboarding
O PDI é muitas vezes construído com os olhos no retrovisor, para reparar eventuais gaps identificados após um resultado não satisfatório na avaliação de desempenho.
Mas esse instrumento pode ser usado de forma proativa, desde o momento em que o colaborador entra na empresa, como parte de uma estratégia maior de incentivo ao lifelong learning.
“A ideia do desenvolvimento é cultural. Se a empresa acredita e valoriza o desenvolvimento pessoal dos colaboradores, ela vai abrir a possibilidade de elaboração de um plano para todos os interessados. Um PDI pode ser feito para qualquer função.”
A professora acrescenta que o plano de desenvolvimento individual pode ser elaborado seja qual for o estágio da carreira.
“É comum pensar que só jovens querem desenvolvimento. Mas, como as curvas demográficas apontam, teremos cada vez mais pessoas com mais idade trabalhando. E elas querem se desenvolver. O PDI se adequa a qualquer fase”, explica.
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