Você já deve ter visto algumas celebridades revelando que passaram a tomar remédios para emagrecer. A trend da vez é o Ozempic, nome comercial para semaglutida, medicamento aprovado oficialmente para o tratamento de diabetes.
O remédio tem sido usado por quem precisa perder peso mas também por quem está incomodado com uns quilinhos a mais na balança. Mas será que ele é uma opção segura? Há uma série de contraindicações que precisam ser levadas em conta, conforme o perfil individual.
Além disso, sem adequações no estilo de vida {reeducação alimentar e prática de atividade física} pode haver reganho de peso ao deixar de usar o medicamento.
Vale destacar desde já que qualquer medicamento deve ser prescrito por um profissional de saúde, ou seja, não deve ser usado sem orientação.
“Eu digo que a prescrição é um compartilhamento de responsabilidade entre o profissional e o paciente. É uma manifestação de um processo que já foi explicado, incluindo riscos, benefícios e tempo de uso”, afirma o médico endocrinologista Marcelo Alvarenga, da Alice.
Quando o remédio para emagrecer é indicado?
Os remédios para emagrecer ou moderadores de apetite podem ser bastante úteis para o tratamento de obesidade e diabetes.
“Hoje, no Brasil, 50% das pessoas estão acima do peso e 20% têm obesidade. A gente não pode fechar os olhos para isso. Temos que olhar o tratamento medicamentoso como um aliado, mas não é para todo mundo”, alerta Alvarenga.
A indicação de uso sempre vai depender de uma avaliação médica detalhada, seguida da definição de diversas medidas voltadas ao emagrecimento saudável.
“Um eventual tratamento para a perda de peso tem que ser multifatorial. Primeiro, é preciso entender o contexto da pessoa. Como foi o ganho de peso? Foi repentino ou há hábitos alimentares trazidos desde a infância? No momento, ela está passando por alguma situação de estresse? Como é o estilo de vida?”, exemplifica o médico.
Na maioria dos casos, a gordura no corpo é resultado de balanço energético positivo {ou seja, a pessoa come mais do que gasta nas atividades diárias}, que pode ser agravado por episódios de fome emocional, mas pode haver distúrbios endocrinológicos que afetem o metabolismo e façam a pessoa engordar, além de transtornos alimentares.
“É aí que o medicamento pode entrar para ajudar a pessoa a reduzir o apetite ou para auxiliar no processo de tratamento de uma compulsão alimentar, por exemplo. Também há quadros depressivos ou de ansiedade generalizada que fazem a pessoa comer mais.”
Remédios que levam ao emagrecimento
Existem três grupos principais de medicamentos que atuam no controle de apetite:
Sibutramina
Criada inicialmente como antidepressivo, essa substância age no sistema nervoso central, provocando a sensação de saciedade e o controle da fome. Isso faz com que a pessoa coma menos.
Como ativa neurotransmissores como a serotonina e a adrenalina, pode haver efeitos colaterais como dor de cabeça, taquicardia, aumento da pressão e piora de quadros de ansiedade.
“Pessoas que têm problemas cardíacos ou patologias psiquiátricas ou emocionais não podem usar sibutramina”, alerta o médico.
Fluoxetina e bupropiona, entre outros
Esses medicamentos são usados para tratar transtornos relacionados à saúde mental, como depressão e compulsão. Agem elevando os níveis de serotonina, responsável pela regulação de funções como humor, bem-estar, sono, apetite e concentração.
Podem levar algumas semanas para começar a fazer efeito e causar reações adversas como insônia, diarreia e alergias.
Análogos de GLP-1
Entram nesse grupo liraglutida, semaglutida, dulaglutida e tirzepatida.
O GLP-1 é um hormônio que o nosso intestino produz naturalmente. O uso como medicamento é indicado para pessoas com diabetes por controlar os níveis de glicose (açúcar) na corrente sanguínea.
“Quando a gente se alimenta e a comida passa pelo intestino, as células intestinais produzem o GLP-1. Esse hormônio cai na circulação, vai para o pâncreas e outros órgãos, mas, no pâncreas, promove o equilíbrio entre a insulina e o glucagon [hormônio que aumenta a glicose no sangue]. Então, primariamente, a função dele é regular os níveis de glicose no sangue.”
No cérebro, o GLP-1 age no hipotálamo, regulando o apetite, ou seja, o interesse pela comida e a saciedade. No estômago, esse hormônio torna a digestão mais lenta.
“Esses medicamentos reduzem o apetite por causarem a sensação de estar com o estômago cheio. Mais saciada, a pessoa reduz a ingestão de alimentos e consome menos calorias, o que tem impacto no peso. A pessoa também pode se sentir enjoada e perder o interesse pela comida”, explica o endocrinologista.
Esses medicamentos não devem ser usados por pessoas com diabetes tipo 1, retinopatia diabética, problemas nos rins ou pâncreas, entre outras condições de saúde. Menores de 18 anos, grávidas e lactantes também não devem utilizá-los.
E a metformina?
A substância metformina não leva à perda de peso. O principal efeito desse medicamento é a melhora da resistência insulínica.
“A metformina faz o intestino funcionar melhor, trazendo para a pessoa a sensação de que está perdendo peso. Mas não serve para isso; serve para tratar a diabetes.”
Remédio para diabetes que emagrece: e o reganho de peso?
Já deu para perceber como os remédios para emagrecer têm efeitos que vão muito além da balança, né? Várias questões precisam ser consideradas antes de utilizá-los {e de mexer com o próprio metabolismo!}.
Muita gente só pensa na perda de peso em curto prazo, mas se esquece de que poderá recuperar os quilos perdidos quando deixar de usar o produto.
“Há pessoas que, mudando o estilo de vida, com reeducação alimentar e exercícios físicos, usam transitoriamente algum moderador de apetite, e conseguem entrar em equilíbrio e seguir firme. Mas a grande maioria acaba se apegando apenas à medicação e, quando tira, tem um reganho de peso”, alerta o médico.
Um estudo que contou com participantes do Canadá, Alemanha, Reino Unido, Estados Unidos e Japão indicou que, um ano após a retirada de medicamentos subcutâneos baseados em semaglutida, a grande maioria recuperou dois terços do peso perdido, mesmo com mudanças no estilo de vida.
No caso dos que têm obesidade crônica, isso sinaliza que o uso do medicamento deverá ser contínuo.
Alguns médicos destacam ainda que a perda de peso extrema proporcionada por alguns medicamentos pode levar à desnutrição, já que a pessoa, quando deixa de comer, não ingere as vitaminas e minerais de que o corpo precisa para funcionar bem.
Será que remédio para emagrecer é uma boa para mim?
Com tanta gente usando e ostentando medidas a menos, sem aparentar problemas, várias pessoas ficam na tentação de utilizar remédios para emagrecer.
Para quem está com quilos a mais, mas sem nenhum transtorno, a nossa recomendação é buscar caminhos naturais para emagrecer com saúde. Alimentação equilibrada, atividade física e sono adequado estarão sempre na base desse processo.
“Se você está acima do peso, converse com o Time de Saúde da Alice e verifique se, de fato, você tem indicação para medicamento”, destaca o médico endocrinologista Marcelo Alvarenga.
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